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Plantas com ferrugem preocupa a safra em Mato Grosso


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A dinâmica da doença e a situação dessas plantas no Estado estão sob avaliação de equipe técnica da Aprosoja. Ferrugem está presente em importantes polos produtores.

P U B L I C I D A D E

Às vésperas do início de mais uma nova safra de soja em Mato Grosso, a 2018/19, a constatação da existência de plantas vivas de soja e contaminadas com ferrugem asiática deixam técnicos em alerta, pois a ponte da doença de uma safra para outra existe e pode pôr em risco toda a produção do novo ciclo, já que a ferrugem se espalha com grande facilidade e tem como uma das suas características a virulência no ataque e a resistência à seca e aos defensivos.

Plantas vivas de soja, as chamadas guaxas que se espalham pelas marginais das rodovias, fazendas e dentro das cidades, foram encontradas com ferrugem em importantes polos produtores de Mato Grosso como, Campos Novo do Parecis, Sinop, Sapezal, Campo Verde, Alto Araguaia e Campos de Júlio (com menos guaxas). Essa ‘sojinha voluntária’ abriga e nutre os fungos que causam a doença, retendo a ferrugem até que novas lavouras estejam estabelecidas, e assim, possam se disseminar.

O diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Wanderlei Dias Guerra, explica que na semana a entidade encerrou mais uma rodada de monitoramento de plantas guaxas de soja nas principais regiões produtoras de Mato Grosso. “Estivemos em Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Alto Garças e toda a Serra da Petrovina, Alto Araguaia, Alto Taquari, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Diamantino, Deciolandia, Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio. Sorriso, Sapezal, Sinop, Campo Novo do Parecis, Campo Verde e Alto Araguaia foram os locais que mais têm plantas de soja voluntária nas ruas e avenidas. Os casos mais graves, no entanto, pela presença de guaxas com ferrugem esporulando, foram encontrados em Campos Novo do Parecis, Sinop, Sapezal, Campo Verde, Alto Araguaia e Campos de Júlio (com menos guaxas)”. Em todas as regiões foram coletadas amostras para análise e em breve a entidade divulgará os resultados.

Ele conta que outros municípios também foram visitados, mas estes citados foram os principais, onde existem mais plantas de soja vivas, as guaxas. “Destaque para cidade limpa, avenidas e ruas bem cuidadas vai de novo para Lucas do Rio Verde. Primavera do Leste também melhorou muito, mas por outro lado, há cidades onde a soja guaxa parece ter sido semeada”, alerta Dias Guerra.

Para minimizar a ocorrência de plantas guaxas e frear a manutenção do fungo causador (Phakopsora pachyrhiz) da ferrugem durante a entressafra, a Aprosoja MT, via sindicatos rurais, tem sugerido ação conjunta com as prefeituras para erradicar as plantas. “Temos enviado as coordenadas geográficas de onde estão as guaxas e alertando que esta é apenas uma amostragem, que há muito mais guaxas no município, especialmente na área urbana e margens de rodovias. Muita coisa já erradicamos na hora, mas precisa muito mais esforço, tamanho é o problema”.

A DINÂMICA – Ele insiste, ano a ano, na importância em se entender a dinâmica da ferrugem nas plantas guaxas. Com as primeiras colheitas, já no final de dezembro e início de janeiro, começam a cair grãos pelas estradas e cidades. É nesse que se instala anualmente o problema. Este é um ciclo que permanece ativo durante praticamente o ano todo.

“Enquanto há chuvas, a ferrugem que está nas lavouras se dissemina para as guaxas e, sem qualquer controle, se mantém ativa e disseminando para as plantas vizinhas e, dali, para as lavouras. A ferrugem das lavouras também se dissemina para as guaxas num ciclo permanente de “troca” de inóculo (que causa a doença)”, explica.

Os plantios tardios, como chama à atenção, especialmente os que têm ocorrido no final de dezembro, tendem a agravar esta situação, pois tratam-se de um inóculo ainda mais virulento, aquele que “escapou” de várias aplicações na safra e também nestes plantios tardios. As guaxas tendem a hospedar este fungo mais virulento que vai se disseminar para a safra seguinte.

Com o início da seca, em abril e maio, a ferrugem estabiliza seu ciclo, mas se mantém ativa nas folhas do baixeiro e nas folhas secas caídas ao solo. Algumas plantas, pela deficiência hídrica, aprofundam seu sistema radicular (raízes), se tornam semi-perenes e mantém ferrugem no baixeiro por muito mais tempo. “É esta ferrugem que encontramos nesta fase do ano”.

Qualquer umidade é suficiente para que essas plantas rebrotarem e se mantenham vivas por toda a entressafra. O mesmo vai acontecendo com as plantas mais novas que vão nascendo lado a lado. As mais novas, via de regra, não têm ferrugem, mas permanecem vivas próximas de plantas mais velhas que têm o inóculo nas folhas de baixo.

“Às vezes, esta guaxa ‘neta’ é filha desta outra guaxa mais velha. Ao se estabilizarem as chuvas e se iniciarem os plantios, esta ferrugem sobe para as folhas superiores das guaxas, passa para as mais novas vizinhas e dali se disseminam para as lavouras. Por esta razão, não tenho dúvida que o inóculo que chega na região é local, fica ativo durante o vazio sanitário bem próximo das lavouras que serão semeadas”, alerta.

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