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Por que grávidas brasileiras morrem mais de Covid-19?


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Um estudo feito com base em pesquisas realizadas pelo Grupo Brasileiro de Estudos de COVID-19 e Gravidez apontou que 124 mulheres grávidas ou que estavam no período do puerpério morreram de Covid-19 no Brasil. Isso significa que o País concentra 77,5% das mortes de mulheres grávidas ou no pós-parto em relação aos casos de todos os outros países do mundo.

P U B L I C I D A D E

A publicação mostra que, durante o estudo, 978 grávidas e puérperas foram diagnosticadas com coronavírus no Brasil. O grupo analisou dados do Sistema de informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) do Ministério da Saúde (MS) sobre as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pelo coronavírus.

As pesquisadoras concluíram que, até o dia 18 de junho deste ano, foram notificadas 160 mortes maternas no mundo todo. Destas, 124 (77,5%) das mortes foram no Brasil. Entre as gestantes e puérperas brasileiras, a mortalidade foi de 12,6%.

Além disso, o estudo ressalta que 22,6% das mulheres que morreram não foram admitidas na UTI, e apenas 64% receberam ventilação invasiva, ou seja, respirador. Dos casos fatais, 14,6% não tiveram nenhum suporte ventilatório.

Por que gestantes estão morrendo de coronavírus?

Em entrevista ao Minha Vida, a obstetriz Mariane de Oliveira Menezes, participante do estudo, afirma que o grupo levantou diversas hipóteses para esta pergunta. As possibilidades vão desde questões prévias à pandemia, como a saúde das gestantes, taxas importantes de comorbidades envolvendo alterações cardiovasculares, diabetes e obesidade, como também a má qualidade do pré-natal realizado no país.

Vale ressaltar também outros pontos importantes em que falta acesso, agravados pelo sistema de saúde. “Há uma demora para as mulheres com Covid-19 conseguirem assistência ou o tratamento necessário dentro das instituições de saúde”, explica a especialista Mariane Menezes.

Segundo ela, não é esperado que uma pessoa que faleceu por Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) numa instituição não tenha ido para a UTI e nem feito uso de intubação e respirador. Entretanto, isso foi encontrado em 14,6% dos casos de mortes relatados pela a pesquisa.

“São fundamentais ações para melhoria do acesso dessas mulheres à instituições de saúde, como uma política de testagem universal (todas as gestantes e puérperas com ou sem sintoma) quando acessam instituições de saúde. Isso faria com que a doença fosse descoberta precocemente aumentando a atenção a seu desenvolvimento”, pondera.

Outro ponto fundamental para a prevenção e controle da doença foi apontado pela obstetriz: os cuidados no pré-natal. “Aumentar o número de UTI obstétricas com profissionais treinados para cuidarem desse público. Também são necessárias garantias trabalhistas e políticas de proteção para garantir o isolamento social da população obstétrica”, completa Mariane Menezes.

FONTE:Minha Vida

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