Conectado por

Cuiabá-MT

Jornalistas mulheres do Muvuca Popular lamentam tentativa de femincídio envolvendo fundador do site: “crime brutal”


Compartilhe:

Publicado por

em

As mulheres que trabalham como jornalistas na redação do site Muvuca Popular assinaram, na noite desta segunda-feira (28), um editorial onde lamentaram a tentativa de feminicídio protagonizada pelo fundador do endereço eletrônico. José Marcondes Neto, popularmente conhecido como “Muvuca”, atingiu a cabeça e o tórax da ex-namorada, Nádia Mendes, com quatro disparos de arma de fogo e, em seguida, atirou contra a própria cabeça. Ele morreu horas depois. 

P U B L I C I D A D E

Com a publicação de seis parágrafos, o editorial compartilha a surpresa que a notícia gerou nos colaboradores do jornal, sobretudo, nas jornalistas. Segundo o texto, a maior parte da equipe, que atualmente compõe o quadro funcional da empresa, consiste em profissionais do sexo feminino.

“A redação do Muvuca do Popular, composta majoritariamente por mulheres, foi surpreendida com uma fatídica notícia. O fundador do site protagonizou um ato de covardia ao cometer uma tentativa de feminicídio … É com muita tristeza que esse Editorial é escrito, visto que, além de sermos mulheres jornalistas e compreendermos e vivenciarmos na pele os mais adversos tipos de violência, vemos um colega de profissão cometer um crime tão brutal”, diz trecho do artigo.

No mesmo documento, o jornal relembrou características de Muvuca, enquanto chefe, filho, irmão, tio e amigo, para destacar que a violência contra a mulher não está restrita à esfera doméstica e familiar. Segundo dados da Rede de Observatório de Segurança, apenas em 2020, 1.823 ocorrências de crimes de gênero contra a mulher foram registradas no Brasil, destas, 449 tiveram como desfecho a morte.

“Apesar de hoje em dia, já existir legislações que visam a prevenção, a proteção, ao controle e a punição para quem comete o crime de feminicídio, a violência contra a mulher ainda é um problema crônico e preocupante. As leis Maria da Penha e do Feminicídio geraram mudanças em favor da cidadania feminina, todavia ainda são necessários avanços para concretização das obrigações por elas propostas”.

Por fim, o Editorial, que foi assinado por Amanda Caroga, Elisangela Pacheco, Helena Corezomaé, Jéssica Moreira, Maria Eduarda Matos, Tainara Torika Kiri e Vitória Tumelero, prestou solidariedade à Nadia, que atualmente segue internada em estado grave após ter sido submetida a uma cirurgia na boca e no tórax na tarde de ontem (28).

“Nós, como mulheres, nos solidarizamos com Nádia, que está viva e lutando pela vida. Torcemos para que ela seja capaz de superar as dores físicas e emocionais deste crime. Desejamos melhoras à ela e forças para todos os familiares e amigos”, finalizou.

Canais de ajuda

O número de emergência em situações graves de violência contra a mulher e que exigem socorro imediato é sempre o 190. Para registrar qualquer denúncia, basta ligar para 197, 180 e 181. Vale lembrar que todas as denúncias são sigilosas. Além disso, as denúncias também podem ser registradas presencialmente nas delegacias (PJC-MT) de Mato Grosso, ou qualquer delegacia do município em que a vítima reside.

Algumas Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher criaram, em função da pandemia que aumentou o isolamento social, canais para denúncias e atendimento psicológico pelo serviço de WhatsApp. Em Cuiabá, o número (65) 99966-0611 está disponível para as vítimas. Em Várzea Grande, a Delegacia criou o número (65) 98408-7445 para receber denúncias via WhatsApp.

OLHAR DIRETO

Nossa webrádio parceira: dj90.com.br