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Os Significados da Páscoa


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Desde criança (faz tempo), ouço dizer: “Não se come
carne na Sexta-Feira Santa porque é Sexta-Feira Santa.”
É uma das provas como a cultura, a tradição, os
dogmas, contagiam-nos a ponto de considerarmos, com
efeito cogente, uma norma religiosa, psicologicamente
imperdoável em caso de contrariá-la.
… E o Zé falou aos muitos amigos que o
acompanhavam, no Dia Santo: -“Então vamos matar uma
galinha e um peixe!! Pelo menos o assassinato deles é
isento de pecado e culpa, porque hoje é Sexta-Feira Santa.
Deixa comigo que eu mesmo os mato.”
No dia seguinte, Sábado, Zé e os demais amigos que
comeram os bichinhos de “carne diferente” colocaram-se
ao lamento, às lágrimas, ao arrependimento, por terem
comido, sem perceber, em um dia santo, dois filhinhos de
Deus

P U B L I C I D A D E

(Dia Santo, com carne, não pode! – Mauro Felippe, extraído do livro Espectros)

A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais. A origem desta comemoração remonta muitos séculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do hebraico pesah, que significa passagem.

Já na Grécia Antiga, este termo também é encontrado como Paska. A palavra tem sua origem ligada à religiosidade e significa “alimento”, ou seja, o fim do jejum da Quaresma.

Antigamente, nesta data, os antigos povos pagãos (Celtas, Fenícios, Egípcios, etc.) festejavam a chegada da primavera e o fim do inverno. Naquele contexto, essa celebração simbolizava a sobrevivência da espécie humana.

Essa Festa era celebrada, principalmente, na região do Mediterrâneo, durante o Mês de Março. Geralmente, a comemoração era realizada na primeira lua cheia da época das flores. Entre os povos da antiguidade, o fim do inverno e o começo da primavera era de extrema importância, pois estava ligado a maiores chances de sobrevivência em função do rigoroso inverno que castigava a Europa, dificultando a produção de alimentos.

Páscoa na liturgia Cristã

A comemoração que relembra a crucificação e celebra a ressurreição de Jesus Cristo, celebração da Páscoa, acontece durante a Semana Santa, período do Cristianismo que tem início no Domingo de Ramos, dia que marca a entrada de Cristo em Jerusalém. Ela é considerada uma das mais importantes datas comemorativas que simboliza uma nova vida, nova era, esperança. Já a Quaresma representa os 40 dias que antecedem a Páscoa, e corresponde a uma forma de penitência realizada pelos fiéis cristãos. É comum as pessoas fazerem promessas durante esse período e absterem-se de carnes vermelhas.

-Mas, por que algumas pessoas não comem carne vermelha na Sexta-Feira Santa? Conhecido também como Sexta da Paixão, é um dia reservado para a prática da abstinência, onde os católicos reservam para o reconhecimento do sacrifício de Jesus Cristo. Segundo as escrituras da Bíblia, Jesus viveu e morreu para salvar todas as pessoas de seus pecados.

Por isso, a Igreja Católica recomenda aos fiéis que reconheçam o sacrifício que foi a vida daquele que dá nome ao cristianismo. A abstinência de carne vermelha, presente no cardápio da maioria das pessoas, e o jejum, são algumas das recomendações. Mas, ao contrário do que muitos pensam, a Igreja recomenda que todas as sextas-feiras do ano sejam reservadas à abstinência de carne e não apenas àquela considerada Santa. Já a tradição de comer peixes na Sexta-Feira Santa é, portanto, apenas uma cultura cultivada pelas pessoas há muitos anos, com base no Código de Direito Canônico, o Livro que rege as regras da Igreja Católica.

É válido frisar também, que, a data de comemoração varia dos dias 22 de Março (data do Equinócio) a 25 de Abril. A semana que antecede o Domingo de Páscoa é denominada de “Semana Santa”. Essa variação de datas acontece porque a Páscoa não cai no mesmo dia todo ano, pois é comemorada no primeiro domingo de lua cheia após a entrada da primavera no Hemisfério Norte (no Hemisfério Sul é início de outono).

O símbolo do Coelho e dos ovos

O que a reprodução tem a ver com os significados religiosos da Páscoa? Tanto no significado Cristão quanto no de outros segmentos, esta data relaciona-se com a esperança de uma vida nova. Já os ovos de Páscoa também estão neste contexto da fecundidade e da vida.

No ponto de vista pagão, derivado do inglês, Easter, que significa Páscoa, está intimamente ligado aos cultos da deusa da fertilidade da mitologia nórdica e germânica. Acredita-se que o coelho e os ovos coloridos surgiram daí, uma vez que são símbolos de renovação da deusa e nascimento em diversas culturas. Então, desde a antiguidade, ele, o coelho, está associado à troca de ovos realizada por muitos povos, como símbolo de sorte.

Sobre o autor: Natural de Urussanga/SC, o advogado Mauro Felippe já chegou a cursar Engenharia de Alimentos antes de se decidir pela carreira em Direito. Autor das coletâneas poéticas Nove, Humanos, Espectros e Ócio, já preencheu diversos cadernos em sua infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados (a predileção pelo segundo evidente em sua escrita). As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas que compreende no dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos da advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. Por fim, pretende com a literatura viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor. Participante assíduo de feiras literárias, já esteve como expositor na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2016 e Bienal Internacional do Livro do Rio 2017.

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