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Paralisação continua pelo 9º dia em Mato Grosso


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A exemplo de todo país, as divergências entre os representantes dos caminhoneiros mantinham Mato Grosso pelo nono dia mergulhado na incerteza de normalização do abastecimento de produtos nos mais diferentes setores da economia. O Estado ainda ontem contava com 30 pontos de concentração causando impactos desde o fornecimento de combustíveis ao de alimentos, medicamentos para os hospitais e de rações, consequentemente no abate, para a produção bovina, suína e aviária.

P U B L I C I D A D E

Ontem, o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, a exemplo de outros nove terminais aeroportuários do país, amanheceu enfrentando a falta de combustível. Contudo, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informava que os aeroportos estavam abertos e com condições de receber pousos e decolagens.

No caso do Marechal Rondon, a informação era de que o terminal tinha autonomia para pousos e decolagens até esta quarta-feira, quando deve chegar o novo carregamento de combustível escoltado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Apesar disso, quatro voos foram cancelados e/ou remarcados. “Nos terminais em que o abastecimento está indisponível no momento, as aeronaves que chegarem só poderão decolar se tiverem combustível suficiente para a próxima etapa do voo”, destacou a Infraero.

Pelo país, o protesto dos caminhoneiros seguia em 23 estados e o Distrito Federal. No Estado, o número de pontos de concentração dos manifestantes oscila, mas o dia começou com 30 locais de paralisação ao longo das rodovias federais.

Em diversos bloqueios os grevistas denunciavam o governo e a corrupção na política, e defendiam uma \”intervenção militar\”. Pela manhã, a PRF informou que cerca de 60 caminhões conseguiram transpor o bloqueio em Rondonópolis (210 quilômetros, ao sudeste da capital mato-grossense) em direção à Cuiabá.

Porém, aproximadamente 500 caminhoneiros desejavam seguir viagem, mas nem todos conseguiram e, com isso, os policiais continuavam mediando e negociando a liberação dos motoristas que pretendiam deixar os pontos de manifestação.

A expectativa de retomada geral do abastecimento, especialmente, dos postos de combustíveis começou no último domingo após o governo federal ter cedido às reivindicações dos caminhoneiros. Três medidas provisórias (MPs) para atender os pedidos da categoria foram publicadas numa edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

O presidente Michel Temer anunciou uma redução de 46 centavos por litro de diesel durante 60 dias, junto a outras medidas negociadas com os sindicatos. \”Nossa vocação é do diálogo, da conciliação e do ajuste, que é o que fizemos nesta semana. E eu tenho absoluta convicção de quem em um ou dois dias essa greve deve cessar\”, afirmou Temer em sua conta no Twitter.

Com isso, a expectativa é de normalização nas rodovias o quanto antes em todo o território nacional. Mas, apesar do consenso entre entidades em Brasília de que o governo cedeu o suficiente, os movimentos espontâneos seguiram pelas estradas de todo o país.

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, que havia rejeitado as primeiras concessões do governo, se disse satisfeito com as medidas anunciadas no domingo pelo presidente Michel Temer.

Segundo ele, os atuais bloqueios têm uma agenda política. \”Não são mais os caminhoneiros que estão em greve. Há um grupo muito forte de pessoas que querem derrubar o governo. Não tenho nada a ver com estas pessoas, e também não os caminhoneiros autônomos\”, disse.

Já o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros, José Araújo Silva, disse que alguns profissionais da área continuavam parados por falta de comunicação. \”Mas, não há mais motivos para se continuar com a greve\”, declarou.

Ainda assim, os postos de combustíveis continuavam sendo abastecidos devido as escoltas feitas pela PRF dos caminhões-tanques. Ontem, as filas foram pequenas nos postos da Grande Cuiabá. O etanol continua escasso nos postos de combustíveis.

VOOS – Por meio de nota, a Infraero, que administra um total de 54 aeroportos, informou que continuava monitorando o abastecimento de querosene de aviação por parte dos fornecedores que atuam nos terminais. “A empresa alertou aos operadores de aeronaves que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível nos terminais de origem e destino”, frisava na nota.

Além do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, também estavam com o problema São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Aracaju (SE), Foz do Iguaçu (PR), Paulo Afonso (BA), Palmas (TO), e Imperatriz (MA). “A Infraero está em contato com órgãos públicos relacionados ao setor aéreo para garantir a chegada dos caminhões com combustível de aviação aos aeroportos administrados pela empresa”.

Aos passageiros, a Infraero recomenda que procurem suas companhias para consultar a situação de seus voos. Aos operadores de aeronaves, a empresa orienta que planejem seus voos de acordo com a disponibilidade de combustível na rota pretendida. “A Infraero compreende o direito de manifestação, mas entende que os protestos devem ocorrer sem afetar o direito de ir e vir das pessoas, bem como a segurança das operações aeroportuárias”, frisou.

PRESSÃO – Representantes de 18 entidades de produtores agropecuários e empresas transportadoras foram ao Congresso nesta terça-feira (29) pressionar o governo por prisões do que chamaram de terroristas infiltrados nas mobilizações. Além disso, afirmaram que o risco de faltar comida no país é real se a paralisação das rodovias, que já está no nono dia, não for suspensa.

\”Há bandidos infiltrados nestes movimentos que não estão deixando o povo trabalhar. Isso não é justo. A polícia, o governo, o Exército, a Polícia Federal, seja quem for, não há nenhuma prisão até agora e os relatos estão sendo todos passados para o gabinete de crise. Está na hora de agir. Os frigoríficos estão parados e vai faltar comida\”, disse Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que esteve com o presidente Michel Temer no domingo (27), horas antes do anúncio do acordo com os caminhoneiros.

Segundo ele, mais de um milhão de aves estão morrendo por falta de alimentação e isso pode afetar o Brasil no exterior, já que o país tem 40% do mercado global.

\”Esta situação está passando do limite. Agora, já não é uma situação de protesto ou não. É uma situação política, exacerbada, de gente oportunista se infiltrando contra os bons caminhoneiros que agora querem voltar a trabalhar\”, afirmou Santin.

Elizabeth Farina, diretora-presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) disse que, a partir desta terça-feira, as 150 usinas de cana-de-açúcar estão deixando de operar, o que deixa em risco 310 mil empregos.

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