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Nova espécie de barbeiro que transmite doença de Chagas é descoberta por pesquisadores da USP em RO


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Uma nova espécie de barbeiro, inseto transmissor da doença de Chagas, foi encontrada em Rondônia. Pesquisadores descobriram o Rhodnius montenegrensis em Monte Negro (RO), no Vale do Jamari. A pesquisa encabeçada pelo médico Luís Marcelo Aranha Camargo, da Universidade de São Paulo (USP), foi publicada este ano e pode subsidiar novos estudos sobre a doença e o controle dela.

P U B L I C I D A D E

“A primeira novidade é a descrição desse novo barbeiro, que não existia antigamente, não era conhecido da ciência. O achado foi publicado mostrando que boa parte dos barbeiros que estão aqui, estão infectados com o Trypanosoma cruzi, que é o transmissor da doença de Chagas”, afirma o pesquisador.

O babeiro objeto do estudo foi achado em Monte Negro, mas segundo os especialistas, ele pode ser encontrado em qualquer lugar do estado, principalmente em palmeiras de babaçu e bacuri. De acordo com o biólogo Flávio Terrassini, a nova espécie encontrada tem muitas semelhanças com o barbeiro já conhecido.

“Eles são muito parecidos com outros barbeiros já catalogados na região. Todos eles são de um gênero chamado rhodnius, eles adoram viver em palmeiras do tipo babaçu, se alimentam de sangue e têm o hábito noturno. Então as vezes próximo a nossa residência eles vêm em busca de alimento, podem vir sugar o sangue de uma galinha, de um porco, de algum animal doméstico, e entram na nossa residência. Então tem que tomar bastante cuidado. Qualquer sinal ou sintoma semelhante a doença de Chagas tem que procurar um hospital o mais rápido possível”, explica o biólogo Terassini.

 Nova espécie de barbeiro foi encontrada no interior de Rondônia — Foto: Adriana Benatti Bilheiro/Jornal da USP/Reprodução

Nova espécie de barbeiro foi encontrada no interior de Rondônia — Foto: Adriana Benatti Bilheiro/Jornal da USP/Reprodução

O estudo começou em 2012 e gerou um artigo científico publicado na Revista Brasileira de Medicina Tropical e em revistas internacionais. Para o pesquisador da USP, o achado pode significar um avanço no combate a doença.

“Se a gente conseguir definir corretamente os hábitos desse novo barbeiro, a distribuição dele, do que ele se alimenta e verificar o potencial que ele tem de transmissão, a gente vai poder eventualmente elaborar, em conjunto com as autoridades responsáveis, medidas de controle dessa doença, que só nos últimos dez anos a região Norte notificou mil casos. E essa não era uma doença da Região Amazônica, do Norte do país, era do Sudeste e do Nordeste. Então teve uma mudança no perfil dessa doença e a gente tem que estar preparado para o aumento dela, e o conhecimento científico é o primeiro passo para esse enfrentamento”, finaliza Luís Aranha.

Chagas

A doença de Chagas não tem cura e sua principal forma de contaminação é pelos alimentos. O barbeiro é atraído pela luz das casas e pode cair dentro de recipientes e ser triturado ou esmagado junto com alimentos. Nesse tipo de contaminação, a doença se manifesta de forma mais severa.

A doença de Chagas tem duas fases, sendo a primeira aguda, que ocorre entre uma semana e 15 dias após a infecção e pode ser confundida com outras doenças febris como a malária, dengue ou gripe.

O local onde o parasita deposita as fezes e a urina fica inchado e avermelhado. Nesta fase aguda, muitas pessoas podem morrer por meningoencefalite e miocardite.

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