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Justiça

Coronel diz que comportamento de tenente foi inadequado em treinamento de travessia


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O juiz militar Murilo Moura Mesquita, da Décima Primeira Vara Criminal Militar, ouve na tarde desta sexta-feira, 14, cinco testemunhas de acusação no processo contra a tenente Isadora Ledur, acusada de torturar e causar a morte do soldado Rodrigo Claro, em novembro de 2016 durante treinamento realizado na Lagoa Trevisan, na saída de Santo Antônio do Leverger.

P U B L I C I D A D E

Estão presentes na audiência Antônio Claro (pai da vítima), Jane Patrícia Lima (mãe da vítima), Maurício Júnior dos Santos, Thiago Serafim Vieira e tenente coronel Willckerson Adriano Cavalcante. 

O primeiro a ser ouvido trata-se de Cavalcante. Ele responde ao promotor Allan do Ó,  que já prestou esclarecimentos por duas vezes, na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e também em inquérito militar. Ele esclarece que é especialista em salvamento aquático.

Ele cita que foi questionado principalmente ao tipo de treinamento que foi ministrado. “Eu li alguns depoimentos e tive a oportunidade de verificar pela TV algumas matérias, mas seria leviano dizer que  houve erro ou acerto porque  não estava lá”. Ele afirma ainda que a lagoa é o local adequado para realizar esse tipo de treinamento pois o risco é calculado.

Ele ainda cita: “Nós fizemos  concursos junto com a PM, naturalmente,  a especificidade é diferente, aí tenho que reconhecer um erro nosso, de exigir a travessia de 25 metros, a gente vê uma limitação dos candidatos no meio líquido, o acesso não é comum, não são todos que sabem nadar”.

Ministério Público indaga ainda: “Quem não se sai bem nestas avaliações aquáticas, o que acontece? Ele responde: “os critérios são bem objetivos, a disciplina vai avançando e ao final o objetivo é realizar um salvamento, todos são submetidos a mesma prova, existem os objetivos a serem cumpridos e ao final todos passam pela mesma avaliação, se conseguir está aprovado, se não está reprovado”. 

Allan segue indagando: “partindo do pressuposto que o treinamento da vítima foi de travessia, o tipo de comportamento da tenente foi adequado? 

“Não foi. A travessia é sempre feita e dupla. A gente costuma colocar as duplas de um mais fraco com um mais forte, a gente também faz que a travessia seja feita com um flutuador, uma bóia. Essa situação de tocar o aluno para fazer submergi-lo, existe uma fase do treinamento que é judo aquático, que  é para simular uma vítima, mas geralmente isso não se faz durante a travessia. 

Allan – se for uma travessia esse “caldo” não é recomendado? Não. 

O MP prossegue: Ee fosse um mergulho de salvamento, esta postura estaria correta? “A gente só tem uma situação adversa num curso de mergulho q a gente chama de arrebentação, em que uma dupla é submetida a um turbilhão, mas isso só ocorre no curso de especialização, não no de formação”. 

O promotor lê o depoimento de uma testemunha que descreveu o afogamento. “Mailson tentou ajudar Rodrigo, mas a Ledur o afundava de novo e  jogava água no rosto dele”. O coronel responde: “O comportamento descrito na narrativa não é adequado. A travessia tem uma outra finalidade, de contato com o meio natural, de resistência. Mas eu não sei qual treinamento estava previsto no dia”.

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