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Obesidade tira homens e mulheres do mercado de trabalho


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A obesidade é o terceiro ônus social mais caro no mundo, atrás apenas do fumo e da violência provocada pelas guerras e pelo terrorismo. Estimativas recentes apontam que o custo dessa doença à economia global supera US$ 2 trilhões a cada ano, quase 3% do PIB mundial. No país que tem a maior taxa de obesidade do mundo, os Estados Unidos, estudos comprovam uma das vertentes perversas dessa realidade: homens e mulheres acima do peso tem mais dificuldade de arrumar emprego. Apesar de não ter ainda nenhum estudo formal sobre o tema no Brasil, a realidade mostra que por aqui não é muito diferente. O aumento dos ponteiros na balança também é uma barreira encontrada pelos pacientes portadores de obesidade mórbida na hora de conseguir um trabalho.

P U B L I C I D A D E

É o caso do analista de segurança de ambientes de internet Rodrigo Teixeira da Cruz, de 37 anos, morador da Ilha do Governador, Rio de Janeiro. Ele ficou três anos sem emprego, sustentando a família com pequenos serviços informais. Além da dificuldade natural por conta da crise econômica que ainda faz parte da realidade do país, ele acredita que o excesso de peso contou para isso.

“Eu percebia que ia para algumas entrevistas, mas não era escolhido por conta da obesidade, principalmente quando o trabalho era na rua. O aumento do peso chegou aos poucos na minha vida. Há dois anos, descobri que estava com pressão alta, sentia dores e dificuldades de locomoção. Em 2015, ganhei de 20 a 25 quilos e cheguei a pesar 160 quilos. Foi nesse momento que me dei conta que precisava cuidar da minha saúde”, revela Rodrigo.

Operado há mais seis meses pela equipe do dr. Cid Pitombo, coordenador do Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica do Rio de Janeiro, Rodrigo já perdeu 45 Kg e há um mês está empregado em uma empresa de tecnologia portuguesa.

“O nosso objetivo é conseguir devolver à sociedade pessoas com saúde melhor, que não trabalhava e que tinha baixa autoestima e não tinha vida afetiva. Agora eles tem uma vida nova” – afirma o médico Cid Pitombo.

“Estou no melhor momento da minha vida. Hoje sou uma pessoa feliz e com a saúde em dia. Tenho o trabalho que sempre quis e meu casamento que sempre foi bom, agora está muito melhor. A cirurgia não mudou só a minha vida, a da minha família também. Não quero que meus filhos sejam obesos, por isso somos rigorosos com a alimentação deles”, conta Rodrigo, pai do Pedro, de 14 anos, e da Flávia, de 10.

Pacientes do dr. Cid Pitombo no SUS perderam juntos mais de 100 toneladas – Desde 2010, quando a equipe de Cid Pitombo criou o Programa de Cirurgia Bariátrica no Hospital Estadual Carlos Chagas, no Rio de Janeiro, foram operados mais de 2.400 pacientes moradores de todas as regiões do estado do Rio de Janeiro. A média de atendimentos ambulatoriais está sendo mantida em 2 mil/mês e a taxa de sucesso é de 99%.

A equipe do Programa é multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas. A cirurgia não é o objetivo principal e sim a qualidade de vida e a mudança de hábitos. Mais de quatro mil pacientes estão sendo acompanhados pela equipe do Programa. Estudo feito pela equipe do dr. Pitombo apontou que a vida sexual e financeira dos ex-gordinhos só melhorou após a cirurgia. Cerca de 40% dos pacientes afirmaram que a vida sexual passou de ruim para muito boa. Outros 14% disseram que a vida entre quatro paredes passou de boa para muito boa. Os novos magrinhos também relataram aumento de mais de 30% na renda familiar.

Perfil do especialista – Há quase 25 anos, ao sair da faculdade, Pitombo foi para os Estados Unidos se especializar em cirurgia laparoscópica. Voltou ao Brasil cinco anos depois para aprender sobre cirurgias da obesidade e, ao final do mestrado e doutorado, rodou grandes centros de cirurgia bariátrica nos EUA. Logo percebeu que os conhecimentos sobre laparoscopia e obesidade eram uma área a ser explorada. Juntou-se aos grandes nomes da cirurgia bariátrica, experimentou diferentes técnicas, operou e deu aulas em diversos países e se tornou referência no Brasil em cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, técnica que utiliza em todas as unidades em que opera. O procedimento é menos invasivo e proporciona recuperação mais rápida do paciente.

Como ter acesso à bariátrica pelo SUS – Para se candidatar à cirurgia bariátrica no programa do Estado, o paciente deve procurar um atendimento ambulatorial próximo de sua casa para que um médico avalie a necessidade da cirurgia. Se a operação for indicada, o médico da atenção básica deve inserir o paciente na Central Estadual de Regulação, que faz o encaminhamento para o Programa de Cirurgia Bariátrica do dr. Cid Pitombo. As regras da fila são estipuladas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado de Saúde.

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