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Padre Arnaldo Rodrigues: “ajudar a cuidar das mídias do Papa é uma grande responsabilidade”


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Pertencente à Arquidiocese do Rio de Janeiro, Padre Arnaldo Rodrigues está há 6 anos morando em Roma por conta dos estudos. Mestre pela Universidade Santa Croce (Roma) e doutorando em comunicação na Sapienza Università di Roma, durante o período de estudos, ele é também colaborador Dicastério (similar aos ministérios brasileiros) de Comunicação do Vaticano. Atuando no Vatican News, no setor de língua portuguesa, que conta com uma equipe de 13 pessoas. O trabalho? Atualizar o mundo, via redes sociais, sobre tudo que diz respeito ao Papa Francisco, ao Vaticano e à Igreja Católica.

P U B L I C I D A D E

Em entrevista ao LIVRE, o Padre Arnaldo falou sobre um assunto que já citou algumas vezes: o uso de novas linguagens para falar sobre um mesmo conteúdo, a mensagem de Jesus Cristo e do cristianismo.

“Hoje nós estamos vivendo o mundo das redes sociais. Nós estamos inseridos nesse contexto, nessa realidade, nessa cultura. Por isso, quando falam mesmo conteúdo e novas linguagens, é que estão sempre falando da mensagem de Jesus Cristo, utilizando essa nova realidade das redes sociais”.

Nessa edição do 5 perguntas para, ele também falou sobre a saudade que sente do curto, porém agradável, período em que viveu em Cuiabá. Confira os principais trechos da entrevista:

1 – Como é ser o “social media” do Papa? Quando o senhor passou a ser responsável pelas redes sociais dele?

Não sou o responsável pelas redes sociais do Papa, eu sou apenas um dos colaboradores que fazem parte de um grande time. Há seis anos, sou colaborador do Vatican News. Os trabalhos são realizados em uma grande equipe. Somos 13 pessoas divididas em mídias sociais, rádio vaticano e Vatican News.

2 – O Papa mesmo escreve as publicações? E quais os maiores desafios de gerenciar as redes sociais do Papa?

Não é ele que escreve propriamente, mas é ele que autoriza. Ele sempre verifica as mensagens tiradas das suas próprias palavras. E a partir daí, todas as postagens são feitas.

Creio que ajudar a cuidar das mídias do Papa é uma grande responsabilidade, pois sua palavra tem um impacto a nível mundial. Todas as palavras e imagens devem ser muito precisas para colaborar nessa cultura que o Papa fala, que é a cultura do encontro.

Um grande desafio é combater as fake news e manipulações que são feitas das palavras do Papa. Mantendo, assim, a aproximação do Papa com os fiéis e seguidores.

3 – Qual foi a mensagem mais esquisita, engraçada ou diferente que já chegou nas redes sociais do Papa de seguidores e fiéis? E qual é o país com maior engajamento?

Certa vez, recebemos um e-mail perguntando se era verdade que o Papa ia criar uma nova bíblia. Tem algumas coisas absurdas que as pessoas acreditam.

Um dos países com mais engajamento é o Brasil. Por exemplo, no Instagram, o Brasil é o maior país em engajamento. O Papa se comunica em 9 idiomas pelas plataformas de redes sociais. E para a Rádio Vaticano e o Vatican News são mais de 40 línguas.

4 – O senhor me disse que já morou em Cuiabá, sente saudade dessa época?

Morei 2 anos em Cuiabá. Foi uma das experiências mais ricas da minha vida. Experiência com a cultura, natureza e principalmente com as pessoas que lá vivem. Pude conhecer muitas famílias e tive uma excelente experiência. Guardo uma imagem muito positiva de Cuiabá, até mesmo o clima quente me deixou uma recordação muito positiva.

Sempre que posso, uma vez por ano, quando vou ao Brasil, separo uns dias pra visitar as famílias e os amigos que fiz por lá. É uma cidade rica, não somente pela natureza, mas rica pela acolhida desse povo de coração grande, uma gente muito carismática. Cuiabá está no meu coração.

5 – Que mensagem o senhor deixaria para os leitores do LIVRE?

A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber de outros. Os mass-media podem ajudar-nos nisso, especialmente nos nossos dias, em que as redes da comunicação humana atingiram progressos sem precedentes. Particularmente, a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus. (Papa Francisco – Dia Mundial das Comunicações Sociais 2014).

As tecnologias criam possibilidades ainda maiores de encontro. E do encontro verdadeiro. Não pode existir essa imagem de que real é o humano e o virtual não é real. A comunicação presencial e virtual devem expressar realmente o encontro verdadeiro. E esse encontro pleno de responsabilidade e de doação um ao outro. Só assim é possível fazer uma comunicação sincera, uma comunicação que possa valer a pena e que preencha a relação das pessoas.

O meu desejo é que todos os leitores e todos que trabalham com comunicação, possam sempre pensar que nós devemos ajudar a fomentar essa cultura positiva da comunicação, combatendo o que precisa ser combatido, criando, verdadeiramente, a cultura do encontro entre as pessoas. Pois, a partir, daí colheremos todos os benefícios de uma comunicação capaz de elevar ainda mais o respeito e a dignidade humana.

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