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Esperando, mas trabalhando no reino de Deus – Por Tiago Rosas


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Mais uma vez estamos diante de uma parábola escatológica, que aponta para a vinda de Jesus e a postura que se espera de seus servos enquanto o aguardam voltar. Na Lição passada, sobre a parábola das dez virgens, aprendemos que o Senhor requer CONSTANTE PRONTIDÃO dos que aguardam sua vinda. Nesta parábola dos talentos, o foco está no TRABALHO DILIGENTE que se espera dos servos do Senhor. Meditemos e aprendamos com o nosso Senhor, para que em sua vinda sejamos pegos em flagrante serviço!

I. Interpretação da parábola dos talentos

  • O contexto da parábola
P U B L I C I D A D E

A parábola dos talentos (e não dos “dez talentos”, como já foi incorretamente intitulada nalgumas bíblias) está no contexto do sermão profético do monte das Oliveiras, proferido por Jesus. Este sermão, como dissemos no estudo da Lição passada, aponta para o cumprimento do plano profético de Deus para Israel, mas com algumas aplicações que também nos dizem respeito (a Igreja), especialmente no que concerne à nossa postura enquanto aguardamos o retorno de Jesus Cristo.

Como foi com a parábola das dez virgens, somente Mateus, que escreve para os judeus, registra a parábola dos talentos, cujo objetivo continua sendo ilustrar, através de comparações, verdades do “Reino dos céus” (Mt 25.1,14). Esta parábola fala de negociações, juros e lucros, assunto de que Mateus, ex-cobrador de impostos, certamente entendia muito bem, o que pode ter-lhe chamado a atenção para registrar essa parábola.

Há algumas semelhanças entre esta parábola e a parábola das dez minas contada por Jesus em Lucas 19.11-28, especialmente na postura do terceiro servo, que por medo e negligência deixa de aplicar o dinheiro de seu senhor e recebe a punição por seu próprio e deliberado fracasso.

  • A responsabilidade conforme a capacidade

Jesus compara o Reino dos céus a um homem rico que, partindo para fora da terra, entregou a três de seus servos talentos “segundo a sua capacidade” (v. 15), isto é, segundo a capacidade de administração e negociação de cada um de seus servos. Não está escrito que o senhor tenha ordenado aos seus servos que multiplicassem os talentos recebidos, mas subentende-se que esta era a sua expectativa, conforme a atitude dos seus servos e as recompensas dadas a cada um por ocasião de seu retorno.

Já vimos neste trimestre que o talento era uma medida de peso, cujo valor variava conforme a época e o lugar. Todavia, de modo geral, aceita-se algo em torno de 6 mil denários como o valor correspondente a cada talento (de ouro). Possivelmente, só a partir do século XV é que a palavra talento passou a ser usada como metáfora para “dons” ou “habilidades”, e isto se deu justamente devido à interpretação desta parábola contada por Jesus. Perceba como a Bíblia vem influenciando de longas datas a linguagem secular!

Nenhum servo recebeu mais nem menos do que podia administrar. Não foram subestimados com menos do que podiam fazer, nem foram superestimados com mais do que eram capazes de gerenciar. O senhor que conhecia bem seus servos, repartiu os talentos na exata proporção da sabedoria de cada um. E mesmo o servo que recebeu apenas um talento não deixou de receber um grande valor, já que um único talento equivalia a seis mil dias de trabalho. O fracasso ou êxito na administração dos talentos seria de responsabilidade de cada um dos servos, pois estava claro que eles tinham capacidade para administrar e fazer render os bens de seu senhor. De modo algum o senhor poderia ser culpado pelo fracasso de qualquer de seus servos!

  • Diligência versus negligência, confiança versus medo

Tão logo o senhor tenha partido para fora da terra (uma referência à ascensão de Cristo aos céus), os dois primeiros servos puseram-se a trabalhar para fazer render os talentos recebidos. Ambos dobraram os bens de seu senhor: o primeiro negociou os cinco talentos e lucrou mais cinco; o segundo negociou os dois talentos e ganhou mais dois (vv. 16,17). Não sabemos exatamente quais foram as negociações feitas por eles, se aplicações bancárias, se empréstimos com juros, se comercialização, etc. O fato é que o lucro obtido por ambos foi de 100%.

