Saúde
Incontinência urinária: o que é, quando se preocupar e como tratar
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A perda involuntária de urina ou incontinência urinária é mais comum do que muitos imaginam, sendo causadora de constrangimentos e desconfortos. Mais frequente no sexo feminino, sem controle, a pessoa pode urinar diante de esforços como tosse ou espirro.
O problema pode também afetar as mulheres grávidas, devido à pressão do útero sobre a bexiga, em função do crescimento do bebê durante a gestação. Nesse estado, o espaço para a urina é mais reduzido, ocasionando a incontinência.
Neste post você vai saber mais detalhes sobre a incontinência urinária, seus sintomas e consequências. Continue lendo para conhecer as formas de tratamento e quando se preocupar com as complicações do problema!
O que é a incontinência urinária?
É um distúrbio de perda involuntária de urina pelo canal da uretra, causado, no geral, pela incapacidade de armazenamento e controle de saída da urina — a eliminação pode ocorrer de modo leve, regular ou intenso.
As mulheres são mais afetadas que os homens pela incontinência urinária devido à condição da uretra e as duas falhas naturais que ocorrem no assoalho pélvico, denominadas hiato vaginal e hiato retal.
Nas mulheres, as estruturas musculares que sustentam os órgãos pélvicos e produzem a contração da uretra são mais frágeis. Assim, a função de evitar a perda urinária é comprometida pela falta dessa força muscular.
Cerca de 30 a 40% das mulheres acima dos 40 anos apresentam algum nível de incontinência urinária. A idade se caracteriza, portanto, como um dos principais fatores de risco em pessoas do sexo feminino.
Quais os tipos e sintomas dessa doença?
Existem 5 tipos de incontinência urinária:
incontinência urinária de esforço: sem a força muscular pélvica para reter a urina, a pessoa pode expelir o líquido em quantidade moderada ao tossir, espirrar, subir escadas, levantar algo, fazer exercícios físicos e rir;
incontinência urinária de urgência: não dá tempo de chegar ao banheiro, o que caracteriza a bexiga hiperativa que é a vontade incontrolável de urinar, expelindo uma quantidade de pequena a intensa, dependendo do armazenamento da bexiga;
incontinência urinária por transbordamento: ocorre quando a bexiga está sempre cheia ou não se esvaziou por completo, acarretando a perda por gotejamento, expelindo pequena quantidade de urina, com grande incidência durante o sono;
incontinência urinária funcional: existe o entendimento da necessidade de urinar, mas a pessoa pode ser impedida por alguma deficiência intelectual ou motora que impossibilita sua chegada ao banheiro por conta própria;
incontinência urinária mista: características agrupadas dos tipos de incontinência urinária, gerando sintomas variados e conforme o momento.
O que pode causar a incontinência urinária?
Diversos fatores podem desencadear o distúrbio de incontinência urinária, estimulando a bexiga a aumentar o volume de urina. Entre eles estão as bebidas, alimentos e medicamentos diuréticos, compostos por:
alimentos ricos em especiarias e açúcar;
álcool;
adoçantes artificiais;
alimentos ácidos e cítricos;
cafeína;
refrigerantes;
medicamentos para doenças cardíacas e pressão arterial, sedativos e relaxantes musculares;
doses cavalares de vitaminas B ou C.
Existem casos em que a condição médica é proveniente de problemas ou alterações físicas, sendo também responsáveis pelo estado de incontinência urinária, tais como:
gravidez;
parto;
estresse emocional;
envelhecimento;
menopausa;
infecção do trato urinário;
obstrução do trato urinário;
histerectomia;
prisão de ventre;
aumento da próstata;
câncer de próstata;
esclerose múltipla;
doença de Parkinson;
AVC;
tumor cerebral;
uma lesão da coluna vertebral.
Quando se preocupar com as complicações da incontinência?
A incontinência urinária deve ser vista como um distúrbio a ser investigado em qualquer faixa etária. Ela pode ter origem em fatores diversos para o desencadeamento da condição.
Um quadro infeccioso urinário, por exemplo, pode comprometer o funcionamento do organismo impactando a perda das atividades renais. Ao perceber recorrência de liberação involuntária da urina, é fundamental buscar orientação especializada e em casos mais graves, agendar uma consulta médica.
Como tratar a incontinência urinária?
