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Em 2 anos, processos de feminicídios crescem 345% em Mato Grosso


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Em Mato Grosso, os últimos dois anos foram marcados pelo aumento no número de casos de feminicídios que chegaram ao Poder Judiciário (TJ-MT). Desde 2016, quando esses crimes passaram a ser acompanhados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a quantidade de processos só cresce. No Estado, o aumento foi de 345%, em 2018, se comparado a 2016. No período, as ações saltaram de 69 para 307. As informações do CNJ foram divulgadas ontem (8), quando se comemorou o Dia Internacional da Mulher. Em nível nacional, as ações cresceram 34%: de 3.339 para 4.461.

P U B L I C I D A D E

A quantidade colocou o estado, no ano passado, no 4º lugar do triste ranking de feminicídios. O primeiro lugar ficou com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que contabilizou 1.534 casos, seguido do TJ Rio Grande do Sul (571) e São Paulo (393). Já desde 2016, somente os TJs do Amazonas (AM) e de Goiás (GO) tiveram redução de -90 e 12%, respectivamente.

Conforme o CNJ, os tribunais de Justiça também perceberam crescimento no número de processos pendentes relativos à violência contra a mulher. Em 2016, havia quase 892 mil ações aguardando decisão da Justiça. Dois anos depois, esse número cresceu 13%, superando a marca de um milhão de casos. No TJ-MT, o aumento foi de 42%. Em 2106, eram 26.246 processos contra 37.288. Porém, o número é menor que o de 2017, quando havia 38.432 ações. Os dados dos tribunais foram consolidados pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ/CNJ).

O levantamento mostra ainda que o número de sentenças de medidas protetivas aplicadas também apresentou mudança. No ano passado, foram concedidas cerca de 339,2 mil medidas– alta de 36% em relação ao ano de 2016, quando foram registradas 249,5 mil decisões dessa natureza. Em Mato Grosso, o salto foi de 6%, saindo de 7.680 para 8.172, no mesmo período.

A publicação de relatórios analíticos e dados relativos a esse tema pelo DPJ está prevista na Resolução CNJ n° 254/2018 do CNJ, que criou a Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. O CNJ ressaltou ainda que os números de casos de feminicídios que tramitam no Brasil foram revisados pelos tribunais de Justiça, passando de 10 mil para 4.461. Especialmente três tribunais (Paraná, Rio Grande do Norte e Goiás) atualizaram seus dados, impactando para baixo os números anteriormente publicados.

No relatório “O Poder Judiciário na Aplicação da Lei Maria da Penha”, elaborado pelo DPJ/CNJ, em 2018, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) dizia tramitar em sua corte 4.925 casos (referente ao ano de 2017). Após a revisão, o número caiu para 200. Os dados informados pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) também apresentaram uma expressiva diferença. No ano passado, a corte informou ter tramitado 1.380 processos de feminicídio em 2017. Após revisão, a corte reclassificou os dados para 25.

“É preciso destacar também que a coleta das informações sobre feminicídio é relativamente nova, uma vez que apenas em 2015 o crime passou a ser uma qualificadora do crime de homicídio, e incluído no rol dos crimes hediondos, como estupro, latrocínio e genocídio (Lei 13.104/2015). As tabelas de classificação de crimes foram modificadas após essa data.

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