De fato, cada um destes dois primeiros servos agiu na medida de sua capacidade e honrou a confiança que seu senhor depositara neles. Foram diligentes, isto é, aplicados ao trabalho. Embora não lhes tenha sido informado quando o senhor regressaria, não se entregaram à ociosidade, nem desleixaram nos cuidados dos bens. Antes, foram servos operantes até o dia do ajuste de contas (v. 19).

O terceiro servo, porém, preferiu um trabalho muito cômodo e de rápida execução: cavar a terra e esconder o dinheiro de seu senhor (v. 18). Em nossa cultura hoje, esta ação do servo pode soar estranha, todavia, como destaca Keener, “uma das formas mais seguras – e menos lucrativas – de proteger o próprio dinheiro era enterrá-lo” [1]. Entretanto, o interesse do senhor não era em “guardar” ou “proteger” somente os talentos entregues aos servos, mas aumentá-los e multiplicá-los!

Embora o servo tenha tentado justificar sua negligência no medo da severidade de seu senhor (vv. 24,25), tal desculpa somente serviu para ressaltar o mau caráter do próprio servo: se pensava que seu senhor era severo, então por isto mesmo deveria ter trabalhado diligentemente para fazer aumentar os bens de seu senhor ao invés de escondê-los; ademais, como ficou claro nas recompensas dadas pelo senhor aos outros servos, ele não era um “homem duro”, mas um homem bom e generoso.

  • A prestação de contas e as recompensas

Embora tenha demorado “muito tempo” (v. 19) para voltar, o senhor daqueles servos veio para ajustar contas com eles. A demora, na verdade, era oportunidade para os servos trabalharem mais e obterem maiores lucros. Todavia, nem todos souberam aproveitar o tempo devidamente. Enquanto dois negociavam, um estava inerte. Todos, porém, foram chamados a prestar contas!

Aos dois primeiros servos, que obtiveram lucros de 100% sobre os bens que lhes foram confiados, o elogio e a recompensa foram as mesmas (até porque o resultado foi o mesmo, na devida proporção do que cada um recebeu). O senhor reconhece cada um deles como “bom e fiel servo” e lhes recompensa de duas formas:

  1. Entrega maiores responsabilidades, isto é, promove-os a postos mais importantes;
  2. Dá acesso ao “gozo”, isto é, à festa de celebração que ele organizara após o retorno [2]

Ao terceiro servo, negligente e medroso, porém, não é dado elogios nem novas oportunidades ou mesmo acesso ao gozo. Na verdade, em vistas de sua confissão que é autocondenatória (vv.24-25), tal servo é chamado de “mau e negligente” (v. 26) e ainda de “servo inútil” (v. 30) – quão terrível é ouvir isso do seu próprio senhor! –, tem seu único talento tomado e ainda é lançado nas “trevas exteriores”, onde há “pranto e ranger de dentes”, isto é, totalmente o oposto do “gozo” a que os outros dois servos tiveram acesso.

Agora, ao final de tudo isto, voltemos a atentar para o fato de que assim também é no Reino dos céus: Deus é justo e longânimo para com todos, bom para com os fiéis e severo para com os preguiçosos e medrosos, que desperdiçam as oportunidades e dádivas recebidas! Como advertia o apóstolo Paulo, “considera, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11.22).

II. Usando a nossa capacidade para o reino de Deus

  • A presença capacitadora de Deus

Desde os tempos antigos, os homens vêm se sentido incapazes para as empreitadas na obra de Deus. Moisés julgou-se incapaz (Ex 3.11), mas Deus lhe promete “eu serei contigo” (v. 12); Jeremias julgou-se jovem demais para o trabalho (Jr 1.6), mas Deus lhe aquieta dizendo “Não temas, eu estou contigo” (v. 8); para o vacilante Josué, que sentiu o peso da responsabilidade de liderar o povo hebreu após a morte de Moisés, Deus lhe garante “como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei” (Js 1.5); para Gideão, que escondia-se dos midianitas, a saudação do anjo do Senhor foi: “O Senhor é contigo, homem valoroso” (Js 6.12), e quando Gideão questionou como ele, tão insignificante que era, poderia livrar seu povo das mãos dos inimigos, Deus lhe responde: “eu hei de ser contigo” (Jz 6.16).

