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Dr. Jairinho tentou impedir que o corpo de Henry fosse ao IML, segundo executivo de hospital


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Um novo depoimento dado à polícia indica que o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) tentou que o corpo de seu enteado, o menino Henry Borel, não fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal.

P U B L I C I D A D E

Henry foi encontrado morto na madrugada de 8 de março no apartamento do casal.

vereador e Monique Medeiros, mãe do menino, foram presos nesta quinta-feira (8) por atrapalhar as investigações e por ameaçar testemunhas para combinar versões. Embora o inquérito ainda não tenha sido concluído, a polícia acredita que Henry foi assassinado. Falta esclarecer como o crime foi cometido.

A defesa do casal ainda não se manifestou sobre a prisão. Jairinho e Monique também não falaram ao serem detidos.

A testemunha é um alto executivo da área da saúde. Em depoimento prestado na tarde de quarta-feira (7), ele afirma que recebeu mensagens do vereador durante a madrugada do dia 8 março, pouco mais de uma hora depois do casal chegar com o menino ao Hospital Barra D’Or.

O pedido do vereador era para que o corpo de Henry não fosse encaminhado ao IML.

Henry Borel: veja o momento em que Dr. Jairinho e Monique são presos

De acordo com informações obtidas pelo Bom Dia Rio, Dr. Jairinho diz, em uma delas, que precisava de ‘um favor”.

Em depoimento, o executivo afirmou que o vereador ligou quatro vezes pra ele e que, na última tentativa, exatamente às 7h18, ele atendeu.

Disse que na ligação, Jairinho falou da morte do enteado em tom calmo e tranquilo, sem demonstrar qualquer emoção.

O executivo disse que o vereador falou pra ele: ‘aconteceu uma tragédia’.

Menos de dois minutos depois, eles desligaram e Jairinho voltou a mandar mensagem. Deu o nome do menino e emendou: “agiliza. Ou eu agilizo o óbito. E a gente vira essa página hoje”.Mensagem do Dr. Jairinho a executivo da área de Saúde

O executivo contou em depoimento que sem saber dos detalhes do ocorrido, ligou para o hospital para entender o que estava acontecendo e pedir que o corpo do menino fosse liberado com brevidade por causa do sofrimento da mãe, relatado pelo vereador.

Três minutos mais tarde, às 7h25, Jairinho reiterou: “Vê se alguém dá o atestado. Pra gente levar o corpinho. Virar essa página”.

O executivo entrou em contato com um diretor médico do hospital e recebeu a explicação que, diante do caso, não seria possível dar um atestado de óbito sem que o corpo fosse examinado no IML, como pretendia Jairinho.

“A criança chegou em PCR – parada cardiorrespiratória -, apresentando equimoses pelo corpo”.

O executivo respondeu a mensagem minutos depois dizendo: “óbito sem causa definida. Pais separados. Pai deseja que leve o corpo ao IML. Padrasto é médico e quer que dê o atestado.”

Depois da explicação, o vereador ainda insistiu em novas tentativas de telefonema e mensagens.

Chegou a apelar, dizendo que era um pedido da mãe. Mas o hospital não forneceu o atestado de óbito.

À polícia, o executivo contou que não atendeu mais as ligações do vereador por ter ficado completamente desconfortável com o pedido, com a situação e com o comportamento do Dr. Jairinho.

Jairinho e Monique disseram à polícia que levaram o menino ao hospital depois que o encontraram caído no quarto, com os olhos revirados e dificuldade de respirar.

Histórico de agressões

Antigos vizinhos de Dr. Jairinho e da ex-esposa dele relatam agressões

Amigos e vizinhos de um condomínio onde Jairinho morou com a ex-mulher, Ana Carolina Ferreira Netto, mãe de dois filhos do vereador, relataram uma rotina intensa de gritos e pedidos de socorro.

“Todo mundo sabia que ele batia nela ali”.

Uma testemunha próxima do casal disse depois da separação Dr. Jairinho tentou invadir o prédio.

Uma das brigas aconteceu, segundo registro na polícia, no fim de 2013.

O laudo de exame de corpo de delito realizado pela ex-mulher em 2014, cinco dias depois da agressão, descreve quatro equimoses ou hematomas e afirma que há vestígios de lesão à integridade corporal ou à saúde da pessoa examinada, com possíveis nexo causal e temporal ao evento alegado.

E o instrumento que produziu a lesão foi uma ação contundente.

O inquérito sobre a agressão sofrido pela ex-mulher do vereador foi arquivado sem investigação.

Resumo

  • Henry foi encontrado morto na madrugada de 8 de março no apartamento em que Monique, mãe do garoto, vivia com Dr. Jairinho;
  • Os dois alegaram que o menino sofreu um acidente e que estava “desacordado e com os olhos revirados e sem respirar”;
  • Mas os laudos da necropsia de Henry e da reconstituição no apartamento do casal afastam essa hipótese;
  • O documento informa que a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática [no fígado] causada por uma ação contundente [violenta].
  • A polícia diz que, semanas antes de ser morto, Henry foi torturado por Jairinho. Monique sabia;
  • Nesta quinta (8), Dr. Jairinho e Monique foram presos temporariamente, suspeitos de tentar atrapalhar as investigações;
  • A defesa ainda não se manifestou sobre a prisão. Jairinho e Monique não falaram ao serem detidos

G1.globo.com

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