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Cuiabá-MT

Mais de 3 mil peças antigas são encontradas por arqueóloga durante obra em casarão histórico de Cuiabá


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Mais de três mil peças, desde pedaços de louças decoradas até ossos de animais, já foram encontradas durante o trabalho de restauração, na Casa de Bem Bem, patrimônio histórico localizado no Centro de Cuiabá. O imóvel está sendo restaurado depois de desabar em 2018 devido às fortes chuvas.

P U B L I C I D A D E

Garrafas de vidro intactas, luminárias, telhas antigas e uma tampinha de moringa foram encontrados.

Dona Bem Bem, como era conhecida a proprietária do imóvel, costumava fazer reuniões e festas tradicionais no local. A casa foi tombada como patrimônio histórico em 1992 e, em 2012, dona Bem Bem cedeu os direitos para o governo do estado realizar obras no local.

Escavações são feitas em imóvel histórico de Cuiabá — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Escavações são feitas em imóvel histórico de Cuiabá — Foto: Kessillen Lopes/ G1

A arqueóloga Olivia Bini Pereira Costa contou ao G1 que a busca por objetos históricos que retratem a história da família que morava no local começou há 20 dias e que ainda não existe previsão de encerramento.

“É raro encontrar peças inteiras, mas ainda têm. Não é possível definir o objeto mais significativo que encontramos. O mais importante para nós é o que for mais valioso para a família, que ainda deve analisar as peças encontradas”, explicou.

Garrafas inteiras foram encontradas — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Garrafas inteiras foram encontradas — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Segundo Olívia, pedaços de ossos foram encontrados em meio às paredes de barro da casa.

“Principalmente na parte superior do terreno, encontramos muitos ossos de gado, cavalo e até ferraduras velhas. Poderíamos encontrar muito mais, mas, devido ao tempo, muita coisa já se perdeu”, disse.

Objetos devem ser encaminhados para acervo de instituto — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Objetos devem ser encaminhados para acervo de instituto — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Os materiais recolhidos devem ser encaminhados ao acervo do Instituto Homem Brasileiro, em Cuiabá. No entanto, segundo a arqueóloga, existe a intenção de transformar um cômodo da casa em museu para expor as peças mais importantes ao público.

“É possível fazer um turismo arqueológico, pois temos história para isso. Historiadores sempre retrataram a edificação da casa, mas podemos mostrar, a partir desse trabalho, como essas pessoas viviam nela e como era o dia a dia dos moradores”, avaliou.

Rafael Tome Gonçalves Dias é um dos responsáveis pelo projeto — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Rafael Tome Gonçalves Dias é um dos responsáveis pelo projeto — Foto: Kessillen Lopes/ G1

O projeto

Durante o trabalho de restauração, parte do casarão chegou a ser destruída. Foram dois desabamentos, em 2017 e em 2018. À época, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) emitiu uma nota técnica sobre a existência de outro desabamento do anexo do casarão.

A obra no imóvel chegou a ser paralisada pela falta de acordo entre a prefeitura e a empresa responsável pela restauração.

Estrutura de casarão corria risco de desabar — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Estrutura de casarão corria risco de desabar — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Em dezembro de 2018, a Prefeitura de Cuiabá protocolou o projeto emergencial de recuperação da Casa de Bem Bem na Secretaria Estadual de Cultura, no Iphan e no Ministério Público Estadual (MPE).

Casarão passa por obra emergencial e restauração — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Casarão passa por obra emergencial e restauração — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Segundo um dos responsáveis pelo projeto, Rafael Tome Gonçalves Dias, o trabalho é feito em três etapas. A primeira delas é a obra emergencial. Em seguida, será realizada a restauração do local e, por fim, a retomada do projeto inicial de reforma para que o casarão fique o mais próximo possível do original.

“O projeto emergencial de estabilização é feito para que a casa não tenha mais danos. No segundo momento, faremos a drenagem do pátio, a revisão da subcobertura e a restauração, que deve durar seis meses”, explicou.

Rafael informou que somente a obra emergencial custou R$ 300 mil. Já a restauração da casa deve custar mais de R$ 1 milhão.

“Usaremos telas translúcidas para que as paredes não sejam danificadas durante as chuvas e a reforma possa continuar. Também faremos a desmontagem das paredes em estados críticos, que possuem rachaduras de até três dedos e correm risco de desabar e, por fim, usaremos tinta ecológica”, disse.

Arqueóloga mostra objetos encontrados em obra — Foto: Kessillen Lopes/ G1

Arqueóloga mostra objetos encontrados em obra — Foto: Kessillen Lopes/ G1

* Sob a supervisão de Pollyana Araújo

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