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Saúde

O que é carga viral e como ela influencia na gravidade da Covid-19?


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Nesta semana, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicou um artigo afirmando que o contato com uma pequena quantidade de carga viral do novo coronavírus seria capaz de induzir a formação de imunidade contra a Covid-19 mesmo em pessoas assintomáticas ou com sintomas leves da doença. Mas afinal, o que é carga viral?

P U B L I C I D A D E

Em algumas doenças causadas por vírus, como HIV e hepatite C, é possível detectar as partículas virais no sangue ou em outros fluidos coletados em exames laboratoriais e determinar sua quantidade por mililitros. Médicos observaram que a gravidade dessas enfermidades pode ser determinada, então, por essa relação, conhecida como carga viral.

Estudos preliminares confirmam essa ligação também com o novo coronavírus. “Aparentemente, pegando como gancho outros coronavírus e alguns estudos de pacientes que evoluíram para a forma grave na Covid-19, vimos que eles têm maior carga viral”, conta a médica infectologista do Hospital Águas Claras Ana Helena Germoglio.

Quanto maior é a exposição às cópias virais (partículas de vírus) em gotículas expelidas na tosse ou espirro suspensas no ar ou em superfícies como maçanetas, por exemplo, após a passagem de um paciente da doença, maiores são as chances de uma pessoa saudável adoecer e evoluir para a forma grave.

Assim como usar máscara, lavar as mãos com frequência e manter o distanciamento social são medidas fundamentais para reduzir o contato com o vírus e o risco de contaminação. Quando ocorre, são maiores as chances de ela se desenvolver na forma leve ou assintomática.

“A máscara nos ajuda como um fator filtrante para a inalação de menor quantidade de vírus. E se a gente tem um sistema imune em pleno funcionamento, em tese, ele poderia conter a multiplicação do vírus”, explica a infectologista. Mas ela ressalta que, além da carga viral, outros denominadores são diretamente relacionados à evolução do quadro, como doenças preexistentes, obesidade e idade avançada.

O médico David Urbaez, infectologista do Laboratório Exame e diretor científico da Sociedade de Infectologia do DF, lembra do baixo número de casos registrados nos países do Sudeste Asiático, onde o uso da máscara é uma tradição. “A máscara não é para nos proteger, é para proteger o outro. Quando você coloca uma barreira mecânica entre a sua secreção e a pessoa suscetível, você acaba transmitindo com cargas virais menores e então gerará uma onda de casos menor e com menos clínica”, diz.

Junto a isso, vem a importância de manter o distanciamento social. “Quanto mais próximo você está, maiores são as chances de infectar e com maior carga viral. Quando se está a dois metros, você praticamente bloqueia a transmissão por gotículas. Por isso a gente insiste tanto para que as pessoas não fiquem próximas”, conclui Urbaez.

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