A presença de Deus na vida do homem é vital para capacitá-lo interiormente e lhe dar a ousadia necessária para cumprimento da missão. Ninguém pode de si mesmo realizar a obra de Deus, mas somente mediante esta certeza: Deus está comigo! Jesus asseverou aos seus apóstolos: “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.4,5). Nenhum passo será dado com êxito na obra de Deus se não estivermos sob a dependência divina!

A presença de Deus em nós é imprescindível! Sem ela, não podemos ir adiante e termos êxito na missão. Por isso Moisés roga no deserto: “Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui” (Ex 33.15), e Davi suplica em meio à sua oração de confissão: “Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Sl 51.11). Quando temos a certeza da presença de Deus junto de nós não tememos os desafios, nem nos acovardamos diante das ameaças dos inimigos. Como escreveu a poetisa Fanny Crosby, “Mesmo onde as sombras caem mais escuras, teu rosto vendo, nada temerei” [3]. Seguindo o exemplo de Neemias, apliquemo-nos corajosa e diligentemente na reconstrução dos muros e confiemos em Deus que nos dará êxito!

  • O poder capacitador do Senhor

Jesus disse aos seus discípulos: “Eis que vos dou poder…” (Lc 10.19). Esse poder espiritual é a capacitação divina para cumprirmos a missão de sermos testemunhas de Cristo “até os confins da terra” (At 1.8), e para operarmos em nome de Cristo sinais e maravilhas, como expulsar demônios, curar enfermos, falar em novas línguas e repreender o mal (Mc 16.17,18).

Hoje Jesus está numa terra muito distante daqui – embora ele não esteja distante de nós, visto que é onipresente! –, mas nos deixou bens, dádivas, dons do seu Espírito para que usemos em prol do seu Reino. E ele também está nos dizendo: “Negociai até que eu venha” (Lc 19.13). Cada crente recebeu uma responsabilidade na Igreja do Senhor, visto que nenhum membro é inútil, e mesmo os mais simples trabalhos são importantes e devem ser desenvolvidos com fidelidade na obra do Senhor. Nas palavras de Paulo, “os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários” (1Co 12.22).

Como diz o hino da Harpa Cristã,

“Para cada crente, o Mestre preparou
Um trabalho certo, quando o resgatou,
O trabalho a que Jesus te chama aqui.
Como será feito, se não for por ti?” 
[4]

  • Dons espirituais e habilidades naturais

Não só dons espirituais (línguas, profecia, curas, etc.), mas também habilidades naturais nos foram concedidos por Deus, mediante aptidões que trazemos desde a infância ou treinamento recebido ao longo da vida, e Ele espera que usemos todas essas habilidades para fazer a Sua vontade, acumulando tesouros no céu, onde o ladrão não rouba, a traça não corrói e as crises econômicas não desvalorizam! (Mt 6.20).

Compomos músicas ou cantamos? Temos habilidade para escrever? Desenhamos ou pintamos? Com facilidade aprendemos outros idiomas? Somos habilidosos em sistemas informatizados? Somos desinibidos para falar em público? Quaisquer que sejam nossas habilidades, glorifiquemos a Deus através delas! Conta-se que um sapateiro recém-convertido perguntou a Lutero o que poderia fazer para ser um cristão melhor. A resposta do monge alemão foi: faça um bom sapato e venda por um preço justo. Nas palavras de Paulo, “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31).

