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Parlamentares de Mato Grosso falam o que pensam do ‘Dia da Mulher’ e do feminismo


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Trinta e três parlamentares representam o povo mato-grossense na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Destes, apenas três são mulheres, o que representa menos de 10%. São elas: Selma Arruda (PSL), Rosa Neide (PT) e Janaína Riva (MDB).

P U B L I C I D A D E

Neste Dia Internacional da Mulher, Olhar Direto traz a opinião de cada uma delas sobre a data e sobre o feminismo. Para Selma, a celebração é válida, mas hoje em dia “não tem mais discriminação”. Rosa Neide se diz feminista e quer ao seu lado “também os homens que partilham das mesmas opiniões”. Janaína Riva fez questão de lembrar a importância da sororidade e contar casos de machismo que sofreu e, ainda hoje, sofre na AL/MT.

A juíza aposentada e hoje senadora que, em 2018, disse em entrevista ao Olhar Direto que não tinha propostas para mulheres porque “não era seu foco”, e no mesmo ano disse “não sou feminista, sou feminina”, afirmou desta vez que acha a celebração do dia “um ato válido”.

“Eu acho que a celebração deste dia é um ato válido, é uma coisa que o mundo inteiro tem que parar para pensar na morte daquelas mulheres, naquela tragédia que foi necessária para que as mulheres fossem vistas. Mas a gente já está no século 21, nós estamos absolutamente livres de qualquer proibição ou de qualquer amarra. Hoje uma empresa não pode contratar duas pessoas e pagar mais para o homem e menos para a mulher, hoje você não tem mais discriminação. A política, por exemplo, hoje tem cotas, que eu sou contra, mas que são avanços femininos que tiveram nos últimos anos. Eu vejo com muita alegria essa data, parabenizo a todas as mulheres, que são guerreiras, que estudam, que trabalham e que ainda dão expediente quando chegam em casa e dão conta disso tudo com um sorriso no rosto. Muita força, fé e que a gente continue todas nós com essa força que Deus nos deu”, afirmou.

A professora e ex-secretária de Educação Rosa Neide (PT), eleita deputada federal, tem outra visão. Para ela, o feminismo foi e é importante, mas é preciso diferenciá-lo do ‘ódio aos homens’. “Para os avanços das mulheres na história, os grupos feministas foram muito importantes. Só que atualmente, não é um feminismo de mulher contra homem, se passou muito isso de dizer este é meu lugar e fazer o enfrentamento. Hoje não, hoje a bandeira do feminismo é a ocupação do espaço da mulher ao lado dos homens que reconhecem que a mulher é um ser humano, uma cidadã, que tem tanto direito quanto. Eu me considero uma feminista que ao meu lado quero também os homens que partilham das mesmas opiniões. Tem muito homem que defende as bandeiras feministas”, disse.

Ainda para a professora, o medo de alguns em se declarar feminista e o ‘ódio’ de outros ao termo vêm da falta de compreensão. “Eu acho que isso é uma coisa de um recuo, quando você confunde as coisas. Falta clareza de qual é o papel do movimento feminista. Se confunde muito o termo feminista como alguém que queira fazer algum tipo de desordem. Não. As feministas do mundo de hoje são mulheres esclarecidas que querem participar da luta política, da luta social, da luta por mais emprego, que respeita a família, que são mães – ou não são mães, depende da opinião particular de cada uma – e que respeita a mulher. Nesse grupo de feministas tenho meu espaço e gosto de participar”, afirma.

Janaína Riva, deputada mais votada na última eleição, fez uma postagem em seu Instagram levantando o debate sobre sororidade, ou seja, em suas palavras, “a ideia de empatia entre nós mulheres, de companheirismo, a ideia de que nós precisamos apoiar umas às outras para buscarmos juntas a liberdade e o direito que queremos”. A deputada contou sobre casos de machismo que sofreu e ainda sobre no parlamento estadual e pediu para que as mulheres sejam as primeiras a se respeitarem.

“Eu continuo sofrendo com comentários pejorativos aqui dentro. Que deixam de levar em consideração as dez leis sancionadas que eu tenho, o trabalho que eu desenvolvo aqui dentro e o fato que em meio a 23 homens eu consiga me destacar. Só tem uma mulher. Eu já vi deputado quebrar mesa, eu já vi deputado quebrar cadeira, eu já vi deputado transtornado aqui dentro, e nunca vi ninguém tratar com tema pejorativo nenhum homem aqui dentro da Assembleia. Já falaram que eu sou fantoche do meu pai, já falaram que eu não tenho capacidade de estar aqui, já fizeram comentários sobre o jeito que eu me visto, sobre o jeito que eu me comporto, já fizeram comentários como ‘que eu trato a Assembleia e a tribuna como uma extensão da minha penteadeira’, que eu uso a Assembleia para fazer desfile de moda, e foi dito nos últimos dias que eu sou desequilibrada emocionalmente. Esse ultimo adjetivo soou pra mim como aquelas frases de muito mal gosto que você fala pra uma mulher: ‘nossa, tá nervosa, tá de TPM hoje?’; ‘nossa, como você está emotiva’. Então meu desejo nessa semana é que essa mudança comece por nós, e que nós possamos fazer um trabalho de reflexão, porque se não começar por nós mulheres, por quem vai começar? Se não formos nós por nós mesmas, quem será por nós? Feliz dia internacional da mulher pra todas vocês”.

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