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Queiroz Galvão diz em delação que governador de MT recebeu propina de empresa que ganhou concessão em Cuiabá


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O empresário Mario de Queiroz Galvão afirmou, em acordo de delação premiada homologado no Supremo Tribunal Federal (STF), que pagou propina ao governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e ao ex-prefeito de Cuiabá Chico Galindo. O Ministério Público Eleitoral investiga o caso.

P U B L I C I D A D E

Em nota, Mauro Mendes diz que as acusações são inverídicas e são uma estratégia de um determinado grupo político e Mato Grosso. (Veja a nota na íntegra ao final da reportagem).

As informações da delação constam no inquérito aberto pela Polícia Federal com base na delação premiada da Galvão Engenharia no âmbito da Operação Lava Jato. O procedimento tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por envolver a suspeita de crime eleitoral.

Conforme Queiroz Galvão, no primeiro semestre de 2011 houve um acordo com o então prefeito Chico Galindo para que a empresa CAB Ambiental ganhasse a concessão do serviço de saneamento da capital. Galindo teria exigido o pagamento de R$ 40 milhões, que supostamente foi realizado por meio de contratos fictícios celebrados entre a Galvão Engenharia e outras quatro construtoras.

Oficialmente, a CAB Ambiental venceu a licitação em 2012, formando a CAB Cuiabá, com a promessa de investir R$ 132 milhões e arcar com uma dívida de R$ 350 milhões da Sanecap, empresa pública que fazia o saneamento. No entanto, a CAB não cumpriu as metas para tratamento e distribuição de água e a coleta e tratamento de esgoto de Cuiabá.

Mauro Mendes manteve a CAB até 2016, quando fez uma intervenção no serviço, iniciando uma transição para que outro grupo assumisse o controle da concessionária.

Após o acordo, segundo consta na delação, Galindo ainda teria exigido o pagamento de R$ 4 milhões, pagos em doações eleitorais, em duas parcelas de R$ 2 milhões, ao Diretório Nacional do PTB, ao qual era filiado.

Em 2012, durante a campanha eleitoral de Mauro Mendes à Prefeitura de Cuiabá, o empresário diz que a pedido de Ítalo Joffoly, à época presidente da CAB Cuiabá, fez duas doações para a campanha do então candidato, destinadas ao Diretório Nacional do PSB, uma no valor de R$ 100 mil e R$ 400 mil.

Consta na delação que “ficou implícito que as doações serviriam para manter um bom andamento do contrato se Mauro Mendes fosse eleito prefeito de Cuiabá”.

Em 23 de outubro de 2012, teria ocorrido uma reunião na sede da Galvão Engenharia, quando teria havido o pedido de um dos empresários presentes para que houvesse o pagamento de mais R$ 6 milhões em favor de Mauro Mendes porque “sem a realização de qualquer contribuição não haveria um bom andamento do contrato”. Segundo Queiroz Galvão, naquele momento foi explicado que não havia recursos para o pagamento do montante solicitado.

Veja abaixo a nota emitida pelo governador em resposta às acusações e as demais respostas dos citados na reportagem:

“Esta matéria vinculada no site congresso em foco foi encomendada por um grupo político da capital de MT, conhecido de longa data e até o presente momento por estar desviando dinheiro público. Usam a velha tática: acuse seus adversários de fazer o que você faz, para tentar confundir a população. Funciona assim: alguém escreve, arrumam uns sites e parceiros para publicar e depois contratam pessoas e robôs para ficar postando nas redes sociais. Irei processar a todos. Nunca tive conhecimento de existência da suposta delação e se esta narrativa existe é uma grande mentira. Se a Galvão fez alguma doação a campanha e ao partido em 2012, isto era totalmente legal até 2014. Somente agora em 2020 dizer que algo feito de forma legal e declarada seria propina?? Isso é safadeza e deixa evidente a clara tentativa de manipulação dos fatos e da verdade, criando uma história mentirosa, com único objetivo de tentar manchar minha imagem. Cabe esclarecer que em 2015, sob minha gestão, a Galvão perdeu o contrato de concessão da CAB Cuiabá, pela péssima prestação dos serviços, pela falta de água e diversos outros descumprimentos contratuais. Se a Galvão relatou estes fatos mentirosos, deve ter feito em represália a correta postura da prefeitura em defesa dos cuiabanos. A verdade é que, como prefeito de Cuiabá e em toda minha vida pública, não tenho nenhuma mancha sobre nossa conduta e não existe nenhum processo de improbidade ou de má utilização de dinheiro público. Sempre tivemos uma atuação correta e honesta. Diferente do grupo político que armou esta farsa, pois nos quatro cantos de Cuiabá escutamos relatos de desvio de dinheiro público, sendo praticados por vários de seus integrantes. Sempre acreditei e continuo acreditando no Ministério Público estadual e federal, nos órgãos de controle e que esta quadrilha será desmascarada, seus crimes apurados e terão as devidas penas legais.”

A defesa do ex-prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo, informou por nota que as acusações são inverídicas, que está acompanhando o inquérito e que vai prestar todos os esclarecimentos, sendo que, ao final, os responsáveis pelas falsas acusações responderão às ações judiciais pertinentes.

Já o PTB estadual esclareceu que não recebeu doação do grupo Queiroz Galvão em 2012, mas confirmou a doação feita ao diretório nacional do partido.

O PSB esclareceu que nem o diretório estadual e nem o municipal podem se manifestar sobre a denúncia, já que o caso é anterior às formações atuais.

Nós procuramos Yves Besse, que foi presidente da empresa CAB Ambiental em 2011, mas não tivemos retorno. Também entramos em contato com Ítalo Jofolly, ex-presidente da empresa em 2012, citado na delação. Ele informou que os fatos da delação são responsabilidade da empresa, dos acionistas e executivos e que não tem nada a acrescentar, seguindo a recomendação de advogados.

G1

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