  • A recusa para o trabalho

Seguindo o exemplo do servo negligente e mau, muitos crentes hoje têm encostado as ferramentas, cruzado os braços e estão esperando ociosamente seu Senhor voltar. Por insegurança, preguiça ou medo, caíram em paralisia espiritual e estão atrofiando dentro das igrejas. Cristo morreu por eles de braços abertos na cruz, mas eles agora retribuem tão precioso sacrifício cruzando os braços e se negando a sacrificarem-se por seu Senhor. Estes não querem dizer como Paulo: “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas…” (2Co 12.15). Preferem as distrações deste mundo ao invés de agradarem aquele que os alistou para a guerra (2Tm 2.4). Estão bem acomodados em suas ocupações seculares, ganhando dinheiro, fazendo sucesso, amealhando riquezas terrenas e amizades interesseiras, enquanto renegam o chamado divino para o trabalho. Que lhes fará o Senhor quando Ele voltar?

Não nos acovardemos como o servo mau que foi lançado nas trevas exteriores para ser atormentado, antes atentemos para o que dizem as Escrituras: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (2 Tm 1.7, NVI). No poder do Senhor, em amor e com equilíbrio, cumpramos a nossa missão, sem retroceder nem temer, mas confiando que “a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5), e que “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Fp 1.6).

III. Trabalhando até o Senhor voltar

Não importa quanto tempo o Senhor demorará para voltar, seguindo o exemplo dos dois primeiros servos desta parábola, apliquemo-nos no trabalho e busquemos multiplicar os talentos que Ele nos deu. Se meditarmos bem, a demora de Deus representa novas e boas oportunidades para nós trabalharmos mais e juntarmos mais tesouros no céu, bem como repararmos os erros de outrora e aperfeiçoar nossas habilidades. Cabe tão somente a nós, remirmos o tempo (Ef 5.16; Cl 4.5), isto é, aproveitar ao máximo cada oportunidade (NVI)!

  • Trabalhemos enquanto esperamos

Já dissemos em estudos passados ainda neste trimestre que a espera pela vinda do Senhor não pode ser uma espera contemplativa, ociosa, desocupada, mas uma espera ativa, operante, laboriosa. Aos discípulos que permaneceram olhando para as nuvens, mesmo após o espetáculo da ascensão de Jesus já haver findado, os anjos questionaram “Galileus, por que vocês estão olhando para o céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao céu, voltará da mesma forma como o viram subir” (At 1.11). Era como se os anjos estivessem dizendo: “Acabou a festa, pessoal! Voltem ao trabalho! Jesus um dia voltará e vocês devem aguardá-lo trabalhando, não olhando para as nuvens”. Os discípulos entenderam, pois “eles voltaram para Jerusalém” (v. 12).

Se o fogo está apagando, abanemos o fogo com orações e jejuns para que cresça e continuemos servindo fervorosamente ao Senhor (2Tm 1.6). Se a preguicite espiritual quer tomar nossa mente e jogar-nos no sono da indolência, “despertemos que já é dia”! Se nos sentimos fracos e incapazes para o trabalho do Senhor, fortifiquemo-nos na graça que há em Cristo Jesus (2Tm 2.1). Só não podemos cruzar os braços e ainda querer justificar nossa negligência. Não há desculpas que possam livrar-nos da cobrança divina que certamente virá em breve!

  • O serviço nunca acaba!

Crente só se aposenta quando morre! Até que o último suspiro seja dado, ele precisa estar militando por seu Senhor até completar a carreira, mantendo a fé preservada (2Tm 4.7). E, na verdade, nem quando morre, o trabalho cessa, pois, assim como os servos fiéis da parábola receberam novas responsabilidades com a volta de seu senhor, nós também os salvos, continuaremos trabalhando pelo Senhor em Seu reino Milenar e por toda eternidade, embora tal trabalho já não nos acarretará mais fadigas e dissabores, mas somente prazer e gozo inefáveis! Está dito que na nova Jerusalém, os servos do Senhor “para sempre o servirão” (Ap 22.3).

Não imitemos Demas, que abandonou a obra do Senhor, “amando o presente século” (2Tm 4.10), mas sigamos a exortação do apóstolo Paulo feita ao jovem líder Timóteo: “Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2Tm 4.5). Cumpramos o nosso ministério, isto é, o serviço para que fomos vocacionados pelo Senhor Jesus, pois Ele prometeu: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).

