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Saúde

Esclerose múltipla (EM): o que é, causas, sintomas e tratamento


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Esclerose múltipla (EM) é uma condição neurológica e autoimune em que as células de proteção do organismo atacam o sistema nervoso central, afetando o cérebro e a medula. O problema costuma acometer jovens e gera sintomas sensitivos, motores e cerebelares.

P U B L I C I D A D E

Saiba mais a seguir:

O que é?

Na esclerose múltipla, o sistema nervoso confunde as células saudáveis com as invasoras e as danifica. A doença ataca diretamente a bainha de mielina, que é a capa protetora dos neurônios.

Com a mielina e os neurônios lesionados e inflamados, a comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e o resto do corpo fica danificada, o que resulta em dificuldade sensitiva, motora e cognitiva.

Causas

Mielina na Esclerose Múltipla.

BlueRingMedia/Shutterstock

Apesar de a medicina ainda não ter uma explicação para o aparecimento da doença, há alguns aspectos ambientais que podem desencadeá-la, como pouca exposição solar até os dez anos de idade – e consequente baixo nível de vitamina D, a qual regula o sistema imune – e infecção por alguns tipos de vírus.

É hereditária?

A esclerose múltipla não é considerada uma doença hereditária, mas já foi constado que há um fator genético que aumenta a chance de desenvolvê-la, o que explica a prevalência de mais de um caso da doença numa mesma família.

Fatores de risco

Idade

A condição é mais comum em pessoas de 20 a 40 anos.

Sexo

A esclerose múltipla é predominante em mulheres, mas também pode acometer homens.

Geografia

O problema é mais recorrente em lugares longes da linha do equador, devido à falta de sol.

Etnia

Pessoas brancas, em especial as de origem do Norte da Europa, têm risco maior de desenvolver o problema.

Histórico familiar

Caso algum parente seu tenha esclerose múltipla, há 1 a 5% de chance de também desenvolvê-la.

Tabagismo

O fumo aumenta o risco da doença e piora as crises e a progressão em quem já a tem.

Vírus

Existem alguns vírus, como o Epstein-Barr, cuja infecção aumenta o nível de anticorpos no sangue e, consequentemente, a chance de desenvolver EM.

Ausência de contaminação por parasitas intestinais

O contato com parasitas intestinais na infância tem efeito anti-inflamatório que reduz o risco de esclerose múltipla.

Sinais e sintomas de esclerose múltipla

  • Alterações no humor
  • Cansaço
  • Dificuldade no controle da bexiga ou do intestino
  • Dificuldade para andar
  • Dormências ou formigamentos
  • Escurecimento da visão
  • Espasmos musculares
  • Falta de coordenação motora
  • Fraqueza
  • Perda de força muscular
  • Problemas de memória e atenção
  • Visão dupla
  • Visão turva

Diagnostico de esclerose múltipla

Na apresentação de um ou mais destes sintomas, é necessário procurar ajuda médica para avaliar o quadro.

Geralmente, o especialista solicita diversos tipos de testes, como exames de sangue, punção lombar, ressonância magnética e exame de potencial equivocado (que mede sinais elétricos enviados pelo cérebro).

Além disso, há um protocolo internacional que considera o número de surtos apresentados, os sintomas, a duração e os outros critérios clínicos para, enfim, confirmar ou descartar o diagnóstico.

Tratamento de esclerose múltipla

Fisioterapia para esclerose múltipla.

BlueRingMedia/Shutterstock

Medicamentos

O tratamento medicamentoso tende a abreviar e espaçar as fases agudas, além de inibir os sintomas. Uma vez que é uma doença inflamatória, os cuidados consistirão em reduzir a inflamação e a agressão à mielina.

Entre os medicamentos mais famosos, estão:

Interferon

Remédio injetável que é formado por diversas proteínas que controlam o sistema imunológico e combatem vírus, o que é bom para retardar a doença e suas complicações.

