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Eleições nos EUA: O que falta para disputa acabar. Biden confia na vitória


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Aeleição presidencial nos Estados Unidos entra neste sábado (7/11) no quarto dia da contagem de votos ainda sem um vencedor definido. O candidato democrata, Joe Biden, está muito próximo de atingir os 270 votos no Colégio Eleitoral necessários para ser eleito, mas o atual presidente, o republicano Donald Trump, ainda sonha com a vitória – nem que seja apelando para uma longa batalha judicial.

P U B L I C I D A D E

No começo da madrugada deste sábado (7/11), após ampliar vantagem em estados-chaves, como a Pensilvânia, Biden disse, em pronunciamento. “Não temos uma declaração final de vitória, mas os números são convincentes. Nós vamos ganhar essa eleição”.

Mais cedo, Trump afirmou, em post no Twitter, que Biden “não deve reivindicar indevidamente o cargo de presente”. E avisou: “Os processos judiciais estão apenas começando”.

Seis estados estão com a apuração dos votos aberta e há chances matemáticas para os dois lados. Ao longo dessa sexta-feira (6/11), no entanto, o ex-vice-presidente dos EUA virou o jogo na Pensilvânia e na Geórgia, aumentando exponencialmente as chances de se tornar o 46º presidente do país norte-americano.

Biden dormiu nessa sexta-feira (6/11) com 253 delegados (algumas previsões já o apontam como vitorioso em Arizona, o que elevaria seu total para 264 delegados). Para ser considerado eleito, são necessários, no mínimo, 270 delegados, mas, se Biden mantiver a vantagem que tem hoje em quatro estados, pode chegar a 306.

Trump tem alegado – uma tese que começou a defender antes mesmo do início das eleições presidenciais – que os democratas só vencerão por meio de fraudes na contagem dos votos. Enquanto mantinha a liderança, o republicano aliviou o tom. Quando a maré virou, com a entrada em massa de votos enviados pelo correio, o candidato à reeleição partiu para o desafio aberto e anunciou as primeiras ações judiciais.

Em relatório preliminar publicado nessa sexta-feira (6/11) sobre as eleições nos EUA, a Organização dos Estados Americanos (OEA) criticou, sem citar o nome de Trump, a postura do atual presidente e afirmou não ter “observado diretamente nenhuma irregularidade grave que ponha em causa os resultados até agora”.

“Se a vitória de Biden se desenha dessa forma, vai ser tão maiúscula que o Trump teria que questionar o resultado em quatro estados”, explica o cientista político Márcio Coimbra, coordenador da pós-graduação em relações institucionais da faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília.

A seguir, o Metrópoles separou sete pontos para entender o que falta para as eleições norte-americanas se desenrolar:

1. Nevada: 22 mil votos separam Biden de Trump

O estado de Nevada, que garante seis delegados eleitorais, tem 93% das urnas apuradas. Biden lidera com 632,5 mil votos, enquanto o candidato republicano tem 609,9 mil. Apesar da curta vantagem, o ex-vice-presidente é favorito. Entre os condados com menos votos apurados está Las Vegas, de maioria democrata.

“O [ex-presidente] Barack Obama ganhou em Nevada e a Hillary Clinton também. E agora, nestas eleições, os democratas fizeram um trabalho muito maior no estado. Então a tendência é de que Biden ganhe ali”, ressalta Márcio Coimbra, ao fazer referência aos dois últimos candidatos democratas à Casa Branca.

2. Vantagem de Biden diminui no Arizona

Ao sudeste de Nevada, o Arizona tem 97% das urnas apuradas. Biden tem 1,604 milhão de votos, ante 1,574 milhão de Trump. Ao fim da contagem, quem tiver mais votos ganhará 11 delegados eleitorais. A distância entre os dois tem diminuído nos últimos dias, mas a virada é quase impossível, pelo ritmo do avanço do republicano à medida que a apuração prossegue.

A projeção elaborada pelo jornal The New York Times ainda não definiu um vencedor, mas a agência de notícias Associated Press define Biden como vencedor, por exemplo, elevando o democrata para 264 votos. Dessa maneira, bastaria uma vitória em Nevada para o ex-vice-presidente ser eleito.

