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Casos de Covid-19 em frigoríficos estão em alta. É seguro consumir carne?


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Com aumento expressivo dos casos confirmados de coronavírus dentro de frigoríficos, principalmente no Rio Grande do Sul, surgem muitas dúvidas entre os consumidores: qual é a forma mais segura de ingerir esse tipo de alimento? Como prevenir a contaminação? Posso me infectar com alimentos congelados?

P U B L I C I D A D E

De acordo com um levantamento feito pelo Ministério Público do Trabalho, houve um crescimento de 40% no número de trabalhadores infectados pela doença em 34 plantas frigoríficas instaladas no RS. Atualmente, são 6.202 funcionários contaminados, ante 4.385 no mês de junho. Essas unidades totalizam 35.850 empregados, dos 65 mil que trabalham no setor no estado.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que um grupo formado por técnicos do Ministério da Saúde, da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabeleceu a Portaria Interministerial n° 19, de 18 de junho de 2020, que determina medidas de prevenção e controle em tempos de pandemia da Covid-19.

A norma – a qual rege o funcionamento da indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano e laticínios – estabelece uma série de ações no processo produtivo, para preservar a saúde dos colaboradores e garantir a produção de alimentos.

De acordo com a ABPA, as empresas do setor frigorífico seguem rigidamente a lei brasileira e também o protocolo setorial validado cientificamente pelo Hospital Albert Einstein, que estabelece uma série de medidas protetivas aos colaboradores, como proteção buconasal (máscara cirúrgica), face shield e outros, além dos habituais uniformes, luvas, máscaras e camadas adicionais de proteção.

Além disso, houve o afastamento de todos os colaboradores identificados como grupo de risco, a intensificação das ações de vigilância ativa, o monitoramento da saúde e a adoção de medidas contra aglomerações em restaurantes, transportes e outras áreas, além do reforço da rotina de higienização de todos os ambientes dentro e fora dos frigoríficos várias vezes ao dia.

Em nota, a empresa brasileira JBS esclareceu que implementou um “robusto protocolo” para o controle, a prevenção e segurança dos trabalhadores, seguindo a Portaria n° 19. “A JBS não tem medido esforços para a garantia do abastecimento e da produção de alimentos dentro dos mais elevados padrões de qualidade e segurança além da máxima proteção dos seus colaboradores.”

A companhia de alimento BRF afirmou que suas proteínas animais estão em conformidade com os regulamentos e os rígidos padrões internacionais de segurança e higiene alimentar. A empresa ressaltou ainda que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras autoridades de saúde reconhecidas no mundo inteiro, não há evidências de que a Covid-19 possa ser transmitida por alimentos ou suas embalagens.

Estudos feitos sobre o coronavírus mostram que a transmissão ocorre de pessoa para pessoa ou pelo contato próximo com pessoas infectadas. Portanto, o reforço de medidas de higiene pessoal, utensílios e superfícies são as recomendações para se evitar o contágio.

Posso me contaminar?

Para o infectologista André Bon, o risco de contaminação por parte dos alimentos provenientes desses lugares é muito baixa. “A chance de contaminação de um produto é muito baixa, levando em consideração que esse alimento será cozido ou aquecido de outras formas”, explicou.

“O tempo que a carne leva do frigorífico até chegar a mesa de alguém (mesmo estando congelado) é muito alto. É improvável que tenha uma quantidade expressiva do vírus que contamine alguém nesses alimentos”, esclareceu.

Para Bon, contudo, é importante higienizar os alimentos e cozinhá-los de maneira adequada. “Higienizar alimentos crus, como verduras e legumes, evitar ingerir comidas cruas e ter todos os cuidados ao voltar da rua, antes de manipular esses alimentos”, aconselha.

A ABPA alega que não há surto de Covid-19 em frigoríficos. De acordo com a associação, a OMS, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e órgãos internacionais como o Instituto Federal Alemão para Avaliação de Riscos e o Departamento de Saúde do governo australiano confirmam este fato, com base em avaliações científicas.

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