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Bolsonaro vence em 122 municípios de Mato Grosso


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Apenas 19 municípios em Mato Grosso deram vitória a Fernando Haddad no segundo turno

P U B L I C I D A D E

Depois de uma vitória avassaladora no primeiro turno, com votação além do esperado, Jair Bolsonaro (PSL) confirmou o amplo favoritismo e elegeu-se presidente da República domingo, carregado nos ombros por mais de 57 milhões de eleitores e 10 pontos percentuais à frente de seu oponente, Fernando Haddad (PT). Como também já havia acontecido em 7 de outubro, o resultado obtido pelo capitão reformado foi acompanhado pelo triunfo, nas eleições estaduais, de uma série de candidatos que procuraram ligar seus nomes ao dele. Será um presidente amparado não só por maciço respaldo popular, mas também pelo confortável suporte de uma quantidade apreciável de deputados, senadores e governadores.

Em Mato Grosso, Bolsonaro que já havia ganhado no primeiro turno com 981 mil votos, ampliou para exatos 1.085.824 votos, ou seja, com 66,42% do eleitorado, bem acima dos 55,7% dos votos que obteve no país. Dos 141 municípios mato-grossenses, Bolsonaro ganhou em 122, com Haddad, vencendo em 19 municípios, com 549.001 votos. Os que anularam os votos em Mato grosso foram 23.071 e os que anularam 60.981. Já os que se ausentaram, somaram 611.134, ou seja, 26%,23% dos que estavam aptos a votar.

BRASIL – Ainda que a candidatura tenha perdido algum fôlego, em comparação com as primeiras pesquisas depois do primeiro turno, e que a sensação de vitória por lavada tenha sido mais difusa, Bolsonaro alcançou sufrágio contundente, que o credencia para começar o governo como presidente fortalecido, à diferença do que aconteceu quatro anos atrás, quando Dilma Rousseff (PT) superou Aécio Neves (PSDB) por apenas três pontos percentuais.

O recado dado pelos eleitores de Bolsonaro, que domingo à noite ganharam as ruas de todo o país para comemorar, foi claro. Saiu das urnas um Brasil religioso, conservador, sedento por autoridade com pulso firme e mais à direita do que nunca. O país do futuro escolheu o candidato que ofereceu uma volta ao passado, um Brasil “igual a 40, 50 anos atrás”.

A escolha foi por um presidente diferente de todos que o país já elegeu. Nunca antes o eleitor brasileiro havia conduzido ao Palácio do Planalto alguém tão à direita no espectro político e tão vinculado a posições com potencial explosivo, como o apoio à ditadura militar, a apologia à tortura, o repúdio a laicidade do Estado e a relativização dos direitos humanos. Nas primeiras manifestações depois da vitória, no entanto, Bolsonaro abdicou do tom incendiário e faz acenos à moderação: “Faço de vocês minhas testemunhas de que este governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa, não de um partido, não é a palavra vã de um homem, é um juramento a Deus”, disse em transmissão de vídeo pela internet.

No campo adversário, a perspectiva de virada acalentada pelos apoiadores de Haddad, com base no crescimento do petista nas pesquisas mais recentes, revelou-se amarga ilusão. Mesmo assim, o petista obteve um resultado melhor do que se podia imaginar no começo da campanha para o segundo turno e depois do fracasso em formar coalização de partidos que enxergavam em Bolsonaro risco à democracia.

Em comparação com a primeira votação, Haddad fez 15 milhões de votos a mais, enquanto seu adversário do PSL arregimentou um contingente extra de oito milhões de eleitores. Com isso, o petista conseguiu conter um pouco a sensação de um tsunami bolsonarista. Isso também foi amenizado pela proporção expressiva de eleitores que estiveram em uma cabine eleitoral mas não apoiaram nenhum dos dois candidatos, resultado da alta rejeição inspirada por ambos: 9,6% votaram branco ou nulo, o que totaliza acima de 11 milhões de votantes, mais do que a vantagem obtida por Bolsonaro sobre Haddad. Ou seja, o capitão conquistou pouco menos da metade de todos os eleitores que estiveram diante da urna.

Na avaliação do cientista político Leonardo Barreto, sócio-proprietário da Factual Informações e Análise, Bolsonaro alcançou um teto elevado de eleitores, mas não confirmou o cenário de mais de 60% dos votos, que se configurava no momento de maior euforia da candidatura. A vitória mais modesta, com 55% das preferências, pode colocar alguma pressão.

“Uma grande parte dos eleitores de Bolsonaro votou nele para não ter o PT no governo. Então se trata de um capital político que não está vinculado necessariamente ao nome de Bolsonaro, mas ao antipetismo. Bolsonaro não recebeu carta branca e precisará fazer entregas rápidas, ou não terá uma lua de mel prolongada com esse apoio popular”, alerta Barreto.

ESTADOS – No âmbito estadual, o Brasil também avançou no rumo da bolsonarização. Em Minas Gerais, com Romeu Zema (Novo), no Rio de Janeiro, com Wilson Witzel (PSC), no Distrito Federal, com Ibaneis Rocha (MDB), e em Santa Catarina, com Comandante Moisés (PSL), a vitória coube a perfeitos desconhecidos que souberam colar sua imagem à do futuro presidente. Espécie de postes voluntários de Bolsonaro, todos se elegeram com margens folgadas, ficando na faixa de 60% a 70% dos votos válidos.

No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, a disputa foi bem mais apertada, mas no fim triunfou João Doria (PSDB), o postulante que tratou de associar-se, ainda no primeiro turno, ao presidenciável do PSL, para desgosto do seu correligionário Geraldo Alckmin. A bordo do voto “Bolsodoria”, derrotou o atual governador Márcio França (PSB) com 51,7% da preferência.

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