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O que atrapalha o tratamento da obesidade, segundo uma pesquisa


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obesidade é um problema crônico descrito no CID (Classificação Internacional de Doenças) e com diretrizes oficiais de tratamento. Mesmo assim, quem está muito acima de peso tem dificuldade de encontrar assistência médica adequada e respeitosa, e pode esperar anos até encontrar ajuda de verdade.

P U B L I C I D A D E

É o que indica um novo estudo observacional, que envolveu cerca de 15 mil pessoas com obesidade e mais de 2,7 mil profissionais de saúde de 11 países. Encomendado pela farmacêutica Novo Nordisk, o levantamento se baseou em questionários online e foi publicado no periódico científico Diabetes, Obesity and Metabolism.

Trata-se da maior investigação já produzida sobre a percepção que os profissionais de saúde e os pacientes têm dessa encrenca, bem como que atitudes tomam em relação a ela. Por exemplo, oito em cada dez obesos acreditam que emagrecer é uma responsabilidade exclusivamente individual e, assim, passam seis anos em média tentando perder peso sozinhos antes de levar a questão ao consultório.

“A obesidade é um dos desafios de saúde mais complexos enfrentados hoje, mas a abordagem para o seu tratamento é insuficiente em comparação com outras doenças crônicas”, comentou, em comunicado à imprensa, o endocrinologista brasileiro Walmir Coutinho, um dos autores do ACTION IO (nome oficial do estudo) e ex-presidente da Federação Mundial de Obesidade.

Mitos sobre obesidade atrapalham o tratamento

Culpar a pessoa pelo seu excesso de peso parece ser um dos fatores que mais atrapalha o emagrecimento e a manutenção da forma física. Na pesquisa, 71% dos profissionais de saúde disseram acreditar que obesos não estão interessados em perder peso. Acontece que só 7% dos sujeitos com excesso de gordura no corpo afirmaram não ter mesmo interesse em emagrecer.

Outra discrepância detectada: 81% dos respondentes haviam feito ao menos um esforço sério na vida para controlar o peso. Já os profissionais de saúde acreditavam que apenas 35% de seus pacientes tinham se empenhado. Essa crença na falta de vontade pode construir uma barreira para conversas sérias e realistas sobre o assunto.

Tanto que 68% dos indivíduos com obesidade gostariam que o médico puxasse o papo – só 3% se sentiriam ofendidos pelo tópico. Quando o diálogo ocorreu, geralmente os profissionais tendiam a recomendar mudanças genéricas no estilo de vida, porém, de acordo com a análise dos pesquisadores, faltaram encaminhamentos para outros especialistas e consultas de acompanhamento.

Fora isso, a maneira como o diálogo é conduzido faz toda a diferença. Reforçar o estereótipo enganoso de que “o obeso é preguiçoso”, nem que nas entrelinhas, só fará mal ao paciente.

Além de trabalhar esses estigmas, é preciso encarar os outros fatores sociais que depõem contra o controle do peso. Incentivar um estilo de vida saudável deveria ser prioridade no âmbito governamental. Entram na lista de medidas que ajudam políticas públicas para controle de açúcar e sódio na indústria alimentícia, o estímulo e acesso aos alimentos in natura e incentivo à prática de atividades físicas.

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