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Autoestima: O que é, como aumentar e importância


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A autoestima é o valor que atribuímos a nós mesmos e nossa capacidade de nos amar, segundo a psicóloga Adriana de Araújo. “Amar a si mesmo” requer atitudes como o autorrespeito, a autoaceitação e o autoconhecimento.

P U B L I C I D A D E

O autoconhecimento significa ter consciência de nossa história e de todos aspectos de nossa personalidade. A autoconfiança, de acordo com a especialista, é acreditar em nossos pensamentos e decisões, tendo em vista que temos coerência em nossas ideias. Já a autoaceitação é acolher nossos erros e acertos. “Isso não significa se acomodar, mas ser capaz de reconhecer e celebrar quem somos, mudando alguns comportamentos caso necessário”, diz Adriana.

Todos esses sentimentos agem em harmonia na construção de nossa autoimagem e fazem parte do conceito de autoestima.

A importância da autoestima

Todos nós já estivemos em contato com as narrativas de super-heróis. Alguns deles já nascem dotados de poderes, e outros precisam de uma vestimenta para exercer suas funções com maestria. Nós, seres humanos comuns, estamos mais próximos deste último grupo. Ao acordarmos, vestimos nossas roupas e partimos para mais um dia na rotina, em que precisamos conciliar as obrigações da vida profissional e nossas necessidades internas.

Entretanto, diferente de personagens como a mulher-maravilha, nós não temos forças sobrenaturais agindo a nosso favor. A única semelhança que compartilhamos com estas personas são as grandes responsabilidades que precisamos sustentar. E isso pode assustar muitos de nós, pois há dias em que não sabemos como encontrar confiança para encarar os desafios que continuam surgindo, sem dar espaço para as recompensas.

Porém, isso é comum. A vida não é feita de vitórias contínuas, apesar de sermos orientados a pensar dessa forma. Há dias em que iremos acreditar no que o mundo nos conta, e talvez apenas não nos sintamos bons o suficiente.

E é neste momento que a autoestima pode tornar-se uma grande aliada. Muito mais do que olhar no espelho e gostar do que se vê, este sentimento nos faz acolher quem somos. Nós não precisamos dar conta de tudo, ter o corpo perfeito ou ser emocionalmente exemplares. Nós não precisamos nos amar o tempo inteiro. Existe espaço dentro de nós para as decepções e as dúvidas.

O que precisamos é aceitar nossa humanidade, que engloba falhas e forças. Quando aprendemos a fazer isso, podemos nos sentir confortáveis em nossa própria pele, o que nos fornece segurança para apenas ser quem somos.

Uma autoestima estável está relacionada ao nosso senso de autopreservação. Para Adriana, isso implica na tomada de decisões que visem nosso bem-estar. Sendo assim, condições como a ansiedade e estresse são reduzidas, já que tendemos a olhar com mais atenção para nossas necessidades, equilibrando o que é importante para nós e para os outros.

A forma como enxergamos o mundo também depende do valor que atribuímos a nós mesmos. De acordo com a psicóloga Milena Lhano, a autoestima funciona como um óculos, onde uma boa autoimagem torna as lentes cor de rosa, deixando o mundo colorido e positivo. Já a autoimagem negativa deixa as lentes cinzas, fazendo a realidade perder a cor, o brilho e a diversão. “Vemos o que está ao nosso redor de acordo com o padrão que usamos para ver a nós mesmos”, explica.

Autoestima x beleza

A terapêuta holística Karla Assis explica que existe um equívoco conceitual entre autoestima e vaidade. “A primeira envolve a relação ‘eu-comigo mesma’, e a última é a relação ‘eu-e outras pessoas'”.

Quando não temos um grande autoconhecimento, é normal sentir que seremos valorizados e amados pelo corpo e aparência que temos. Entretanto, ao fazer isso, podemos estar apenas cedendo aos padrões estabelecidos pela sociedade, o que não significa que estamos de fato nos aceitando.

“Muitas pessoas usam a beleza como medida de autoestima porque pode ser a única qualidade que reconhecem em si. Ou então, esta pode ter sido a característica mais elogiada pelos outros”, afirma Milena Lhano. Entretanto, de acordo com a especialista, a aparência é mutável e não deve ser vista como único ponto forte que temos.

