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Eclipse parcial do Sol em 2 de julho será visível em quase todo Brasil


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Na tarde de 2 de julho próximo ocorrerá um eclipse solar total que poderá ser observado numa faixa estreita do nosso planeta. Na América do Sul o eclipse solar será total apenas numa pequena região do Chile e da Argentina.  

P U B L I C I D A D E

No Brasil, apenas um eclipse solar parcial poderá ser visto na maioria do país quase ao final da tarde, porém, na maior parte das cidades brasileiras o Sol irá se pôr antes que o eclipse parcial termine.

Conforme já escrevi anteriormente, “num eclipse solar a Lua – na fase nova – posiciona-se entre a Terra e o Sol produzindo uma sombra numa pequena faixa da superfície terrestre ao obstruir a passagem da luz solar. Isso só ocorre quando há um alinhamento (ou quase) entre a Terra, a Lua e o Sol.”

De uma maneira geral, quanto mais próximo à faixa estreita em que acontecerá o eclipse solar total (passa, por exemplo, numa pequena área do Chile), maior será a fração da superfície solar que ficará encoberta pela Lua, e, quanto mais a oeste a cidade estiver localizada, maior será o intervalo de tempo  em que ele poderá ser observado. 

Locais a sudoeste estarão favorecidos para a observação desse eclipse solar em nosso país. Porém, o extremo oeste do território nacional está localizado no norte do país e, mais ao norte o observador verá uma menor superfície solar obscurecida. Habitantes de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, poderão observar um maior obscurecimento do disco solar, mas, no horário do evento o Sol estará em baixa altitude e irá se pôr logo após o seu início, o que dificultará a observação do fenômeno.  Por outro lado, os habitantes de Rio Branco, no Acre, e Manaus, no Amazonas, poderão observar todo o eclipse solar parcial, porém, visualizarão uma menor superfície do Sol eclipsada.

 Nas regiões localizadas no extremo norte do país e na maioria do nordeste ele não será visualizado. Não será observado em Belém, Boa Vista, Macapá e em nenhuma capital dos estados do nordeste. Em Vitória o Sol estará praticamente no solo quando o eclipse solar começar, e, também não será observado na capital do Espírito Santo.

Um problema para a previsão do horário em que um eclipse solar ocorre é que ele precisa ser feito quase que localmente. Em São Luís o eclipse parcial do Sol não será observado, mas em Balsas, no Maranhão, ele poderá ser observado, porém, com muita dificuldade porque quando o eclipse solar parcial começar o Sol estará quase se pondo.  Em Santa Maria da Vitória, na Bahia, esse eclipse também poderá ser observado num curto intervalo de tempo, mas, o Sol estará próximo ao solo quando o eclipse solar parcial começar, o que implicará numa certa dificuldade para observar o evento.

CUIDADO: Repetindo o que já escrevi anteriormente, “a observação de um eclipse do Sol sem um filtro solar apropriado pode queimar a retina e causar cegueira, ou, a destruição do campo visual. Quem não tiver um equipamento adequado não deve observar o fenômeno! Jamais use telescópios, binóculos e máquinas fotográficas sem um filtro solar para a observação de qualquer evento relacionado ao Sol.

Uma outra opção para a observação direta do disco solar – citada por vários sítios de divulgação de Astronomia – é a utilização de um vidro de máscara soldadora número 14, no mínimo. Mas, mesmo com um equipamento apropriado, não se deve observar o Sol por mais de 15 segundos por vez e é necessário intercalar mais de um minuto entre as observações.”

Quem tiver o equipamento necessário para observar esse eclipse solar deve procurar um local alto e com uma boa visão do noroeste. É interessante localizar um dia antes um local com uma boa visualização do pôr-do-sol.

Abaixo estão apresentados os horários do início do eclipse solar parcial (Início); a altitude (Alt) , em graus,  do Sol quando o eclipse começar; o horário em que o eclipse solar atingirá o seu máximo (Máx); a altitude (Alt) em que o Sol estará quando isso acontecer; aproximadamente, a percentagem do  obscurecimento da superfície solar quando o eclipse parcial atingir o seu máximo (%Obsc); e, o horário em que o Sol deverá se pôr no local (Pôr-do-sol). A margem de erros dos horários apresentados é de, mais ou menos, um minuto. 

Note que para a maioria das capitais citadas o Sol irá se pôr antes que o eclipse parcial termine. Quanto maior for o valor da altitude (Alt), melhor será a observação do fenômeno. Estão incluídas na primeira tabela as previsões para Balsas (MA), Santa Maria da Vitória (BA) e Uruguaiana (RS), que foram citadas no texto.

Para os locais em que o eclipse parcial poderá ser observado até o seu término, ao invés de “Pôr-do-sol” há uma nova tabela incluindo o horário do término do eclipse do Sol (Fim) seguida pela altitude (Alt), em graus, em que o Sol se encontrará quando isso ocorrer.

Para os estados de Mato Grosso, Acre, Amazonas e Rondônia foram feitas previsões para algumas outras cidades além das capitais desses estados. Quem for observar o fenômeno nesses estados deve procurar o local citado mais próximo à sua cidade. Como exemplo, em Mato Grosso estão listadas duas cidades relativamente próximas, Água Boa e Barra do Garças, que seguem o horário de Brasília. Notem que são pequenas as variações nos horários apresentados.

Aripuanã, situada a noroeste de Mato Grosso, conseguirá observar todo o eclipse parcial do Sol. Já em Juína os observadores conseguirão observar quase todo o eclipse solar parcial porque quando este terminar o Sol estará no solo, a zero grau.  Vilhena, em Rondônia, também poderá assistir a quase todo o eclipse parcial, mas, quando este terminar o Sol estará praticamente no solo. Na prática, Juína e Vilhena não poderão observar todo o eclipse parcial do Sol, mas, quase todo.

O próximo eclipse solar visível no Brasil acontecerá em 14 de dezembro de 2020, e, para nós, novamente será apenas um eclipse solar parcial. Nessa data a região mais a sul do Brasil conseguirá observar todo o eclipse parcial do Sol, mas, em Manaus, por exemplo ele não será observado. Naturalmente, qualquer observação do céu depende de condições climáticas favoráveis no dia.

Por Telma Cenira Couto da Silva , doutora em Astronomia

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