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Ex-coronel do ‘caso motosserra’ tem prisão domiciliar revogada e deve voltar ao presídio no Acre


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O ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, acusado de liderar um grupo de extermínio que atuou no Acre durante a década de 90, teve a prisão domiciliar revogada pela Justiça do Acre e deve voltar para a Unidade de Regime Fechado (URF-02), em Rio Branco. A determinação foi feita na quarta-feira (19) pela juíza da Vara de Execuções Penais, Luana Campos.

P U B L I C I D A D E

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Pascoal. Porém, o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) informou que a defesa já ingressou com um pedido de liminar e que a decisão ainda não foi cumprida. A juíza plantonista é quem vai avaliar o pedido da defesa para que o ex-coronel permaneça em regime semiaberto.

O documento afirma que Pascoal recebeu o benefício do regime semiaberto com tornozeleira eletrônica em 30 de dezembro de 2016 pois estava debilitado por problemas de saúde.

Porém, em abril deste ano o ex-coronel foi condenado novamente em outros dois processos na Vara de Execuções Penais, conforme informou o TJ. Assim, a pena dele foi somada novamente e ficou constatado, pelo tempo de pena, que a previsão de que ele saia do regime fechado para o semiaberto é apenas em 26 de junho de 2029.

O TJ não informou em quais novos processos Pascoal foi condenado este ano. A juíza Luana Campos entrou em recesso nesta quinta (20), mas o Tribunal deve ter novas informações do caso na sexta (21) após a análise da juíza plantonista.

A juíza destacou que Pascoal está em prisão domiciliar há quase dois anos e que “em tese, fez os tratamentos médicos necessários que o seu caso exige”. Além disso, explicou que os últimos laudos médicos dele juntados aos autos são de setembro de 2016. Ou seja, há quase dois anos não há no processo informações sobre o quadro clínico do ex-coronel.

Em outro ponto, a juíza explicou que o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) alega que não possui uma unidade prisional adequada para receber Pascoal, devido ao quadro clínico dele, e que o monitoramento eletrônico seria a única alternativa para o apenado.

Porém, a magistrada ressaltou que “tem ciência de que na cela que o apenado cumpria pena na URF-02 foram feitas modificações visando atender as suas necessidades médicas”. Assim, não existem impedimentos para que Pascoal volte para o regime fechado para cumprir o restante da pena.

O ex-coronal deve ser colocado na mesma cela em que cumpria pena anteriormente, devido as adaptações feitas. “Por fim, determino que a direção da unidade conceda ao apenado todos os direitos inerentes ao preso comum do regime fechado, bem como forneça ao mesmo acompanhamento médico adequado”, finalizou.

 Juíza diz que há dois anos não são incluídos nos autos laudos relacionados ao quadro clínico de Pascoal — Foto: Gleyciano Rodrigues/ Arquivo pessoal

Juíza diz que há dois anos não são incluídos nos autos laudos relacionados ao quadro clínico de Pascoal — Foto: Gleyciano Rodrigues/ Arquivo pessoal

Histórico

Acusado de chefiar um grupo de extermínio no Acre, Pascoal estava cumpre pena em Rio Branco por tráfico, tentativa de homicídio e corrupção eleitoral. Em 2009, ele foi condenado pela morte de Agilson Firmino, o ‘Baiano’, caso que ficou conhecido popularmente como ‘Crime da Motosserra’. As condenações todas somam mais de 100 anos.

Hildebrando Pascoal Nogueira Neto nasceu em 17 de janeiro de 1952 na capital acreana. Fez carreira na Polícia Militar e chegou a ser comandante.

Em 1994, elegeu-se deputado estadual pelo PFL e exerceu o mandato entre 1995 e 1999. Nas eleições de 1998, conquistou o cargo de deputado federal, mas não chegou a cumprir nem um ano do mandato.

Após diversas denúncias contra Hildebrando Pascoal na Justiça do Acre, o Congresso formou uma comissão parlamentar de inquérito em abril de 1999, chamada CPI do Narcotráfico.

A CPI e o Ministério Público investigavam a existência de um grupo de extermínio no Acre, com a participação de policiais, e que seria comandado por Hildebrando Pascoal. O grupo também era acusado de tráfico de drogas.

A principal acusação contra o então deputado durante a CPI era de que ele teria sido mandante do assassinato, em 1997, de pessoas que testemunhariam contra ele. Hildebrando foi apontado como responsável pelas mortes dos policiais Walter José Ayala, Jonaldo Martins e Sebastião Crispim da Silva e do mecânico Agilson Santos Firmino, o Baiano.

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