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CPI pode convocar representantes de laboratório que produz cloroquina, diz vice da comissão


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O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta segunda-feira (7) que a comissão pode votar na quarta (9) a convocação de representantes de um laboratório que produz a cloroquina.

P U B L I C I D A D E

Randolfe deu a declaração após ter participado de uma reunião com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL).

Defendido pelo presidente Jair Bolsonaro em diversas ocasiões, o medicamento é cientificamente comprovado ineficaz contra a Covid.

Segundo Randolfe Rodrigues, a CPI quer apurar se houve tráfico de influência e favorecimento, durante a pandemia, de laboratórios que fabricam o medicamento.

“Nós estamos querendo aprofundar uma outra área, também, que é o papel de algumas farmacêuticas em eventual tráfico e influência, advocacia administrativa por parte da União, e eventual favorecimento. Então, um dos requerimentos que pretendemos colocar para quarta-feira [9] é de convocação dos executivos da Apsen [um dos laboratórios que produz hidroxicloroquina]. Temos elementos que nos levam a crer na necessidade de convocação desse laboratório”, declarou o vice-presidente da CPI.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que a cloroquina não tem efeito e deve ser abandonada no tratamento da Covid. A Associação Médica Brasileira (AMB) afirma que o medicamento não deve ser usado contra a doença.

Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a cloroquina não deve ser usada como prevenção para a Covid.

Senadores acreditam que um “gabinete paralelo”, extraoficial e sem especialização, aconselhou Bolsonaro a se posicionar a favor da prescrição do remédio e a apostar na tese equivocada de imunidade de rebanho contra o novo coronavírus.

Quebras de sigilo

Segundo Randolfe, ficou acertado desta segunda-feira que na quarta-feira a CPI deve votar pedidos de quebras de sigilos telefônicos e de dados de supostos integrantes do chamado “gabinete paralelo”. Entre os quais, estão:

  • Nise Yamaguchi, oncologista defensora da cloroquina;
  • Luciano Dias Azevedo, médico;
  • Carlos Wizard, empresário;
  • Filipe Martins, assessor da Presidência;
  • Paolo Zanotto, virologista.

Também podem votar as quebras de sigilos telefônicos e de dados dos ex-ministros:

  • Ernesto Araújo (Relações Exteriores);
  • Eduardo Pazuello (Saúde).

Assessores de Pazuello, caso de Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, e Markinhos Show, ex-assessor do general, também podem ter os seus sigilos telefônicos e de dados quebrados. A secretária da pasta Mayra Pinheiro é outra que pode ser alvo de requerimentos desse tipo da CPI.

Os senadores da CPI podem votar ainda a chamada desclassificação de sigilo de documentos recebidos pela comissão que, segundo Randolfe, não se enquadram como sigilosos. O senador citou documentos sobre ofertas de vacinas pela Pfizer e ofícios do Itamaraty sobre cloroquina.

Por enquanto, parlamentares independentes e de oposição ao governo na CPI não vão votar quebras de sigilos do vereador Carlos Bolsonaro. Também não será analisada, por ora, a convocação do presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo.

E a CPI ainda avalia a forma para requisitar a presença do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). Por ser parlamentar, há dúvidas se o político gaúcho pode ser convocado ou se só pode ser convidado. Osmar Terra é suspeito de ser um dos coordenadores do “gabinete paralelo” de assessoramento a Bolsonaro.

G1.globo.com

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