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Profissionais da saúde atendem pessoas da própria família no pico da pandemia e vivem misto de angústia e emoção em MT


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Desde o início da pandemia, profissionais de saúde vivem inúmeros desafios. Primeiro, tiveram que estudar e entender, em pouco tempo, a ação do vírus e como poderiam amenizar os efeitos da contaminação.

P U B L I C I D A D E

Hoje, eles continuam estudando o vírus e como se manifesta, e ainda lidam com a exaustão física e psicológica, todos os dias, tentando salvar vidas, até mesmo de pessoas da própria família. Nesta luta contra a Covid 19, entram em cena a ciência e também a fé.

A enfermeira Thalita Pauletto atua na UTI Covid-19 de um hospital particular de Cuiabá desde junho do ano passado. Ela conta que teve que lidar com a distância da família e a nova rotina de casa para o trabalho, e do trabalho da casa.

Nesse tempo foram muitas perdas, mas também muitas vitórias. A conversa com os pacientes, a música e a fé, têm sido ferramentas importantes nesse processo.

Enfermeira Thalita Pauletto conta que teve que lidar com a distância da família e a nova rotina entre casa e trabalho — Foto: Arquivo pessoal

Para ela, os momentos mais difíceis, como a intubação de um paciente, por exemplo, são oportunidades pra exercer a empatia. Quando, o paciente recebe alta, o medo e a angústia abrem espaço para a gratidão e a emoção.

“Enquanto eu aplico a medicação, eu falo para o paciente que ele não vai sentir dor e muitas vezes o olhar dele é de medo. Eu acredito em Deus e eu sei que ele faz milagres. A cada recuperação, comemoramos. A nossa alegria é dar alta”, conta a enfermeira.

E quando é alguém da família que precisa de cura? Esse é outro desafio dos profissionais da saúde: equilibrar a razão, o conhecimento, e as emoções, o desejo pela recuperação de uma pessoa próxima.

Profissionais da saúde enfrentam série de desafios na pandemia

A médica emergencista Lettícia Secundino atua na linha de frente em unidades de referência no tratamento da Covid-19 em Cuiabá desde o início da pandemia. Ela participou do tratamento da sogra, que teve 75% do pulmão comprometido, e mais tarde, do primo Thiago Secundino, de 37 anos, que teve 90% de comprometimento do pulmão.

“No caso do Thiago eu estava extremamente confiante na evolução, mas quando vi a tomografia em 90%, eu tive dúvidas se o que eu precisava fazer realmente faria efeito. Tinha a ciência mostrando que a situação do meu primo era delicada e eu tinha a fé. Eu tinha que confiar em Deus e naquilo que eu estava fazendo. A gente começa a ver por outra perspectiva tudo o que muitas famílias estão vivendo”, conta a médica.

Thiago Secundino ficou internado cerca de 10 dias. Hoje continua o tratamento em casa, ao lado da mulher e da filha de 4 anos. Ele diz que, no período em que esteve distante dos familiares, todos eles ajudaram de alguma forma, em pensamento e em oração.

Para a médica Lettícia Secundino, acreditar na cura é um passo importante em cada etapa. “Que todas as palavras de dor que a gente escuta, sejam transformadas em esperança, fé, de que isso vai melhorar.

Aos profissionais da saúde o meu recado é que continuem lutando, não desistam, nosso trabalho faz a diferença na vida das pessoas. Eu sempre falo que onde há vida, há esperança. Se você tem um familiar ou amigo com Covid,  não desista, enquanto tiver vida ali, estaremos lutando por eles”.

G1.globo.com

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