Acetato de glatirâmer

É formado por outra proteína que, ao que tudo indica, é capaz de bloquear o ataque à mielina por meio de alterações na imunidade. Sua aplicação é por via subcutânea.

Fingolimode

Se trata de um medicamento oral da classe dos moduladores de receptores esfingosina-1-fosfato (S1PR), que “paralisam” os linfócitos que fazem com que o sistema nervoso destrua a mielina.

Natalizumabe

É composto por um anticorpo humanizado que bloqueia moléculas que permitem que anticorpos cruzem a barreira de proteção do cérebro, impedindo a destruição da mielina.

A droga é aplicada por injeção intravenosa com frequência, na maioria das vezes, mensal.

Mitoxantrona

Este remédio age pela redução da imunidade e é voltado para casos graves da doença, já que pode causar efeitos colaterais graves, tais como leucemia.

É aplicado por via intravenosa com frequência média de três a quatro vezes por ano.

Vitamina D

Para auxiliar no tratamento, médicos muitas vezes prescrevem a vitamina D que, por ser um imunoregulador, ajuda o sistema imunológico a funcionar da forma adequada.

Relaxantes musculares

Relaxantes musculares também são recomendados, uma vez que espasmos musculares podem ser comuns.

Estes compostos também tendem a diminuir a incidência de dores e fraquezas.

Outros remédios

Medicamentos para depressão e para controlar a bexiga também podem ser prescritos por um profissional qualificado.

É importante deixar claro que nunca é recomendada a automedicação, ou seja, sempre é essencial ter a prescrição e o diagnóstico de médicos, normalmente neurologistas.

Células-tronco

Um estudo publicado no periódico Neurology descobriu que o transplante de células tronco do próprio paciente é mais eficaz do que a medicação disponível no mercado para combater a esclerose múltipla.

Embora seja um tratamento inovador, ele só é indicado para pacientes que estão em surto remissivo, ou seja, antes da fase progressiva.

Como as células tronco terão a função de criar um sistema de defesa novo, ele deverá ser muito frágil num primeiro momento, sendo essencial a observação médica para evitar contrair infecções. Por isso, é uma medida extrema que deve ocorrer apenas em casos muito específicos.

Pulsoterapia

Ainda é feito um tratamento com a pulsoterapia, na qual são usadas altas doses de corticoides sintéticos, por um curto período de tempo (de 3 a 5 dias), para controlar as crises e os surtos.

Fisioterapia

Para fazer o tratamento da musculatura, fisioterapeutas têm uma função auxiliar muito importante, ensinando alongamentos e exercícios de fortalecimento muscular, tornando as tarefas cotidianas mais fáceis.

Tem cura?

Como esclerose múltipla não é uma doença que apresenta possibilidade de cura para a medicina ocidental, a forma de contê-la é realizando tratamentos para diminuir os sintomas e controlar o progresso.

Como conviver com esclerose múltipla?

Diferente de antigamente, atualmente é possível que pessoas com EM tenham qualidade de vida, visto que táticas de tratamento dos sintomas para normalizar o dia a dia dos pacientes são cada vez mais comuns, como as citadas acima.

Complicações possíveis

É importante frisar que, ao iniciar o tratamento com os medicamentos, é aumentada a exposição a sintomas como dores de cabeça e dores musculares e, até mesmo, é normal sofrer piora momentânea das manifestações.

Em alguns casos, o médico poderá prescrever medicamentos para atenuar os efeitos colaterais.

Prevenção

Esta doença é muito difícil de se prevenir, uma vez que é causada por contextos diferentes e múltiplos.

Todavia, evitar o tabagismo, tomar uma quantidade de sol adequada – especialmente nos primeiros anos de vida – e manter uma qualidade de vida saudável pode colaborar.

Na falta da prevenção precisa, é importante ficar atento aos sinais e sintomas de esclerose múltipla, visto que o diagnóstico precoce pode levar o paciente a tratar a condição de forma incipiente e levar uma vida mais saudável e sem muitas intervenções no cotidiano. Isso, inclusive, ajuda a diminuir o risco de complicações.

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