O tratamento da incontinência urinária depende do tipo, da gravidade e causa de liberação involuntária. É preciso investigar, por meio da avaliação dos sintomas e exames para fechar um diagnóstico completo.
Os tratamentos — cirurgia, medicamentos, fisioterapia — variam de acordo com o grau da incontinência. Pode ser que o médico defina apenas uma linha de tratamento ou uma combinação de terapias e medicamentos, por exemplo.
Veja os possíveis tratamentos para o distúrbio de incontinência urinária!
Exercícios de Kegel
Por meio desse exercício fisioterápico é possível reeducar o assoalho pélvico, fortalecendo os músculos que ajudam no controle da micção. São técnicas eficazes para os tipos de incontinência de esforço e de urgência.
Técnicas comportamentais
São treinamentos da bexiga para retração da micção que consiste em adiar a ida ao banheiro por cerca de 10 minutos todas as vezes que sentir vontade. Outra opção é a de micção dupla, que nada mais é do que urinar, esperar alguns minutos e repetir a ação.
A programação de ida ao banheiro é mais uma técnica comportamental e a pessoa pode cronometrar a ida de duas a quatro horas, sem esperar a necessidade expelir a urina.
Por fim, a dieta alimentar como controle de fluidos, ou seja, corte de itens que estimulam o surgimento da incontinência urinária como cafeína, alimentos ácidos e álcool. É importante aumentar o consumo de fibras e reduzir a ingestão de líquidos em grande quantidade.
Estimulação elétrica
O uso de equipamentos com eletrodos inseridos de modo temporário no reto ou na vagina pode estimular e fortalecer a musculatura do assoalho pélvico.
Realizada por um fisioterapeuta, a estimulação elétrica pode ser eficaz nos tipos de incontinência de esforço e de urgência.
Medicamentoso
O especialista pode detectar as causas da incontinência e julgar que a ação de medicamentos será mais eficiente e prescrever soluções como anticolinérgicos, estrogênio tópico, Mirabegron (para bexiga hiperativa) e bloqueadores alfa.
Dispositivos médicos
Consiste na introdução de um pequeno dispositivo na uretra vaginal, antes de uma atividade física capaz de provocar a incontinência urinária – funciona como uma espécie de tampão.
Uma alternativa é o pessário, um anel rígido que deve ser inserido na vagina, com uso diário. O dispositivo tem como função, ajudar a segurar a bexiga próxima da vagina para inibir a perda de urina.
Terapias de intervenção
Terapias como injeção de material sintético no tecido que envolve a uretra (com intuito de manter o canal uretral fechado e reduzir a perda de urina), botox (toxina botulínica tipo A) e estimuladores de nervos, podem ter eficácia em casos de incontinência urinária.
Cirurgias
É possível que os tratamentos menos invasivos não apresentem a resposta esperada e seja necessário optar por um procedimento cirúrgico. Assim, existem intervenções que podem resolver de vez o problema de incontinência urinária:
cirurgia de Sling: tiras de tecido sintético ou de malha aplicadas em torno da uretra e colo da bexiga, com o objetivo de restaurar o suporte a esses dois mecanismos, mantendo a uretra fechada, especialmente, em movimentos bruscos como tossir ou espirrar;
suspensão do colo da bexiga: realizada para restaurar os músculos e ligamentos do assoalho pélvico, segurando a bexiga em seu lugar de origem;
cirurgia de prolapso uterino: realizada com o objetivo de colocar os órgãos pélvicos na posição normal, fortalecendo os músculos do assoalho pélvico;
esfíncter urinário artificial: chamado de EUA, substitui o mecanismo natural de continência com a ajuda de uma bomba manual de controle da bexiga.
O que fazer para evitar essa condição?
Embora para alguns casos, o surgimento e desenvolvimento da incontinência urinária seja uma questão ligada aos fatores de risco iminentes, é possível prevenir sua ocorrência ou agravamento, com os seguintes passos:
realização regular dos exercícios de kegel;
redução do consumo de álcool e bebidas à base de cafeína;
controle do diabetes;
eliminação do cigarro;
reeducação alimentar;
perda saudável de peso;
visitas periódicas e preventivas ao médico.
Agora você já sabe que a incontinência urinária é uma condição que pode afetar mulheres e homens em situações diversas. Portanto, quanto antes se iniciarem os métodos de prevenção, maiores serão as chances de se ver livre desse tipo de problema.
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