Para a psicóloga Lia Clerot, devemos primeiro agradar a nós mesmos, pensando que todas nossas qualidades e limitações andam juntas e são importantes para a formação de nossa singularidade.

Causas da baixa autoestima

Adriana de Araújo explica que uma das principais causas da baixa autoestima pode ser a estagnação de problemas em nossas vidas. Quando não conseguimos encontrar uma solução para as adversidades, passamos a acreditar que não somos capazes de ter boas escolhas ou realizar o que precisa ser feito, o que reduz nossa autoconfiança.

As relações sociais também exercem uma grande influência sobre a autoestima. Ao entrarmos em contato com pessoas que constantemente nos colocam para baixo, desmerecendo quem somos, podemos adquirir uma autoimagem pessimista, concluindo que somos feitos apenas de limitações.

Comparar-se com os outros também é prejudicial. “A falta de oportunidades e desafios que nos dêem a chance de agir por nós mesmos e viver as próprias escolhas também pode reduzir a autoestima”, afirma Adriana.

A especialista conta que precisamos exercitar o cuidado com nós mesmos, pois isso potencializa a nossa autoconfiança, o que consequentemente nos faz enxergar quem somos de forma otimista.

Sintomas da baixa autoestima

De acordo com a psicóloga Adriana de Araújo, alguns sinais podem indicar que você está com baixa autoestima:

  • Não confiar em si
  • Não acreditar que sabe realizar as melhores escolhas
  • Não saber lidar com as consequências das próprias decisões
  • Medo do arrependimento
  • Insegurança em interagir com outras pessoas
  • Dúvidas constantes e paralisantes sobre diversos aspectos da vida
  • Incerteza em relação aos valores e ideais
  • Falta de objetivos
  • Falta de motivação
  • A opinião do próximo possui um impacto desproporcional.

Consequências da baixa autoestima

A falta de autoestima nos deixa em um estado de baixa energia, semelhante ao que acontece na depressão. Adriana explica que quando não acreditamos em nosso potencial para tomar as rédeas de nossas vidas, perdemos a esperança de que podemos ser felizes.

Por outro lado, a baixa autoestima também pode causar um acúmulo de energia. “O fato de não conseguirmos tomar decisões causa ansiedade, pois nos perdemos no agora e no que está por vir. Essa insegurança nos faz ver um futuro negativo, onde não existem possibilidades de boas escolhas. Acabamos desenvolvendo um grande medo decorrente da antecipação”, esclarece a psicóloga.

Também é importante ressaltar que a falta de amor próprio nos faz colocar o outro em primeiro lugar. Como consequência, podemos nos encontrar em situações que trazem grande sofrimento. A qualidade de nossa vida pessoal e profissional decai, e nossos relacionamentos tendem a seguir um caminho semelhante.

Milena Lhano alerta que uma visão negativa de nós mesmos pode nos tornar indivíduos submissos e pouco questionadores, que apenas aceitam e concordam com as críticas que recebem. O risco de entrarmos em relacionamentos abusivos e sermos manipulados torna-se muito maior.

“Quando você não tem consciência do seu valor, fica sujeito aos valores atribuídos pelos outros”, afirma Karla Assis.

Baixa autoestima e distúrbios psicológicos

Adriana de Araújo explica que quem tem depressão costuma ter grandes dificuldades em aliviar o próprio mal-estar. Isso potencializa uma queda nos níveis de autoestima, pois a pessoa se sente incapaz de mudar.

O mesmo acontece com quem tem ansiedade: Segundo a especialista, a sensação de falta de controle nos faz acreditar que não podemos gerenciar a nós mesmos, e isso está intimamente ligado a autoestima. Em ambos os casos, é necessário o acompanhamento de um especialista que realize uma intervenção psicoterápica e em alguns casos medicamentosa.

Como aumentar nossa autoestima

Antes de nos proteger da negatividade externa, é preciso trabalhar o nosso próprio desenvolvimento emocional e o respeito que temos conosco. Para isso, Adriana de Araújo indica ter foco nas qualidades e limitações que temos atualmente, acolhendo quem se é para estipular metas e desafios. Cobrar-se excessivamente só irá causar danos a sua autoestima.