3. Biden vira na Geórgia, mas estado vai recontar votos

Joe Biden superou Donald Trump na manhã dessa sexta-feira (6/11) na Geórgia, um dos estados-chaves para a eleição americana. O republicano manteve a liderança durante a maior parte da apuração e chegou, inclusive, a declarar vitória no estado poucas horas após o fechamento das urnas, na terça-feira (3/11).

Até a noite dessa sexta-feira, Geórgia tinha cerca de 98% dos votos apurados. Biden tem 2,457 milhões de votos no estado, com apenas pouco mais de 4 mil votos na frente, mas menos de 12 mil ainda por contar. Se vencer e a recontagem confirmar o resultado, vai levar mais 16 delegados eleitorais.

No entanto, o secretário de estado da Geórgia, Brad Raffensperger, confirmou que haverá uma recontagem no estado. A iniciativa será tomada devido à pequena diferença entre os votos. “A contagem final na Geórgia neste momento tem enormes implicações para todo o país”, avaliou.

4. O caso de Pensilvânia

Com 96% dos votos apurados até a noite dessa sexta-feira, o estado da Pensilvânia também viu Biden virar sobre Trump. Para virar, o presidente precisaria de ao menos 28,8 mil votos, mas os indicadores apontam que a apuração restante deve ampliar a vantagem do democrata. O Partido Republicano, no entanto, apelou à Suprema Corte dos Estados Unidos, na esperança de desacreditar os votos enviados pelo correio.

“Quando Biden tiver a confirmação da eleição com a vitória dos delegados, o que deve acontecer nesses próximos dias, líderes de outros países deverão reconhecâ-lo como o novo presidente. Além disso, o relatório da OEA dá respaldo para que essas lideranças ignorem as acusações de fraude feitas por Trump”, diz Coimbra.

5. Na Carolina do Norte, Trump mantém a liderança

O estado da Carolina do Norte, que rende 15 delegados ao vencedor, tem 98% dos votos relatados. Trump lidera com 2,732 milhões de votos, cerca de 70 mil votos à frente do democrata. Tradicionalmente republicano, o estado é crucial para o atual presidente se manter no jogo.

6. Trump tenta pequenas vitórias na Justiça

Após assistir à virada de Joe Biden em alguns estados nos últimos dias, Trump apelou à Justiça para anular a contagem e tentar reverter o placar. O atual presidente disse que o democrata “não deve reivindicar indevidamente o cargo de presidente” e ressaltou que “os processos judiciais estão apenas começando”.

Na quinta-feira (5/11), no entanto, o republicano perdeu processos judiciais em Michigan e Geórgia, mas ganhou uma ação simbólica na Pensilvânia – o que se repetiu nessa sexta-feira (6/11), quando a Suprema Corte dos EUA ordenou que todas as cédulas recebidas após o fechamento das urnas sejam separadas do restante da votação e apuradas à parte.

7. O apelo à Suprema Corte dos EUA

Perdendo nas esferas estaduais, o Partido Republicano deverá recorrer e levar as decisões para a Suprema Corte dos Estados Unidos, que tem maioria conservadora. No entanto, à medida que Biden ganha mais vantagem na disputa de delegados, as chances de Trump ganhar a “batalha legal” diminuem.

“A Suprema Corte dos EUA vai decidir ainda se vai julgar ou não o caso, e na maioria das vezes decide por deixar a decisão estadual como a final. Aliás, a Suprema Corte teria que mudar o resultado das eleições de quatro estados. E os ministros provavelmente não vão querer carregar nas costas essa decisão”, diz Coimbra.

Uma das ações que provavelmente vai parar na Suprema Corte americana é o caso de Pensilvânia. No estado, a legislação determina que o recebimento dos votos deve ser feito até às 20h do dia das eleições, mas a Pensilvânia abriu exceção por causa da pandemia e decidiu que a comissão aceitasse células recebidas até esta sexta-feira (6/11).

“Eu ganho facilmente a presidência dos Estados Unidos com votos legais eletrônicos. Não foi permitido aos observadores, de forma alguma, a realização de seus trabalhos e, portanto, os votos aceitos neste período devem ser considerados votos ilegais. A Suprema Corte dos EUA deve decidir”, reclamou Trump.

Metropoles

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