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Próxima safra de trigo pode ser recorde


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A noite desta quarta-feira (24) foi marcada pela Caravana do trigo. O evento on-line, promovido pela Syngenta, discutiu as possibilidades do cereal nesta safra e o uso de tecnologias para aumentar a produtividade. O bate-papo contou com Carlos Cogo, sócio-diretor de consultoria da Cogo Inteligência em Agronegócio e Maurício de Bortoli, campeão nacional do desafio CESB 2019 de máxima produtividade e sócio proprietário da Aurora sementes. A mediação foi de Nivaldo Lonardoni, gerente de Trigo da Syngenta.

P U B L I C I D A D E

Em funções das mudanças impostas pela pandemia, neste ano a Caravana do trigo será totalmente digital “Acredito que é uma forma simples, inteligente e viável de levar informação e ao mesmo tempo preservar a vida” destacou Lonardoni.

As lavouras de trigo estão em fase de implantação e nesta safra projeta-se aumento de área. O mercado está aquecido. Com a Covid-19 o consumo de pães, massas e biscoitos cresceu elevando os preços ao produtor em até 41%, atingindo recorde nominal. Por isso a expectativa é aumento de 7% no Paraná e acima de 10% podendo chegar a 25% no Rio Grande do Sul.

Na safra brasileira de 19/20 foram 5,2 milhões de toneladas produzidas e 7,2 milhões de toneladas importadas. Para esta é esperada colheita de 6,9 milhões de toneladas e importação de 7 milhões de toneladas. “No clima projeta-se temporada favorável para o trigo, sem previsão de fenômenos climáticos. Outubro, novembro e dezembro devem ter volume hídrico suficiente para o trigo e a próxima safra deve ser recorde”, observa Cogo.

Panorama e mercado mundial e brasileiro

O trigo é a segunda principal cultura do mundo com 773, 4 milhões de toneladas, cerca de 23% da produção global de grãos. Fica somente atrás do milho (36%) e a frente de soja (11%) e do arroz (15%). Deste total 136 milhões de toneladas são usadas para ração e 616 para consumo humano.

No Brasil o trigo para pão representa 67% do consumo e o país abastece apenas 57% da demanda (uma diferença de 6 milhões de toneladas). Em segundo lugar vem o trigo brando, seguido do melhorador. Essa diferença é suprida pela importação, em sua maioria da Argentina. Os vizinhos hermanos produzem 7% de todo trigo mundial e fornecem entre 75 e 90% ao Brasil. No ano passado vieram para cá 5,7 milhões de toneladas .

O Brasil também exporta mas um volume muito baixo. Em 2019 foi 0,4 milhão de tonelada. Já nesta safra, que mal começou 880 mil toneladas já estão contratadas – a estimativa é 1 milhão de toneladas para exportação. “Poderíamos produzir mais trigo, temos como expandir porque o consumo interno está aquecido. Recomendamos a venda antecipada. tem negócios rentáveis disponível para não correr risco de chegar com um mercado com nível de baixa e já com estoques cheios no fim da safra” aconselha o consultor.

Trigo é sempre boa opção

Maurício de Bortoli sempre apostou na cultura em sua propriedade em Cruz Alta (RS). “A produtividade, o rendimento por hectare que todo produtor almeja está na rotação de culturas e o trigo é uma excelente opção como renda no inverno e traz melhor qualidade aos cultivos de verão”, diz.

O planejamento de área esta estruturado assim: de 25 a 30 % milho para semeaduras no final de agosto; 40 a 50% para soja em outubro; 30% trigo. A aposta no trigo, além de rentabilidade no inverno, ajuda a diluir os custos com a soja, especialmente em anos de estiagem como este, diminuir depreciação de maquinários e aproveitar a mão-de-obra. “ O trigo entra sempre porque não são as culturas de verão que pagam as contas. Uma alternativa foi aumentar em 20% nossa área para diluir os custos da soja e aproveitar os bons preços, garantindo pelo menos os custos de produção com venda futura”, explica o produtor.

O trigo é uma cultura de alta tecnologia e necessita usar de ferramentas que explorem o potencial da cultura. Em uma comparação com a soja, assunto que de Bortoli entende bem já que colheu 123,88 sacas por hectare na safra passada,  a cadeia do trigo deve ser pensada de forma semelhante.

Para bons resultados é necessário pesquisa como em novas cultivares ,conhecimento agronômico e tecnologia que traz redução de custo. “Boa produtividade começa em semeadura bem feita e com calma e não é o que acontece no trigo. É semeado com velocidade elevada, sem qualidade de sementes e eficiência em proteção de cultivos. Hoje a adoção de tecnologia no trigo passa da semeadura até a colheita. Pelo aumento de rentabilidade o produtor tem que se arriscar mais para ter resultados atraentes”, aponta.

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