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Em Mato Grosso juíza autoriza “quebra” de sigilo bancário de ex-chefe de gabinete


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A Justiça autorizou a transferência de sigilo bancário do ex-chefe de gabinete do prefeito Emanuel Pinheiro, Antonio Morreal e o seu escritório, a Monreal  Advogados Sociedade de  Advogados, em um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Estadual (MPE).

P U B L I C I D A D E

Na transferência de sigilo, diferente da quebra, os dados continuam excluídos do acesso público, ficando restrito apenas às autoridades.

A autorização foi dada pela juíza Célia Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, e publicada nesta terça-feira (31).

O inquérito foi instaurado pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa da Capital a partir do compartilhamento das provas produzidas nas investigações da Operação Capistrum, referente a perícia realizada em um aparelho celular Iphone apreendido com o prefeito, mas cadastro em nome de Monreal.

A operação, deflagrada no ano passado, e que teve entre os alvos o prefeito e seu então chefe de gabinete, investigou um esquema de contratações ilegais na Secretaria Municipal de Saúde, com a finalidade de pagar favores políticos de aliados.

De acordo com o MPE, a perícia no celular identificou que o aparelho estava cadastrado com o email de Monreal, mas continha mensagens pessoais de Emanuel, com o codinome “Sinatra”.

Além disso, foram localizadas 264 mensagens referentes a compras em cartões de crédito debitados e de duas contas ­correntes no Itaú e Sicoob, de forma que, a cada débito realizado, a instituição financeira enviava uma mensagem no celular cadastrado em nome de Monreal, e que era utilizado por Emanuel Pinheiro.

O MPE suspeita que Emanuel e seus familiares utilizavam cartões de crédito emitidos das contas bancárias de Monreal, uma vez que as compras eram comunicadas no telefone registrado em nome do ex-chefe de gabinete.

Conforme o MPE, Monreal chegou a esclarecer que recebeu as mensagens de gastos com cartões de crédito em seu celular a pedido do prefeito, para controle de seus gastos pessoais.

No entanto, segundo o Ministério Público, Monreal não esclareceu porque o seu aparelho celular foi apreendido na posse de Emanuel, tampouco o motivo de os gastos do prefeito e seus familiares estarem sendo comunicados em seu e­mail pessoal.

Na decisão, a juíza afirmou que a transferência do sigilo bancário é necessária para comprovar se os cartões utilizados por Emanuel Pinheiro e seus familiares foram emitidos das contas de Monreal e seu escritório; se as faturas eram pagas por meio dessas contas; e a origem dos recursos financeiros que possibilitavam o pagamento dessas faturas e qual a natureza dos gastos.

Além disso, conforme a magistrada, dados obtidos com a transferência do sigilo bancário poderão demonstrar se, além do  enriquecimento ilícito, houve também dano ao erário.

Operação Capistrum

O Ministério Público e Polícia Civil deflagraram no dia 19 de outubro de 2021 a Operação Capistrum.

Além de Emanuel Pinheiro e Antonio Morreal, também foram alvos da operação a primeira-dama Márcia Pinheiro, o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro e a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza.

Eles ainda sofreram mandados de busca e apreensão e também tiveram o sequestro de bens decretado até o montante de R$ 16 milhões.

Segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, Emanuel fez mais de 3.500 contratações temporárias só na secretaria, a maioria ilegais, com pagamentos de “prêmio-saúde” para acomodar e atender compromissos de aliados políticos, principalmente vereadores.

Outra acusação que pesa é a de pagamento do chamado prêmio saúde a servidores da Pasta – em valores que variam de R$ 70,00 a R$ 5,8 mil – sem nenhum critério, em desrespeito à legalidade.

Midianews.com.br

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