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Sedentarismo aumenta na pandemia e compromete saúde musculoesquelética, aponta estudo


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Estudo global apontou que o tempo de inatividade física aumentou em 28%

São Paulo, 02 de junho de 2021 – No último ano, uma das frases que mais se ouviu foi: fique em casa! Embora a medida seja fundamental para conter a pandemia, permanecer no conforto do lar trouxe diversas consequências para a saúde física e mental da população em todo o mundo.

P U B L I C I D A D E

Um estudo global realizado em 2020, apontou que o tempo diário que as pessoas passam sentadas aumentou em 28%. Esse dado é alarmante, uma vez que o sedentarismo já era uma preocupação antes da pandemia.

Home office, ensino remoto, fechamento de academias, parques e espaços voltados para a prática esportiva são os principais fatores que contribuíram para aumentar a prevalência de problemas musculoesqueléticos e o sedentarismo.

Dores na coluna, ombros e pescoço são as queixas mais comuns de quem passa longas horas em frente ao computador ou usando o celular, confinado dentro de casa.

Encurtamento muscular
Uma das causas das dores musculares é o encurtamento muscular. Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, o corpo sempre busca o melhor desempenho com o mínimo esforço. A consequência é a adoção de vícios de postura, que prejudicam muito a saúde musculoesquelética.

“Na prática, isso significa que o corpo passa a ignorar a parte que não é usada. Ele se adapta na posição que demanda menos esforço, ou seja, a posição que não exige amplitude de movimento. A partir desse processo, surgem os problemas posturais e isso torna-se um ciclo vicioso”, diz.

Walkíria explica que o encurtamento muscular começa a comprometer movimentos simples do dia a dia, como pegar um objeto no alto, abaixar-se, calçar um sapato, além de levar às dores musculares na coluna, pescoço e ombros, entre outras regiões.

RPG: uma solução viável

Como a pandemia ainda não foi controlada no Brasil, a atividade física não é uma realidade para a maioria da população. Nesse sentido, o melhor a se fazer para melhorar o encurtamento muscular e as dores musculoesqueléticas é procurar métodos, como a fisioterapia.

Dentro da fisioterapia, destaca-se a RPG (Reeducação Postural Global). Trata-se de uma técnica criada em 1980, pelo fisioterapeuta frânces Philippe Souchard. O foco da RPG é o alongamento global do paciente, por meio do reequilíbrio e da manutenção da postura.

“O RPG é mais indicado para os quadros iniciais e agudos de um problema, como uma lombalgia, por exemplo. Além disso, pode ser usado como complemento de outros recursos da fisioterapia”, explica Walkíria.

De acordo com Walkiria, normalmente a RPG é feito semanalmente e o tratamento pode durar em torno de 10 a 15 sessões. “Quando o paciente termina o tratamento com a RPG, pode ser uma ótima ideia iniciar o Pilates, outro método seguro em tempos de pandemia, desde que as sessões sejam individuais ou no máximo em dupla”, diz a especialista.

Pilates: uma opção segura
“O Pilates pode prevenir novos quadros de dores, aprimorar as questões da postura, além de trazer todos os outros benefícios, como fortalecimento muscular, controle da respiração, aumento da flexibilidade, estabilização dos músculos que sustentam a coluna, melhora do equilíbrio e correção da postura”, comenta Walkiria.

Desde que os protocolos de segurança, como uso de máscara, ambiente bem arejado e distanciamento entre os alunos, sejam adotados, a RPG e o Pilates são alternativas para cuidar da saúde musculoesquelética de forma segura em meio à pandemia.

Alongue-se
Uma dica importante para evitar o encurtamento muscular é alongar-se. “Os alongamentos devem ser diários, se possível feitos pela manhã e no meio da tarde. Quem estuda ou trabalha de forma remota, deve investir algum tempo para se alongar”, reforça Walkíria.

Perigos de ficar sentado!
Em média, quem trabalha em escritórios e serviços administrativos, como bancos, passa 8 horas por dia sentado. Soma-se a isso mais 7 horas de sono.

Das 24 horas do dia, antes da pandemia, uma pessoa passava, em média, 62,5% do tempo sentada, entre as horas de trabalho, transporte e noite se sono. As 9 horas restantes poderiam ser usadas para uma caminhada, academia, passeio com o cachorro, práticas esportivas etc.

Agora, imagine como essas 9 horas estão sendo usadas dentro de casa? Isso ilustra perfeitamente o estudo. Ou seja, é bem provável que hoje boa parte da população passe essas horas sentada ou deitada.

Muitos estudos ao longo dos anos mostraram as consequências do sedentarismo para a saúde.

  1. Risco de morte: ficar sentado mais de 6 horas por dia aumenta em 40% o risco de morrer nos próximos 15 anos
  2. Aumento de peso: Pessoas obesas ficam sentadas 2,5 horas por dia a mais que pessoas no peso ideal
  3. Redução expectativa de vida: Cada hora que uma pessoa passa sentada depois dos 25 anos reduz sua expectativa de vida em 21 minutos, 10 minutos a mais que fumar um cigarro
  4. Doenças: Pessoas que passam mais de 7 horas diárias sentadas têm um aumento de 112% no risco de desenvolver diabetes, 147% no risco de doenças cardiovasculares e 49% no risco de morrer prematuramente, mesmo que se exercitem regularmente.

 Dados: NothStar Alliance Organization

“É preciso lembrar que o corpo humano não foi feito para ficar parado. Portanto, é preciso reduzir o tempo que ficamos sentados ou deitados e procurar meios seguros de atividades físicas e práticas esportivas nesse período de isolamento social”, conclui Walkíria.

Leda Sangiorgio
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