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Parte de casarão desaba em Cuiabá


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Parte da fachada de um casarão histórico, localizado na Rua 7 de Setembro esquina com a Voluntários da Pátria, em Cuiabá, desmoronou no início da manhã de ontem (29). No imóvel, datado do final do século XIX, funcionou a primeira gráfica e papelaria da capital, conhecida como Gráfica Pêpe. Porém, a edificação estava abandonada e praticamente em ruína, situação que associada a intensa chuva registrada na madrugada contribuiu para o deslizamento.

P U B L I C I D A D E

A queda atingiu fios de eletricidade causando falta de energia nas proximidades da Rua 7 de Setembro, que ficou tomada pelos escombros e foi interditada. Não houve feridos. Mas, o Corpo de Bombeiros não descarta a possibilidade de novos desmoronamentos. “Existe essa possibilidade até por que a edificação está toda comprometida com rachaduras”, informou o tenente José Santana, do Corpo de Bombeiros. “As causas serão apuradas posteriormente. Ainda não sabemos se foi em decorrência da chuva ou por falta de manutenção. De qualquer modo é um patrimônio histórico tombado pela União que está sobre a responsabilidade de um grupo de pessoas”, frisou.

Por lá, outros imóveis vizinhos também seriam periciados. Uma das preocupações é com a sede do Batalhão da Polícia Militar (PM) que fica ao lado do casarão. De propriedade particular, o casarão também fica ao lado de outro que hoje sedia o Museu da Imagem e do Som (Misc). Em reportagem intitulada “Abandono e promessas no Centro Histórico”, publicada em fevereiro de 2018, o Diário relata a situação do imóvel bem como à ausência de políticas integradas de conservação do patrimônio arquitetônico por parte do poder público, de proprietários e herdeiros dos bens particulares, que somem com a burocracia de inventários e dos valores necessários para recuperar os imóveis.

Na ocasião, a casa ainda se encontrava com uma boa estrutura, apesar das infiltrações e trincas em algumas paredes. “A casa mantém lâminas de madeiras pintadas à mão com desenhos de orquídeas e o brasão possivelmente da família”, comentou o técnico em restauração, Adão Rodrigues, que naquela data atuava pela empresa responsável pela reforma do Misc. “Porém, pode ter o mesmo destino que a Casa de Bem-Bem caso não passe por uma intervenção o mais rápido possível, alertava. A Casa Bem-Bem sofreu desmoronamento há dois anos.

Nas redes sociais, internautas do grupo “Cuiabá-MT de antigamente” lamentaram o fato. “Os lindos e antigos casarões estão acabando. Cuiabá 300 anos. E aí? Cadê a conservação e restauração da nossa história?”, indagou Dilzinete Campos. “Em breve será a Casa Orlando”, emendou Rodrigo Monteiro.

Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Cuiabá informou que o desabamento da casa não oferece nenhum risco à estrutura do Misc. “Isso porque a empresa responsável por sua reforma, concluída em 2018, já havia identificado problemas estruturais no imóvel vizinho, tomando todas as medidas necessárias para preservar o museu”, frisou.

Contudo, diante do ocorrido um engenheiro da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, foi enviado ao local para monitorar a situação. De acordo com o titular da pasta, Francisco Vuolo, a queda da casa atingiu fios de eletricidade, causando falta de energia em toda a rua. “Este, portanto, é o único impacto sofrido pelo Museu em decorrência do acidente”, frisou.

O prefeito Emanuel Pinheiro classificou o desmoronamento “como uma perda para história de Cuiabá, que completa 300 anos no próximo mês de abril. “Embora seja motivo de tristeza o que aconteceu com a edificação, agradecemos que nenhuma pessoa estivesse dentro da casa ou tenha sido atingida pelos escombros”, disse. Vuolo informou ainda que a ocorrência deverá ser acompanhada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O Centro Histórico da capital mato-grossense conta com aproximadamente 400 imóveis tombados em conjunto (Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico da Capital), sendo apenas um deles tombado também isoladamente. Neste último caso, trata-se da Igreja do Rosário e São Benedito (tombado em 1975). Esses bens, estão situados em uma área tombada, que compreende, basicamente as Ruas Pedro Celestino (antiga Rua de Cima), Ricardo Franco (do Meio) e a Galdino Pimentel/7 de Setembro (de Baixo) e imediações das Ruas 27 de Dezembro, Cândido Mariano, Avenida Mato Grosso, entre outros.

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