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Agronegócios

Produtores reduziram adubação das lavouras em 2017


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Um estudo realizado pela consultoria INTL FCStone mostrou que a adubação por hectare das oito principais culturas no Brasil (soja, milho, cana, café, algodão, trigo, arroz e feijão) reduziu no ano passado. “O avanço das relações de troca das commodities pelos fertilizantes em 2017 limitou as compras dos insumos durante o ano, reduzindo o investimento em cinco dessas culturas: soja, milho, café, trigo e feijão.”

P U B L I C I D A D E

Segundo o analistas da FCStone, entre as principais culturas brasileiras afetadas, a soja foi a que apresentou menor desvio nas variações anuais da aplicação de fertilizantes, devido à elevada rentabilidade da oleaginosa. “”Em 2017 a adubação da soja teve apenas uma leve queda em relação ao ano anterior: na média do Brasil, foram aplicados 430 kg/ha na oleaginosa, contra 432 kg/ha em 2016 (variação de -0,4%).”

O analista de mercado Fábio Rezende explica que a soja foi favorecida por um avanço relativamente pequeno da sua relação de troca: em setembro, pico das compras de adubos para a soja, eram necessárias 17,47 sacas para se adquirir uma tonelada do formulado 00-18-18 em Rondonópolis, contra 16,20 sacas no ano anterior.

Rezende observa que no caso do milho, embora a intensificação tecnológica tenha reduzido a variabilidade da adubação do cereal, o baixo preço relativo do cereal faz com que flutuações nas relações de troca impactem significativamente o uso de fertilizantes. “Isto ocorre principalmente na safrinha, quando os prêmios do cereal costumam ser menores. Foram aplicadas cerca de 319 kg/ha no milho em 2017, contra 362 kg/ha no ano anterior, recuo de 12,0%.”

O analista destaca que, surpreendendo as expectativas, a adubação por hectare de cana-de-açúcar avançou 3,5% em 2017, para 458 kg/ha. “No ano anterior, uma forte alta das cotações do açúcar fez com que as relações de troca entre o adoçante e os adubos da cana recuassem para as mínimas dos últimos anos, resultando em um avanço de 23,6% na aplicação de fertilizantes em relação à 2015, sendo a cultura que mais expandiu o investimento em insumo no ano.”

Ele observa que em 2017, as cotações do açúcar inverteram a tendência e recuaram, deteriorando suas relações de troca. “Por outro lado, o preço do etanol se manteve num nível favorável às usinas, o que incentivou a compra de fertilizantes no ano”, diz Rezende.

Tendências

Em relação às perspectivas para 2018, a INTL FCStone prevê que, assim como ocorrido no ano passado, os produtores de soja devem reduzir levemente a adubação por hectare, diante de mais um avanço nas relações de troca. “Isso pode ser acentuado pelos problemas logísticos no transporte de fertilizantes ao interior, caso eles não sejam resolvidos em breve”, explica Fábio Rezende. O comércio de fertilizantes segue praticamente paralisado por conta dos elevados preços mínimos de fretes e falta de caminhões nos portos, diz ele.

Segundo Rezende, apesar do preço do etanol manter sua tendência de alta, uma queda mais forte das cotações do açúcar deve também pressionar a adubação por hectare da cana-de-açúcar. “No caso do milho, as relações de troca para a safra de verão se encontram em um patamar semelhante ao do ano passado. Ainda assim, menores compras no início do ano para a safrinha devem impactar o indicador total do ano para o cereal”

Ele observa que há alguns fatores favoráveis para a demanda brasileira de fertilizantes. “A recente valorização do dólar e alta dos prêmios da soja resultaram em boas vendas por parte dos produtores de grãos nos últimos meses, de modo que eles se encontram bem capitalizados, o que pode levar a maiores investimentos em adubação. Ademais, as perspectivas são positivas para a demanda total de fertilizantes, já que a expansão da área agrícola, especialmente a de soja, deve compensar a possível queda na adubação por hectare”, diz Rezende.

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