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Agronegócios

Brasil está pronto para produzir usinas de bioenergia para o mundo


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O aumento da produção de bioenergia da cana-de-açúcar, em escala global, se apresenta como uma das maiores contribuições para o desenvolvimento sustentável, uma das mais importantes aspirações mundiais nos dias de hoje. E a indústria brasileira de bens de capital está pronta para dar conta desse aumento de produção, tendo como principal representante uma empresa de Piracicaba, a Dedini Indústrias de Base.

P U B L I C I D A D E

Essa é a conclusão do engenheiro José Luiz Olivério, consultor da Dedini Indústrias de Base, e do engenheiro Paulo Soares, da área de tecnologia, autores da pesquisa que constitui um dos capítulos do livro “Sugarcane Bioenergy for Sustainable Development – Expanding production in Latin America e Africa”, publicação da Routledge, Londres, com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

“A indústria brasileira de bens de capital está preparada para atender uma grande demanda mundial de produção de usinas, que serão necessárias para uma expansão de lavouras para a produção de bioenergia na América Latina e na África, particularmente de cana-de-açúcar. E a Dedini Indústrias de Base__ a principal produtora de usinas completas do país __ tem o modelo ideal para atender essa demanda, a USD (Usina Sustentável Dedini)”, ressalta Olivério.

O engenheiro explica que o livro __ que reúne estudos de 60 pesquisadores __ aborda todos os segmentos da cadeia produtiva e as qualidades biossustentáveis da cana, que são conhecidas, mas que não têm suficiente divulgação. O capítulo escrito por Olivério e Soares tem como base as projeções de expansão da área de cana e implantação de usinas, por causa do aumento do consumo de bioenergia.

“O primeiro cenário em que eu e Paulo Soares nos baseamos foi o que projeta em um período de 10 anos, que em toda a gasolina do mundo vai haver a adição de 10% de etanol. Em função disso, definimos uma usina típica e calculamos quanto representaria o aumento de etanol para chegar aos 10% e transformar isso em usinas equivalentes”, diz Olivério.

A conclusão, feita com base na análise da mais recente expansão do setor sucroenergético no Brasil, que em 10 anos aumentou a capacidade de processamento em 350 milhões de toneladas de cana, mostra que o setor pode construir usinas para a produção anual adicional da ordem de 30 bilhões de litros de etanol em 10 anos.

“Todo esse crescimento foi garantido pela indústria brasileira de equipamentos, da qual a Dedini é líder. Se consideramos que outros países também têm capacidade de fornecer usinas, a resposta óbvia é que temos condições de atender ao forte crescimento das demandas mundiais”, comenta Olivério.

No capítulo, Olivério e Soares apontam que a indústria de bens de capital precisa de capacitação e competitividade para atender a essa necessidade de expansão.

“Com relação à capacitação, elas precisam atender necessidades tecnológicas e de engenharia, capacidade industrial, de fornecimento, financeira e garantias. Para o quesito competividade, precisam atender as necessidades do cliente em termos de prazo, qualidade e preços”, diz o especialista.

Por isso, Olivério afirma que o modelo ideal para esse propósito, e com maior impacto na sustentabilidade, é a USD (Usina Sustentável Dedini), que produz seis bioprodutos e segue o conceito de otimização, com máxima produção de bioetanol, bioeletricidade, bioacúcar, e a produção integrada de bioprodutos, como o biodiesel, garantindo máxima mitigação de gases de efeito estufa.

No conceito zero, a USD oferece zero resíduos, e zero efluentes líquidos (produzindo então o biofom – biofertilizante organomineral), zero odores, zero água de captação de mananciais e produção de bioágua excedente, de mínimas emissões. Com isso, o etanol produzido pela USD potencializa as qualidades ambientais do etanol produzido por uma usina tradicional.

Segundo Olivério, enquanto o etanol tradicional evita a emissão de dois quilos de gás carbônico por litro de etanol equivalente ao substituir a gasolina, no etanol da USD são três quilos menos de gás carbônico por litro, uma redução de 130% na mitigação de emissões. “O etanol da USD é o etanol dos novos tempos, capaz de atender a nova Política Nacional de Biocombustíveis, a RenovaBio”, destaca.

LIVRO – O capítulo sobre a indústria de bens de capital, escrito por Olivério e Soares, integra o livro coordenado pelo pesquisador Luis Augusto Barbosa Cortez, do NIPE-Unicamp (Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Estratégico), em conjunto com os pesquisadores Manoel Regis L.V Leal e Luiz A. Horta Nogueira, e tem como base o projeto liderado pelos especialistas: o Lacaf (Bioenergy Contribution of Latin America & Caribbean and Africa to the GSB Project).

O projeto temático, iniciado em 2013 e vinculado ao Global Sustainable Bionergy (GSB), é uma iniciativa voltada para discutir a viabilidade da produção de biocombustíveis em larga escala e em nível mundial

O Lacaf foi estruturado para dar resposta a três perguntas: por que um país latino-americano ou africano se interessaria em produzir etanol, quanto etanol poderia ser produzido de modo sustentável e como ampliar a produção.

Publicado em inglês, o livro apresenta estudos de caso detalhados, tratando questões como o equilíbrio entre segurança alimentar e segurança energética, políticas de desenvolvimento rural e territorial, e modelos de viabilidade e produção para a expansão da bioenergia.

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