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Em um ano, número de pessoas enterradas sem identificação dobra no Acre


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Enterro acontece quando corpo está em estado avançado de decomposição e não foi identificado. Em 2017, foram 4 casos assim, já em 2018, esse número foi duas vezes maior.

P U B L I C I D A D E

O Instituto Médico Legal (IML) divulgou, a pedido do G1, o número de pessoas enterradas sem identificação no período de um ano. Ao todo, entre 2017 e 2018, doze pessoas foram enterradas dessa forma – 4 em 2017 e 8 em 2018.

Isso ocorre quando o corpo está em estado avançado de decomposição e familiares não procuram o órgão.

Mesmo o número de 2018 sendo duas vezes maior do que no ano anterior, a direção do IML considera uma quantidade pequena dentro dos procedimentos registrados. O médico legista Alexandre Baroni, que é diretor do IML, explica que o procedimento de enterrar não identificados segue as mesmas etapas que de uma pessoa identificada, inclusive, com mais burocracia ainda.

Os meios de identificação ocorrem através de exames DNA e arcada dentária, por exemplo. “Mesmo assim, se não identificou, quando ele tiver condições de ser guardado, ou seja, quando o óbito é recente o corpo não está putrefato, coloca-se na geladeira e fica lá o tempo que for necessário – pode ser dois meses ou um ano”, explica.

Porém, quando o corpo já é encontrado em estado avançado de decomposição, não há como mantê-lo, inclusive, por uma questão sanitária. “Quando o corpo já está putrefato, não tem como eu guardar, porque logo vai começar a dar mau cheiro”, destaca.

Outro fator também que impossibilita o reconhecimento é que os corpos nesse estado ficam irreconhecíveis. Baroni diz ainda que a orientação é até mesmo evitar que familiares tenham acesso a corpos assim.

“Então, nesse estado de decomposição, você tenta, mas não tem como conservar. Então, a gente tira fotos do cadáver, das roupas, tatuagens, tira material pra DNA, digital e pronto. Emitimos a declaração de óbito de não identificado, vai no cartório, faz a certidão, que vai pra assistência social e libera o caixão e a terra. Só depois disso tudo, a funerária vai e enterra”, pontua.

O diretor enfatiza ainda que, além da espera por familiares, é feita uma busca efetiva para tentar encontrar amigos e familiares. Ele relembra ainda um caso em que um filho reconheceu a mãe dias após ela ter sido enterrada.

“Agora, o que a gente tenta acelerar é a questão do enterro, porque o corpo não pode ficar putrefato na sala de necrópsia, porque para tudo. Se eu deixar um corpo ali dessa forma, cria-se um problema social e de vigilância sanitária”, finaliza.

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