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O Conhecimento dos Ateus – Por Thomas Lachenmaier


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Deus se revelou a cada pessoa ainda antes que esta tivesse algum interesse por ele. Sobre ateus e seu envolvimento com o conhecimento latente a respeito de Deus.

P U B L I C I D A D E

Há um conhecimento correndo subliminarmente através do mundo que não precisa ser transmitido apenas na escola. O homem o domina mesmo que nunca tenha se esforçado em adquirir esse conhecimento latente. O filósofo Robert Spaemann fala de um “conceito de que há um Deus que criou tudo”. Para um dos seus sábios livros ele deu o título “O boato imortal: a questão de Deus e a superstição da modernidade” (Editora Klett-Cotta). E há ainda um segundo conhecimento colocado no coração da pessoa: que ela deve se manter firme ao primeiro. Sobre isso ela precisa responder com uma decisão tomada livremente. Bob Dylan formulou isso da seguinte maneira, em uma canção: “You’re gonna have to serve somebody. Well, it may be the devil or it may be the Lord” (“Você vai ter que servir alguém. Pois bem, poderá ser ao Diabo ou ao Senhor”).

Também a Bíblia fala algo em Eclesiastes 3.11 sobre esse conhecimento de Deus e também de que são colocadas limitações à capacidade de reconhecimento do homem: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim” (RA).

Provavelmente muitos cientistas, que acreditavam ter descoberto “o princípio” através da teoria da Evolução, tinham uma noção oculta de que algo não conferia nessa teoria. De onde procede toda a informação que é a base do cosmos e da vida?

A gama de informações que se manifesta no mundo físico é tão imensa que ultrapassa totalmente qualquer capacidade de imaginação. De onde ela provém, e como é possível que ela tenha uma conexão interna e complexa?

Um dos que se impressionou com esse fato e, assim, passou a crer em Deus é o laureado e mundialmente renomado biólogo e geneticista americano, prof. dr. John C. Sanford. Ele é o inventor do chamado “canhão de genes”, com o qual é possível introduzir material genético em uma célula. Os seus estudos chegaram à conclusão de que os mecanismos através dos quais deve ocorrer a evolução de Darwin (mutação e seleção) não permitem que ocorra um desenvolvimento superior.

O conhecimento de Deus está no mundo e também nas pessoas. Você pode ver pelas suas reações defensivas que elas se isolam do conhecimento que secretamente possuem.

Outro cientista, o prof. dr. Jerry Bergman, da Universidade Biola, Califórnia, também queria descobrir exatamente tudo e passou a examinar todas as mutações documentadas disponíveis. Ele encontrou 453.732 delas na literatura existente. Não houve uma sequer que possibilitasse o acréscimo de informação no genoma. Também, de onde essa informação surgiria?

Ainda não foi observado acréscimo algum de informação no genoma. Esta seria a condição imprescindível para a ocorrência de um desenvolvimento superior evolucionário. Os cientistas sabem que a informação pode ser duplicada (copiada), mas não aumentada. Não é possível que uma nova informação surja no decorrer de um processo químico ou físico. Ao contrário do surgimento de informação por meio de mutação e seleção, é possível comprovar que, com o aumento da frequência de mutações, ocorre a diminuição de informação. Elas agem de maneira destrutiva e não construtivamente. Todos os genomas de qualidade maior acabam degenerando, isso é inevitável. E, à luz da Bíblia, é justamente isto o que se espera.

Antes de qualquer coisa, o mundo é informação. A informação existente não surgiu por si mesma, ela vem de Deus. No início do evangelho de João, lemos: “No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus e era Deus. Ele estava com Deus no princípio”. Essa realidade é visível. É como a Bíblia diz: “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas” (Rm 1.20). Essa visibilidade pode conduzir ao conhecimento – mas esse conhecimento também pode ser reprimido.

Muitos cientistas podem estar sentindo em seu íntimo que esses conhecimentos inegáveis (dos quais eles têm ciência) e que contrariam ao paradigma da Evolução (no qual eles acreditam) os aproximam de conclusões bem específicas, ou seja, de que eles apontam para o Criador.

Edgar Gärtner, um jornalista científico que crê em Deus, além de químico e estudioso político, certa vez escreveu: “A realidade é algo primário de natureza espiritual. Por isso todos os materialistas vivem fora dessa realidade, ou pelo menos à beira dela”. Muitos materialistas sabem em seu íntimo que, mediante aquilo que eles postulam, conseguem apenas arranhar a superfície da realidade.

