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MP e polícia recebem mais de 400 denúncias e investigam se João de Deus lavou dinheiro


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O Ministério Público e a Polícia Civil informaram nesta segunda-feira (17) que receberam mais de 400 denúncias de mulheres que dizem ter sido abusadas por João de Deusem Abadiânia. O médium, que sempre negou as acusações, foi preso neste domingo (16). Além destes crimes, os órgãos também apuram se houve conivência de outras pessoas e denúncias de lavagem de dinheiro.

  • Ministério Público recebeu mais de 400 denúncias por e-mail
  • Das mulheres que denunciaram caso ao MP, 30 já foram ouvidas
  • Polícia Civil colheu depoimentos de outras 15 mulheres
  • Há relatos de supostas vítimas de seis países e vários estados brasileiros
  • Médium é investigado por estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude
  • Não há pedido para suspensão do funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola, onde médium atende
P U B L I C I D A D E

João de Deus chega a delegacia após se entregar — Foto: Reuters/Metropoles/Igo Estrela

O delegado-geral da Polícia Civil, André Fernandes, disse acreditar que o número vai crescer a partir da parceria com o MP.

“É muito dinâmico. O MP vai contribuir com várias informações que foram colhidas por eles e serão enviadas para a polícia. Esses dados precisarão de uma nova análise por parte da polícia investigativa”, afirmou.

A Polícia Civil declarou que o líder religioso será ouvido “quantas vezes for necessário” durante as apurações. Delegados e promotores que compõem as forças-tarefas que investigam os crimes se reuniram no período da tarde na Secretaria de Segurança Pública para compartilhar dados.

Suspeita de lavagem de dinheiro

O promotor Luciano Meirelles disse que vai investigar se João de Deus teria lavado dinheiro, conforme relatos recebidos pelos investigadores. Eles não deu detalhes a respeito, mas afirmou que essa análise só deve ser feita após a apuração dos crimes de cunho sexual.

“Há notícias de lavagem de dinheiro, que também, como os crimes sexuais, deve ser investigada. Mas é bom frisar que o momento é de investigar os crimes contra a dignidade sexual. Num segundo momento, os crimes que rodeiam a figura do acusado serão investigados”, explica.

Em nota, o advogado dele, Alberto Toron, negou as acusações.

“Não se lava dinheiro limpo, dele próprio, que estava no banco. Baixar aplicações não é lavar dinheiro. Depois, soube agora que apenas uma aplicação foi baixada e não todo o montante alardeado”, declarou.

O advogado também comentou sobre a investigação de suposta conivência de outras pessoas. “Por fim, não vi nas narrativas, mesmo as divulgadas na mídia, qualquer referência à participação de terceiros. Parece estar havendo um processo intimidativo indevido.”

Promotores e delegados que compõem forças-tarefas para apurar suspeitas de abuso sexual contra o médium João de Deus — Foto: Sílvio Túlio/G1

Promotores e delegados que compõem forças-tarefas para apurar suspeitas de abuso sexual contra o médium João de Deus — Foto: Sílvio Túlio/G1

Denúncias

João de Deus teve a prisão decretada na sexta (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que investigam os relatos de abuso sexual durante atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.

O médium prestou depoimento na noite de domingo, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.

Segundo o advogado Alberto Toron, o pedido de habeas corpus foi protocolado nesta segunda-feira (17). Em entrevista no domingo, ele citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, negou que tenha havido intenção de fuga.

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