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Levantamento mapeia mais de 100 crateras que ameaçam casas em Manaus


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Um estudo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em parceria com a Defesa Civil apontou que Manaus possui pelo menos 130 crateras formadas em barrancos, que ameaçam residências, em diferentes áreas da cidade.

P U B L I C I D A D E

O levantamento foi realizado em 2019, e investigou 484² da Zona Urbana de Manaus, onde moram mais de 2 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

No sábado (1º), duas casas desabaram em Manaus por conta dessas deformidades no solo, chamadas de “voçorocas”, no bairro Cidade Nova, Zona Norte.

Segundo o geólogo Marco Antônio Oliveira, o fenômeno é mais antigo do que se imagina, e há relatos de antigos habitantes, que já descreviam essa movimentação no solo, principalmente nas áreas de encostas.

“Manaus é uma cidade que cresceu muito rápido, e a expansão, principalmente na periferia da cidade, onde os terrenos são mais altos, acabam sendo afetadas pela condução das águas da chuva que caem nas encostas, sem um sistema que pudesse conter a força dessa água. Isso cria erosões na base do barranco, que evolui, e passa a ameaçar as ruas e as casas”, explica.

De acordo com o geólogo, as chamadas voçorocas aumentam rapidamente, e ameaçam locais que sequer estavam localizadas próximos a barrancos.

“Há muitos casos em que uma pessoa compra o seu lote ou caso em uma área plano, sem problema de risco nenhum, mas como a voçoroca evolui muito rápido, a casa dela que estava distante da área de risco, acaba ficando à beira do barranco”.

As voçorocas podem surgir em qualquer ambiente com características que combinem declive, excesso de chuvas, ausência de vegetação independentemente da ação do homem.

Entretanto, o problema é agravado com as seguintes intervenções humanas:

  1. Drenagem artificial com saída de água a meia-encosta;
  2. Sistemas de drenagem sem dissipadores de energia eficientes;
  3. Desmatamento;
  4. Desmatamento e terraplenagem (com ocupação);
  5. Desmatamento e terraplenagem (sem ocupação).

 

Essas crateras causam consequências econômicas e sociais, além de problemas ambientais, muitas vezes de forma irreversível.

“Manaus, onde temos mais de uma centena desses buracos, precisa de um planejamento urbano mais adequado, para conduzir as águas pluviais com mais cuidado, para que se evite novos problemas como esses no futuro”, concluiu o geólogo.

O vice-prefeito e titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Marcos Rotta, afirmou à Rede Amazônica que a prefeitura está atenta ao problema, e que já concluiu, ao longo do ano passado, 12 obras em crateras da capital.

Atualmente, as equipes de infraestrutura do município estão realizando intervenções em crateras localizadas nos bairros Cidade Nova, Mauzinho e Centro.

Ele também afirmou que as obras são complexas e demandam um alto volume de recursos, e por conta disso, aguarda parceria dos governos estadual e federal para a execução de mais intervenções.

G1.globo.com

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