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Moradores fazem abaixo-assinado após morte de peixes em usina no Rio Teles Pires em MT


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Moradores do Assentamento 12 de Outubro em Cláudia, a 608 km de Cuiabá, fizeram um abaixo assinado em forma de protesto contra a morte de peixes que aconteceu este mês no Rio Teles Pires. O caso aconteceu pela segunda vez e está sendo investigado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).

P U B L I C I D A D E

Os moradores do assentamento reuniram várias assinaturas para protestar e cobrar providências das autoridades, pois não é a primeira vez que a mortandade de peixes acontece no rio. O segundo caso registrado na região alagada pela usina depois que as comportas foram abertas.

De acordo com os moradores, é possível ver os peixes mortos na água e também borbulhas frequentes, que seriam os peixes tentando acesso à superfície para respirar. Essa situação é consequência do surgimento de resíduos na água e, por isso, causam a dificuldade de respiração dos peixes.

A moradora Ângela Regina relatou que esta situação de aparição de borbulhas frequentes e em grande quantidade na água é incomum. “Eles deveriam estar escondidos durante o dia, e por causa da fermentação da sujeira na água eles estão agonizando. A usina desmatou e não limpou o local que precisava limpar’’, disse.

Mortandade de peixes preocupa moradores — Foto: TVCA/ Reprodução

Mortandade de peixes preocupa moradores — Foto: TVCA/ Reprodução

Na sexta-feira (14), moradores encontraram peixes mortos boiando no lago que se formou depois da abertura das comportas da Usina Hidrelétrica (UHE). Este é o segundo caso, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. A Sema e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) estiveram no local para verificar a denúncia e coletaram amostras da água.

Conforme com a Sema, a partir do momento que peixes são encontrados mortos, a situação é verificada e a Usina Hidrelétrica (UHE) tem a obrigação de retirar esses animais da água para evitar futuros problemas. No dia da verificação e coleta de material não foi achado peixes mortos.

A Usina de Sinop informou que recolheu mais de 600 kg de peixes mortos no lago.

Ricardo Padilha, diretor e presidente da usina, disse que a empresa estava há 45 dias sem registrar nenhum tipo de ocorrência, desde de quando o lago foi enchido após a abertura das comportas da usina. A usina está monitorando para evitar que outras mortes aconteçam.

“Até então não houve nenhuma evidência que somasse com este evento e explicasse de forma evidenciada algum problema no local. Várias situações vão ser investigadas, como os níveis de oxigênio na água. Mas até o momento o que foi evidenciado é o problema que aconteceu e não se repetiu”, declarou.

Peixes de várias espécies foram encontrados mortos — Foto: TVCA/Reprodução

Peixes de várias espécies foram encontrados mortos — Foto: TVCA/Reprodução

Gabriel Conter, diretor regional da Sema, informou que o órgão só vai se pronunciar após o resultado das análises feitas nas amostras de água coletadas do rio e no local onde ocorreu a mortandade de peixes pela segunda vez.

Ricardo disse ainda que quando o lago se formou, a pesca e os segmentos do lazer começaram a acontecer no local, mas que algumas práticas estavam irregulares, como pesqueiros que foram instalados e a pesca com alimentos impróprios que serviam como iscas e isso pode ter contribuído para o problema da mortandade dos peixes, juntamente com outros fatores.

Ao G1 a Sema informou que o resultado das amostras coletadas das águas sai em alguns dias, mas que resultados preliminares devem sair no início da próxima semana. O resultado total das análises realizadas não tem previsão, pois alguns dos testes são feitos fora do estado.

Em fevereiro deste ano cerca de 13 toneladas de peixes mortos foram recolhidos do Rio Teles Pires. A tragédia ocorreu após a abertura do vertedouro da usina que causou a poluição da água do rio, diminuindo a qualidade do oxigênio e causando a mortandade dos peixes.

De acordo o presidente a usina, já faz cerca de 4 meses que a usina está trabalhando para solucionar a tragédia, e que o processo está próximo do período de estabilização, que seria de seis meses. O processo está tendo resultados, como atingir os padrões de qualidade da água desejável para que não ocorra mais problemas.

A Sinop Energia, empresa responsável pela usina, recebeu uma multa no valor de R$ 50 milhões por danos ambientais, que, segundo a Sema-MT, foi provocada pela abertura das comportas que causou o lançamento de sedimentos nas águas do Rio Teles Pires e ocasionou a morte de toneladas de peixes.

A multa aplicada a usina não foi paga porque a empresa pode recorrer da decisão judicial, pois o processo está em andamento. A Sema está aguardando o resultado de uma perícia judicial pedida pelo Ministério Público Federal (MPF) determinada pela Advocacia Geral da União (AGU) que irá apontar a dimensão total do impacto ambiental causado, e posteriormente, tomar as providências cabíveis.

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