  • A festa já está preparada para os fiéis

Aos dois servos laboriosos foi dada entrada na grande festa que o senhor havia preparado após o retorno, além de novas responsabilidades que lhes foram confiadas. Assim também Cristo recompensará aos que fielmente lhe servirem, dando-lhes entrada na grande festa que está a preparar e confiando-lhes novas tarefas no Reino dos céus. Quem é fiel no pouco de aquém, receberá as glórias de além! Como dizem popularmente, “Deus é bom e paga bem”! O salmista declamava em versos, confiante do gozo eterno na presença de Deus: “Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Creio que muito em breve adentraremos a esta festa celestial, onde só há vida, alegrias e delícias perpetuamente!

  • Não retroceder, nem estacionar, mas avançar e fazer mais!

A gratidão pela generosidade do Senhor e a confiança de que não o servimos em vão, deve levar-nos a sermos “firmes, constantes e sempre abundantes na obra do Senhor” (1Co 15.58). A palavra “abundante” no texto grego (perisseuo) quer dizer exceder um número previsto, o que dá a ideia de superar, fazer mais, ir além, é transbordar em boas obras! Ajude-nos Deus para que ao invés de enterrarmos o talento que nos deu ou o usarmos indevidamente, venhamos juntar, nos encher e até transbordar de boas obras que glorifiquem ao nosso Deus! Seja cantando, orando, pregando, evangelizando, ensinando, tocando, liderando… sejamos sempre abundantes na obra do Senhor!

Aos que estão pensando em dar uma estacionada nos trabalhos em 2019, buscando quem sabe um pouco de descanso, a Palavra lhe diz “Levanta-te e come, porque te será muito longo o caminho” (1Re 19.7). Não é justo que enquanto alguns oram pra Deus enviar mais trabalhadores pra sua obra (Mt 9.38), outros estejam confortavelmente sentados sem querer se envolver na obra! A obra de Deus não é como um ônibus, onde só um dirige e os outros vão tranquilamente sentados em seus bancos até chegar aos respectivos destinos; a obra de Deus assemelha-se muito mais a um barco a remo daquelas competições de canoagem, onde todos os ocupantes devem remar em sincronia para chegar ao destino pretendido. Se um ocupante do barco ou canoa não rema, ele torna-se um peso para os demais que estão a remar. Todavia, como dizia uma antiga canção infantil, “Deus não quer preguiçoso em sua obra”!

Conclusão

A pergunta feita ao profeta Jonas, que resistindo ao chamado de Deus para pregar em Nínive buscava esconder-se no porão de um navio, continua a ecoar aos nossos ouvidos hoje: “Que ocupação é a tua?” (Jn 1.8). Em que estamos ocupados ultimamente? Temos vivido para glória de Deus? Temos sido bons despenseiros de nosso Senhor, que gentilmente nos confiou dons preciosos e habilidades diversas? Que ao final desse estudo, possamos com sinceridade de coração cantar ao Senhor aquele belíssimo hino, assumindo com Ele o compromisso de servi-lo fielmente todos os dias que aqui vivermos:

“Meus dons e talentos são pra te servir,
Meus dons preciosos são teus,
Não vejo razão na minha vida sem Ti,
Tu és meu Senhor e meu Deus”

Amém.

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Referências

[1] Craig Keener. Comentário histórico-cultural da Bíblia – Novo Testamento, Vida Nova, p. 125
[2] A expressão “entra no gozo do teu senhor” (vv. 21,23) quer dizer, nas palavras de Orlando Boyer, que “na volta do senhor, havia uma festa em que os fiéis servos foram convidados para comerem ao lado do seu senhor” (Espada Cortante 1, CPAD, p. 423)
[3] hino 33 da Harpa Cristã, CPAD. A autoria do hino é de Frances Jane Crosby, mais conhecida como Fanny Crosby. A tradução é de H. Maxwell Wrigth
[4] hino 93 da Harpa Cristã, CPAD

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