Talvez diante disso também se explique o furor com que os novos ateístas atacam a fé em Deus. O empenho e a fúria com que um ateu como Richard Daw­kins luta contra a fé em Deus é algo espantoso. Se, como Dawkins alega, Deus não existe, afirmando que isso é algo fora de questão e evidente: onde então estaria o problema? Ele poderia tranquilamente confiar que esse conceito se impõe rapidamente no processo evolucionário com a “sobrevivência do mais apto”.

Quem tem olhos para ver e inteligência para pensar, esse reconhecerá (como faz um cientista) que na natureza agem leis que são absolutamente consistentes. Elas não conhecem exceção, nenhum “talvez”. Na física, evidentemente, existe uma inegável verdade absoluta, mesmo que a ciência não conseguiu, nem conseguirá jamais, compreendê-la plenamente. A física, no entanto, sabe da existência de tal verdade, um “é assim”.

Quanto às coisas espirituais, o homem pós-moderno se acostumou a acreditar que aqui não existe nenhuma verdade. Considera que tudo é subjetivo, relativo, que pode ser assim ou de outro modo, resumindo: a verdade não existe. E nosso físico pensador?

Não deveria ele estar pensando que de fato precisa ser assim, que para a existência da verdade das leis da natureza (que ele conhece) também deveria ter uma verdade espiritual correspondente? Isso convence o entendimento humano. É o que a Bíblia também diz. Ela fala dessas duas verdades.

Não é necessário ser cientista para perceber indicativos sobre a existência de Deus. Muitos que gostam de ler bastante, mas não querem saber de crer em Deus, ao lerem uma passagem dos Salmos, chegaram à constatação: “Essas frases são chocantes. Eu nunca conseguiria escrever algo assim. Ninguém consegue escrever assim”. Até aos dias de hoje as pessoas descobrem que as palavras da Bíblia têm algo muito especial, singular. Assim, muitas passagens dos Salmos possuem um tremendo poder e força, mas ao mesmo tempo são amorosas e belas. Elas são simples, mas também possuem uma complexidade inesgotável. Muitos leitores ficaram admirados com isso e, como o prof. Sandford, ficaram cismados sobre a origem da informação, chegando ao reconhecimento final: “Sim, de fato ninguém consegue escrever desse modo. Pessoa alguma poderia escrever assim, se Deus não tivesse colocado essas palavras no coração dela. Eu preciso procurar esse Deus, me abrir diante dele, confiar nele”.

O conhecimento de Deus está no mundo e também nas pessoas. Você pode ver pelas suas reações defensivas que elas se isolam do conhecimento que secretamente possuem. Woody Allen, que não se cansa de explicar que ele não acredita em Deus, por ocasião de seu 75º aniversário, disse: “Eu odeio aniversários. Eles me levam mais perto do horrível ‘nada’”. Horrível “nada”? Como algo que não existe pode ser horrível? Se ele confiasse em suas próprias palavras (“não apenas Deus não existe, mas tente encontrar um encanador aos fins de semana”), então ele poderia tranquilamente ir ao encontro da não-existência. No entanto, ele tem noção de que sua alma não é temporária.

Woody Allen tornou a supressão de suas noções sobre Deus como se fosse uma profissão. Ele se esforça nessa repressão, mas mesmo assim ele sente: diante de Deus não existe neutralidade.

O que para um é uma noção semiconsciente, para outro é uma certeza, mas que apesar disso ele rejeita. Os praticantes do ocultismo não negam a existência de Deus. No entanto, eles tomaram sua decisão. Eles sabem a quem estão servindo.

Um exemplo especialmente bizarro de uma tomada de decisão é o caso dos dominadores muçulmanos do Monte do Templo, em Jerusalém. Eles honram Alá e, em consequência, não dão credibilidade às profecias bíblicas. Será que eles sabem a verdade, mas tomaram sua decisão como fizeram os seguidores do ocultismo?

Solimão I é aquele que estava diante de Viena por ocasião da primeira ocupação turca, em 1529, e tomou conhecimento das palavras proféticas da Bíblia, segundo as quais o Messias entrará na cidade pela porta oriental. Em 1541 ele ordenou que essa porta, também chamada de “Dourada”, fosse fechada com um muro. Para ficarem totalmente seguros de que o Messias prometido não entrará por essa porta, os muçulmanos ainda implantaram um cemitério à frente da porta, considerando que o Messias não passará por cima de túmulos.

Ninguém constrói um muro para fechar um portão com a finalidade de evitar que passe alguém que não existe. Quem age assim está convencido da existência da pessoa anunciada. Ele, no entanto, tomou a decisão da qual Bob Dylan fala em sua canção. — Thomas Lachenmaier

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