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Pandemias poderão causar danos bilionários nos próximos anos


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As pandemias poderão causar perdas financeiras anuais de 0,7% do PIB global (US$ 570 bilhões) nos próximos anos, uma ameaça similar àquela causada pelas mudanças climáticas.

P U B L I C I D A D E

Por isso, a comunidade empresarial deve contribuir mais para gerenciar o risco e o impacto dos surtos de doenças infecciosas nas sociedades, por meio de cooperações público-privadas.

Os dados vêm de um relatório do Instituto de Saúde Global de Harvard divulgado no Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos (Suíça).

Desde 2011, o mundo registrou em média 200 epidemias por ano. A tendência é que elas se intensifiquem em razão do aumento do comércio, das viagens, da densidade populacional, do deslocamento humano, do desmatamento e das mudanças climáticas.

O documento descreve o risco comercial representado por essa nova era de epidemias, caracterizada não só pelo aumento do número de eventos, mas também pela diversidade deles (influenza, ebola, zika, febre amarela, SARS, bactérias resistentes a antibióticos entre outros).

“Os líderes empresariais precisam entender melhor os custos esperados das epidemias, mitigá-los e fortalecer a segurança sanitária de maneira mais ampla”, disse Vanessa Candeias, coordenadora do relatório e membro do comitê executivo no Fórum Econômico Mundial.

Usando dados das pandemias de influenza do século 20, o relatório estimou o impacto em cerca de US$ 60 bilhões.

Já a epidemia de ebola ocorrido entre 2014 e 2016 na África Ocidental teria custado US$ 53 bilhões. E os surtos da MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio, uma doença respiratória contagiosa e, às vezes, fatal), em 2015, na Coreia do Sul, mais US$ 8,5 bilhões.

No Brasil, uma pesquisa da Fiocruz estimou que a carga econômica da síndrome congênita do zika para o Brasil, ao longo de dez anos, será de quase R$ 800 milhões.

Entre outros números, foram levados em conta gastos do governo com saúde e assistência, além do custo das famílias. Na comparação de crianças com a síndrome e sem ela, as primeiras tiveram em um ano, 422% a mais de consultas médicas e 1.212% de consultas com outros profissionais de saúde.

De acordo com o Banco Mundial, apenas 39% das perdas econômicas estão associadas a efeitos em indivíduos infectados. A maior parte dos custos são resultantes da mudança de comportamento de pessoas saudáveis a medida em que elas buscam evitar a infecção (com exames, vacinas e remédios, por exemplo).

Embora prever onde e quando o próximo surto ocorrerá ainda seja uma ciência em evolução, é possível identificar fatores que tornam as empresas vulneráveis às perdas financeiras resultantes de doenças infecciosas.

Localização geográfica da força de trabalho, a base de clientes e a cadeia de suprimentos, bem como a natureza e a estrutura dos seus negócios, podem ajudar a empresa a estimar a sua vulnerabilidade a epidemias.

“Uma ameaça é a doença e sua incerteza, a outra é o medo da doença em si ou do pânico desinformado. Como visto em epidemias passadas, a desinformação relacionada à saúde pode se espalhar tão rápido quanto os vírus para minar ou interromper os esforços gerais de resposta médica”, diz Peter Sands, do Instituto de Saúde Global de Harvard e diretor-executivo do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.

Segundo ele, a prontidão efetiva para surtos exige uma parceria público-privada confiável, especialmente em locais onde as capacidades do governo são limitadas pela falta de confiança e de recursos.

“As empresas podem ajudar a mitigar os impactos humanos e econômicos potencialmente devastadores das epidemias, protegendo ao mesmo tempo os interesses de seus funcionários e as operações comerciais.”

Para Sands, quando os líderes empresariais estiverem mais conscientes do que está em jogo, talvez haja um diálogo diferente sobre a saúde global. “É um tópico que raramente está no radar deles, que seja digno de atenção.”

Além do relatório, a equipe de pesquisa produziu um protótipo de painel de risco de doenças infecciosas corporativas, destinado a permitir que as empresas visualizem estimativas de custos esperados para seus negócios associados a epidemias. Com informações da Folhapress.

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