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Quando não se compreende que Deus é espírito resta a histeria religiosa


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Recorrentemente ouvimos estórias de cariz quase alucinatório, mas apresentadas como superespirituais. Esses episódios vão desde ver pretensamente o rosto de Cristo numa torrada de pão até ilusões de óptica e efeitos de luz no céu.

P U B L I C I D A D E

O caso mais recente foi o da experiência de um chefe de cozinha italiano que tirou uma fotografia na região da Campania, Itália, ao fim da tarde, a qual, uma vez publicada nas redes sociais, rapidamente se tornou viral. A imagem mostra a luz do sol sobre as nuvens a formar uma imagem de Cristo, segundo a interpretação.

Trata-se duma pessoa de braços abertos a fazer lembrar a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ou a do Cristo-Rei, em Lisboa, o que emocionou muita gente.

Sempre que acontece algum destes fenômenos vem ao de cima uma certa histeria religiosa que decorre mais duma condição psicológica do que duma fé estruturada e verdadeira.

A tendência humana tem sido sempre a de antropomorfizar a imagem mental do divino. Ainda persiste o antigo estereótipo do ancião caucasiano de longas barbas brancas. Portanto, Deus há-de aparecer sempre como homem, branco e de vestes longas. No caso de Jesus Cristo é exatamente o mesmo, excepto na idade.

Quando seremos nós capazes de entender que Deus é Espírito? No seu Evangelho, João escreveu que “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (4:24). Mas a tendência humana é imaginar Deus à imagem do homem, subvertendo o princípio de que o homem é que foi criado à imagem moral e espiritual do divino (Gênesis 1:27).

O autor da fotografia diz que essa experiência fez aumentar a sua fé: “Depois desta experiência intensa e dos sentimentos fortes que senti, posso dizer que tenho uma fé religiosa ainda maior”. Mas o facto é que a Bíblia ensina que a fé vem não por pretensos sinais no céu, mas por ouvir a Palavra de Deus: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17). Então, o catalisador da fé não será sinais no céu, mas a Palavra de Deus proclamada. Certo dia os religiosos judeus pediram a Jesus um sinal mas ele negou-se a isso (Mateus 16:1-4). De resto o homem de fé não anda pelo que vê mas pelo que crê: “Porque andamos por fé, e não por vista” (2 Coríntios 5:7).

Quando uns gentios vieram a Jerusalém para adorar o Deus de Israel e, ouvindo falar do Mestre Jesus, manifestaram interesse em vê-lo (“Queríamos ver a Jesus”), ele desvalorizou completamente essa possibilidade pois estava centrado no cumprimento da Sua missão (João 12:20-24). Deste modo, podemos dizer que os cristãos são chamados a serem sal da terra e luz do mundo, cumprindo assim a sua missão e não a andarem atrás de pretensos sinais, em processo de histeria religiosa.

De resto, quem observar a fotografia em questão verifica rapidamente que aquela aparente figura humana tanto poderia ser Jesus, como Maomé, Platão ou mesmo o Super-Homem…

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