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‘Minha missão é representar aqueles que foram grampeados e não têm voz no processo’, diz Janaina Riva


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Depois de ser aceita como assistente de acusação na ação penal conhecida como “grampolândia pantaneira”, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) entende que tem a missão de representar aqueles que foram grampeados ilegalmente por agentes do Estado, e que não têm voz nos autos do processo.

P U B L I C I D A D E

Disse que é importante deixar claro que ninguém é contra a interceptação telefônica: “Nós somos contra a interceptação ilegal. Se você está fazendo uma coisa que é correta, porque você não pede uma autorização do Tribunal de Justiça e não segue os trâmites legais?”, questionou a deputada, em entrevista nesta quarta-feira (07), no Jornal do Meio.

Ressaltou que na grampolândia ocorreram uma série de aberrações, em que advogados, vereadores e até um vice-governador foi grampeado de maneira ilegal: “Alguém vai ter que pagar por isso. Porque se não a gente sai do estado democrático de direito e vira uma bagunça”.

A parlamentar também disse que não se pode pegar qualquer cidadão e colocar numa investigação de tráfico de drogas e expor toda a sua intimidade, a sua vida privada. “Não é porque eu sou deputada, ou qualquer outro político e figura pública, que nós vamos ter a nossa privacidade violada”, enfatizou. 

Ela se referiu aos relatos dos réus da grampolândia, que, em depoimento à Justiça, confessaramdisseram que o número de telefone da deputada foi grampeado, por meio da prática “barriga de aluguel”, em uma investigação de tráfico de drogas na fronteira de Cáceres com a Bolívia. Janaina – que foi inserida com o apelido de “Janair”, não teria nada a ver com o caso em questão, e teve sua privacidade violada, supostamente por motivos políticos.

A minha missão lá  é representar esses que foram grampeados e que não tem voz ali dentro. E aí eu não preciso usar a Assembleia, gastar um real de dinheiro para fazer isso. Posso fazer de forma pessoal como estou fazendo

“A minha missão lá [processo da grampolândia é representar esses que foram grampeados e que não tem voz ali dentro. E aí eu não preciso usar a Assembleia, gastar um real de dinheiro para fazer isso. Posso fazer de forma pessoal como estou fazendo”, ressaltou. 

Acrescentou que o promotores suspeitos de integrarem os esquema deveriam fazer o mesmo que ela, “usar advogados particulares e não usar recursos do Ministério Público para fazer suas defesas”.

Destacou que também pretende fazer algumas perguntas aos militares, réus no processo, porque entende que ainda existe muito melindre do Ministério Público, principalmente em relação aos promotores supostamente envolvidos no esquema.

Tem muita gente com dedo para fazer algumas perguntas, que acho que nesse momento não pode ter. Da mesma forma que o MPE age com dureza com políticos e vereadores, tem que fazer a mesma coisa dentro de casa. 

Grampos

O escândalo da grampolândia veio à tona em 2016, após denúncia do ex-secretário de Segurança Pública do Estado e promotor de Justiça, Mauro Zaque de que policiais militares e integrantes da cúpula do Poder Executivo estariam grampeando ilegalmente políticos, empresários, juízes e jornalistas através da modalidade “barriga de aluguel”, onde os números eram anexados, de forma ilegal, à lista de interceptação de pessoas investigadas por tráficos de drogas na Comarca de Cáceres.

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