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No Acre, ensaio fotográfico valoriza empoderamento da mulher negra e aceitação do próprio corpo


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Objetivo era quebrar padrões e destacar a identidade da mulher negra para que ela reconheça a própria autoestima. Dez mulheres posaram para as fotos no Horto Florestal, em Rio Branco.

P U B L I C I D A D E

Com o objetivo de exaltar o empoderamento feminino negro e destacar a aceitação do próprio corpo, um grupo de mulheres decidiu fazer um ensaio fotográfico sobre o tema em Rio Branco.

Ao todo, dez jovens de biotipos diferentes participaram do ensaio que focou também em partes e características do corpo que as mulheres muitas vezes ignoram, como a barriga e estrias.

“Decidimos fazer o ensaio mais sensual para destacar a aceitação do corpo. O ensaio foi mais para nós mesmas e foi muito bacana, pois são várias mulheres diferentes, não há biotipos, não há padrões a serem seguidos”, destaca a acadêmica de nutrição Isna Fernanda, que convidou as outras mulheres para o ensaio.

 Ensaio foi feito no Horto Florestal, em Rio Branco  — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

Ensaio foi feito no Horto Florestal, em Rio Branco — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

A estudante conta que outra ideia do ensaio é quebrar os padrões determinados pela sociedade. Porém, o objetivo não é exaltar a beleza da mulher negra, mas a identidade e a força dessa mulher para que ela reconheça a própria autoestima.

“Quando a gente diz que quer quebrar um padrão de beleza, que é o eurocêntrico, mas ao mesmo tempo pega uma modelo negra e coloca ela como referência você está instituindo outro padrão de beleza que é o de uma mulher negra, magra, alta e toda aquela estética. Sabemos que somos múltiplas, somos muito diferentes e foi daí que fomos construindo o ensaio”, destaca.

 Objetivo do ensaio é quebrar padrões e destacar a identidade da mulher negra — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

Objetivo do ensaio é quebrar padrões e destacar a identidade da mulher negra — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

O ensaio durou cerca de cinco horas e foi feito no Horto Florestal, em Rio Branco. Apesar de ter sido feito em outubro, as fotos foram divulgadas pelos fotógrafos Deyse Noronha e Alexandre Noronha somente neste mês de novembro, em que no dia 20 é celebrado o Dia da Nacional da Consciência Negra.

“O ensaio não foi específico para a data, mas com tudo que a gente representa como símbolo mulher negra, acabou se encaixando e acabou sendo super necessário nesse momento. O ensaio não é para mostrar como a mulher negra é bonita, mas nos reafirmar, mostrar como somos fortes, nosso poder e, ao mesmo tempo, a fragilidade. Além de tudo, devemos ser valorizadas na sociedade como somos”, ressalta a estudante.

 Organizadora diz que ensaio foi feito para destacar a força da mulher para que ela reconheça a própria autoestima — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

Organizadora diz que ensaio foi feito para destacar a força da mulher para que ela reconheça a própria autoestima — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

A ideia não foi fazer o ensaio para celebrar a data, mas Isna destacou que foi importante para que houvesse discussão sobre a força e reconhecimento da identidade da mulher negra.

“O objetivo central do ensaio foi justamente essa quebra de paradigmas e preconceitos. A gente traz muito a nossa força, nossa perspicácia e luta, pois, embora a gente reafirme que somos mulheres, que somos humanas, a gente tem que combater o tempo todo. A sociedade marginaliza, criminaliza, hipersexualiza e temos que resistir a isso”, afirma.

 Ensaio destacou partes do corpo que muitas vezes as mulheres ignoram ou não gostam como a barriga. Aceitação do corpo é um dos principais objetivos das fotos — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

Ensaio destacou partes do corpo que muitas vezes as mulheres ignoram ou não gostam como a barriga. Aceitação do corpo é um dos principais objetivos das fotos — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

Isna afirma que se sentiu realizada em poder fazer o ensaio com mulheres negras tão diferentes. Ela destaca que é necessário que as pessoas aprendam a se valorizar e ter amor próprio, pois esse é o estopim para a construção de uma boa autoestima.

“Quando sou convidada para ensaios com mulheres negras, mesmo sendo modelo, me sinto objeto, e até um objeto de referência para um novo padrão, o que não gosto. É necessário se afirmar como indivíduo e ter uma postura, não de intimidadora, mas de quem sabe o que faz e é segura disso”, finaliza.

 Ensaio, segundo uma das organizadoras, foi feito para destacar que as mulheres são diferentes e lindas do jeito que são  — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

Ensaio, segundo uma das organizadoras, foi feito para destacar que as mulheres são diferentes e lindas do jeito que são — Foto: Aquele Casal Fotógrafo/Divulgação

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