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Mato Grosso anuncia aumento em 31% de UTI para Covid


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Aumento em 31,3% do número de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da rede pública para pacientes com a Covid-19.

P U B L I C I D A D E

Isso foi o que anunciou, na quarta-feira (10), o governador Mauro Mendes (DEM), citando que Mato Grosso ganhará mais 160 leitos de UTIs em 14 de seus 141 municípios, para enfrentamento da pandemia.

A manutenção dessa ampliação custará R$ 9 milhões mensais ao Governo.

A entrada em funcionamento desse reforço de leitos acontecerá “nas próximas semanas”, conforme o governante.

Com 3,56 milhões de habitantes e uma dimensão quase continental, Mato Grosso tem 510 leitos de UTIs para Covid-19 na rede pública, em 21 hospitais situados em 16 cidades; esse número inclui as 12 UTIs pediátricas.

As UTIs para Covid-19 se concentram em 16 cidades: Cuiabá, Primavera do Leste, Barra do Garças, Várzea Grande, Juína, Rondonópolis, Peixoto de Azevedo, Sinop, Cáceres, Lucas do Rio Verde, Tangará da Serra, Água Boa, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Sorriso e Campo Verde.

Os novos leitos reforçarão Sorriso, Rondonópolis e Várzea Grande com 15 UTIs, cada; Água Boa, Cuiabá, Cáceres, Primavera do Leste, Nova Mutum e Pontes e Lacerda, com 10, cada; e Campo Verde, com cinco. Além disso, incluirão aos municípios com esse atendimento, Alta Floresta, com 15; Guarantã do Norte e Confresa, com 10, cada; e Querência, com cinco.

Quando as novas UTIs forem ativadas, haverá “alívio no sistema (público de Saúde)”, observa o secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo.

Mas, mesmo assim, em razão da dimensão territorial mato-grossense e a rápida ocupação dos vazios demográficos com o surgimento de cidades e vilas, em muitas regiões, o cidadão ainda continuará distante do leito público para tratamento contra a covid-19.

As cinco UTIs que serão instaladas em Querência (17.937 habitantes) não mudarão muito o cenário da saúde em São Félix do Araguaia (11.843 habitantes) e distante 290 quilômetros daquela cidade, com trecho de 220 quilômetros sem pavimentação.

São Félix, desde 2019, tem o Hospital Municipal João Abreu Luz, com 40 leitos para média complexidade, equipado com laboratório, mas sem UT.

Eessa unidade hospitalar, mesmo pertencendo ao município, é Hospital Regional de referência para o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Araguaia (Cisa), que abrange Alto Boa Vista e Luciara.

Para caso de remoção urgente, São Félix conta com um aeroporto com pista pavimentada, que opera jatos médios, mas não é homologado para voos noturnos.

Atualmente, a referência em saúde para São Félix é o Hospital Regional Paulo Alemão, em Água Boa (26.204 habitantes), distante 415 quilômetros, com 220 quilômetros sem pavimentação.

Colniza, com 39.861 habitantes, na divisa com Amazonas e Rondônia, dista 290 quilômetros por estrada de chão do Hospital Municipal Dr. Hideo Sakuno, em Juína (41.101 habitantes), que é sua referência em saúde.

Não há como remover pacientes à noite por avião, naquela cidade, pois a pista do aeroporto não é asfaltada e, portanto, não opera jatinhos executivos utilizados como UTIs Aéreas.

O município de Colniza foi instalado 1º de janeiro de 2001, quando a definição dos hospitais regionais estava em vigor e, naturalmente, o excluía, pois não passava de uma pequena vila pertencente a Aripuanã.

Em Nova Bandeirantes, com 15.685 habitantes, distante 210 quilômetros de Alta Floresta (51.959 habitantes), por rodovia pavimentada, não há UTI.

Com o aumento e ampliação dos municípios com esse tipo de atendimento, sua referência para casos de Covid-19 será Alta Floresta.

MUNICÍPIOS – Com as novas UTIs, subirá para 20 o número de municípios com leito especializado, mas ainda restarão 121 cidades sem esse tipo de atendimento, e dentre elas, Juara, com 35.121 habitantes.

Sobre UTI, Mato Grosso enfrenta uma dualidade

. A maioria dos municípios tem pequena população e a distância entre eles, em muitos dos casos, é grande.

Araguainha tem 946 habitantes e todos têm direito à saúde pública, mas a cidade, que sequer tem hospital, não teria demanda permanente para justificar o funcionamento de uma UTI.

Sem esse tipo de atendimento os moradores recorrem ao ‘Dr. Ambulância’ e fazem o chamado ‘turismo de saúde’ para Rondonópolis, distante 250 quilômetros e onde a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Regional Irmã Elza Giovanella são referenciados para atendimento aos municípios circunvizinhos.

O drama da falta de UTIs nos municípios literalmente é sentido na pele, por prefeitos.

Com covid-19 o prefeito Carlos Alberto Capeletti, de Tapurah, e seu colega Júlio César dos Santos, de Apiacás, estão internados fora de suas cidades.

Capeletti se hospitalizou em Sorriso, e Júlio César, em Alta Floresta.

Também por falta de UTI em Alto Taquari, no ano passado, seu então prefeito, Fábio Garbugio, se internou em Goiânia, e morreu.

O mesmo aconteceu com o ex-prefeito de Barão de Melgaço, Antônio Ribeiro Torres, que, também na capital goiana, perdeu a luta contra a Covid-19.

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