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Rondônia

Governo cria políticas públicas de fomento às atividades extrativistas de comunidades tradicionais em áreas de conservação


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Com 40 unidades de conservação distribuídas pelo estado, Rondônia tem mais de 2 milhões de hectares de áreas protegidas, representando 18% do território rondoniense. Segundo o coordenador de Unidades de Conservação (CUC) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Denison Trindade Silva, 150 famílias vivem dentro dessas áreas, como permissionárias.

P U B L I C I D A D E

“As unidades são subdivididas em várias categorias, de proteção integral e de uso sustentável. É permitido nas áreas de uso sustentável a permanência das famílias de pessoas tradicionais, ou seja, que já viviam no local antes da criação da unidade de conservação, produzindo de forma harmoniosa para suas subsistências dentro da floresta. É isso que a legislação prevê”, explica Denison.

Cada unidade de conservação possui um plano de manejo e outro de utilização, de acordo com a área. Das atividades que os moradores de unidades de conservação, o coordenador diz que depende da área, mas envolvem agricultura familiar, extração de óleos como copaíba, sangue de dragão e andiroba, extrativismo de açaí e castanha e até mesmo o látex.

“Para que essa comunidade tradicional permaneça morando nessas localidades, ela tem que cumprir as regras para manter a concessão dada pelo estado”, afirma o coordenador da CUC, Denison Trindade.

O Código Florestal estipula os limites e condições para o uso responsável das unidades. “Caso cometam algum tipo de infração, os permissionários são autuados de acordo com a legislação. Hoje o estado passa por um processo de levantamento socioeconômico dessas unidades. Por muito tempo essas pessoas não eram identificadas, e não há como se fazer gestão sem essas informações. Foi fazendo esse levantamento que detectamos vários invasores, que não tinham tradicionalidade nenhuma e estavam tentando se consolidar dentro dessas áreas”, conta o coordenador.

Denison revela que os invasores já realizavam a expansão de culturas que não são próprias e nem permitidas dentro das unidades de conservação. “O estado, então, começou a notificá-las e retirar as pessoas que não tinham permissão para estarem lá. É importante, enfatizar que só é retirado quem não é legal para viver nessas áreas, os invasores”, declara. “O primeiro passo é a notificação para que saiam, e se não saírem entramos com uma ação de desintrusão, reintegração de posse do estado, e ao momento que continuam, as operações vão até o local fazem a retirada e as residências são destruídas”, completa.

Somente em Machadinho D’Oeste, existem 16 unidades de conservação onde é permitido o extrativismo por famílias tradicionais, onde vive a maioria das comunidades. Há ainda as unidades extrativistas nas Reservas Estaduais Cautário e Pacaás Novos, localizadas no município de Costa Marques.

“Para valorizar essas pessoas, o estado tem fomentado políticas públicas estruturantes que alcançam as comunidades. Até dezembro o governador Marcos Rocha vai inaugurar duas agroindústrias na unidade Rio Preto Jacundá, que fica em Machadinho, que inclusive ele já esteve visitando a localidade. Será uma agroindústria média de açaí e outra de farinha, que as duas irão receber toda a matéria prima das 16 unidades da região para beneficiamento. Esse fomento fará com essas pessoas gerem ativos. O estado não pode somente criar as unidades e fazer proibições. Aquelas pessoas precisam sobreviver lá dentro”.

A Sedam está, também, fazendo a aprovação de planos de manejo florestais madeireiro, projetos de carbono que já estão em execução em Rio Preto Jacundá e em licitação no Parque Guajará Mirim, construindo poços populares para as comunidades, e assim fomentando políticas que gerem renda e dignidade para as famílias, através de atividades sustentáveis baseadas no plano de manejo de cada área.

“Além disso, este ano, ainda, teremos a entrega de Contratos de Concessão de Direito Real de Uso (CCDRU) por 30 anos e podendo ser renovado pelo grupo familiar da comunidade”, conclui.

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