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Política

Eleições ao Governo de Rondônia equivalem a um disputado jogo de xadrez


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Vários nomes estão em evidência, mas a provável participação do ex-governador Ivo Cassol deixa o “jogo” bem mais equilibrado

P U B L I C I D A D E

Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

O cenário político de 2022 em Rondônia, visando as eleições gerais (presidente da República, governadores e respectivos vices), uma das três vagas ao Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas, mesmo com o covid-19 sendo o centro das atenções, infelizmente, movimenta a política regional. Já existe um número significativo de políticos em condições de concorrer à sucessão estadual, mas o do ex-governador Ivo Cassol (PP), que garante estar em condições legais para concorrer no próximo ano merece destaque.

Político de decisões firmes, mas bastante contestadas, devido a individualidade, Cassol governou Rondônia durante dois mandatos seguidos. Deixou o cargo no segundo mandato para concorrer e se eleger senador com 453.812 votos. Não concorreu à reeleição em 2018, porque estava inelegível, mas agora, com a decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deferiu solicitação do PDT para excluir a expressão “após o cumprimento da pena”, que consta no artigo 1º, inciso I, alínea “e”, da Lei Complementar 64/90, com redação dada pela Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) tem condições legais para disputar as eleições em 2022, no caso o governo do Estado.

Antes o artigo determinava que “os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de oito anos após o cumprimento da pena”.

Cassol é um político carismático, bem identificado com a maioria do eleitorado, porque fala a sua linguagem e é muito ligado às famílias do interior. Teve passagens das mais positivas nos seus dois mandatos seguidos como governador, com ações de destaque, como o apoio à piscicultura, hoje uma das forças econômicas do Estado, fomento à agricultura com distribuição de sementes, e também foi bem na saúde, educação, além de conservação e preservação das estradas vicinais e das ROs.

Hoje temos vários nomes em condições de concorrer ao governo do Estado em 2022. Podemos destacar o governador Marcos Rocha (Sem Partido), deputado federal Léo Moraes (Podemos), prefeito-reeleito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB), ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires (PSB), professor Ramon Cujuí (PT), senador Marcos Rogério (DEM) e Confúcio Moura (MDB). O ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade), aparentemente estaria fechado com Hildon, mas também não deixa de ser um nome em condições favoráveis para concorrer à sucessão estadual.

Cassol sempre teve dificuldades para sensibilizar os eleitores da capital. O interior durante anos dominou a política estadual elegendo quase a totalidade dos governadores. Após a eleição de Oswaldo Piana (PTR) em 1990, (segundo eleito pelo voto direto, o primeiro foi Jerônimo Santana), com domicílio eleitoral na capital, somente em 2018, Porto Velho, mesmo tendo colégio eleitoral acima de 330 mil eleitores elegeu um governador, Marcos Rocha. Antes passaram pelo governo Valdir Raupp (PMDB), José Bianco (PFL), Ivo Cassol-PSDB (dois mandatos), Confúcio Moura-PMDB (dois mandatos), todos do interior e Marcos Rocha, que se elegeu pelo PSL.

Também governaram o Estado com mandatos-tampão João Cahula (PPS), que era vice e assumiu, quando Cassol renunciou para concorrer ao Senado e Daniel Pereira (PSB), após a renúncia de Confúcio, que se elegeu senador em 2018.

A decisão do ministro Nunes Marques também favorece o senador Acir Gurgacz (PDT), que já ficou inelegível nas eleições ao governo em 2018 e, apesar do seu nome aparecer nas urnas eletrônicas, os votos não foram computados. Há quem aposte que Acir, assim como Cassol será candidato ao governo no próximo ano, já que juridicamente não há nada que possa impugnar seus nomes na corrida para a sucessão estadual.

Hildon Chaves, Léo Moraes, Ramon Cujuí e Daniel Pereira têm domicílios eleitorais na capital. Já Cassol, Confúcio, Acir, Marcos Rogério e Jesualdo Pires são eleitores do interior.  Rondônia tem cerca de 1,2 milhão de eleitores sendo que 330 mil em Porto Velho. A divisão dos votos na capital favorece os candidatos ao governo do interior, onde o eleitor é mais bairrista e não abre mão em eleger pessoas identificadas com ele.

Numa composição para concorrer ao governo do Estado é fundamental uma parceria, para poder equilibrar capital e interior. Se o candidato a governador for da capital, o vice deve ser do interior. Em caso contrário, o mesmo procedimento.

De qualquer maneira, a possiblidade de Cassol e Acir entrarem na disputa pelo governo do Estado em 2022 cria um clima de maior rivalidade e de equilíbrio entre os prováveis concorrentes. Bom para o eleitor, que terá um número maior de pessoas a escolher para governar o Estado a partir de 2023.

As eleições a governador de outubro do próximo ano é um verdadeiro tabuleiro de xadrez. Quem tiver mais intimidade com o jogo (político) certamente levará vantagem na busca pelo voto do eleitor. Vencerá quem conseguir aplicar o xeque-mate.

 

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