Uma outra recomendação prática é treinar fazer escolhas. Colocar-se em situações onde você precisa agir treina a mente para ficar bem e aceitar quaisquer resultados, mesmo que estes não correspondam às expectativas.

Adriana também conta que pequenos desafios podem ser adotados no dia a dia, a fim de provarmos a nós mesmos que temos a capacidade de trilhar nossos caminhos. E sempre que fizermos isso, é importante reconhecer nossas conquistas.

 

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Exercício prático para aumentar autoestima

Lia Clerot afirma que há um exercício indicado pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido que pode trazer benefícios para a autoestima. Veja como fazê-lo:

  1. Faça uma lista com todas crenças negativas que você tem sobre si.
  2. Depois, se defenda de cada item listado.

“O objetivo é entender que nossas crenças negativas não são completamente verdadeiras, e nós podemos melhorar o que não gostamos em nós mesmos”, explica a psicóloga. Dessa forma, você reforça a sua autoconfiança e autoconhecimento, o que é importante para lidar com situações negativas.

Como ter autoestima em situações adversas

Mesmo com a autoestima estável, existem algumas ocasiões que testam a nossa autoconfiança, podendo nos abalar por um período indeterminado. Isso é comum, e não precisamos nos martirizar por nem sempre conseguirmos manter as nossas estruturas. É necessário permitir-se errar e ter emoções negativas.

Veja a seguir, situações que não estão sob nosso controle e como manter a autoestima nelas:

1. Quando vivemos em um ambiente hostil

Muitas pessoas convivem com famílias que possuem dinâmicas agressivas, regadas a críticas. Torna-se uma tarefa complexa nutrir autoestima quando vivemos em um local que vai de encontro a tudo o que acreditamos. Milena Lhano afirma que esses casos são delicados, uma vez que o núcleo familiar representa nosso primeiro contato social com o mundo.

“Tudo o que acontece nesse ambiente acaba tendo um grande peso, e o que escutamos acaba se tornando uma verdade absoluta. É difícil acreditar que sou capaz se as pessoas que eu amo me dizem o contrário”, explica a psicóloga.

Nessas ocasiões, é preciso reconstruir a autoestima, refletindo e aceitando que algumas famílias podem ser tóxicas e depreciativas, e você não é culpado por isso. Assim que a aceitação da realidade acontecer, a especialista indica sempre pensar que o reconhecimento de nossas qualidades deve sempre partir de nós e de outros ambientes que nos deem acolhimento e positividade.

“O outro só doa aquilo que tem dentro de si”, afirma Karla Assis. Quando temos consciência disso, é possível identificar quais são nossas crenças e quais são as do próximo, diferenciando-as. Segundo a terapeuta, devemos abandonar os padrões limitantes que aprendemos ao longo da vida e trilhar uma nova jornada por meio do autoconhecimento, para que aprendamos a ter novos comportamentos que curem as dores emocionais que causam a baixa autoestima.

Karla aconselha que não precisamos fazer isso sozinhos. A ajuda de um terapêuta é sempre bem-vinda e pode trazer novos ângulos positivos para que enxerguemos a nós mesmos.

2. Após o término de um relacionamento

Sentir-se rejeitado após um término nos faz acreditar que temos menos valor. Entretanto, Lia Clerot afirma que o valor de uma pessoa independe de uma relação. Todos carregam uma parcela de responsabilidade pelo fim de um vínculo amoroso, e o foco deve estar no aprendizado que será obtido com essa situação.

“Precisamos primeiro amar a nós mesmos antes de amar o próximo, e isso implica em aceitar que nossa felicidade não deve depender apenas de um relacionamento”, diz a psicóloga. Para potencializar a autoestima, Milena Lhano afirma que é necessário ressignificar o término, encarando-o menos como uma derrota e mais como um fortalecimento.

3. Quando carregamos uma grande culpa pelo passado

O passado não deve nos definir, pois o presente oferece constantemente a oportunidade de realizar mudanças. Segundo Karla Assis, devemos praticar o autoperdão para voltar a ter autoestima. A terapêuta afirma que nós mudamos todos os dias, mesmo que não percebamos.

“A vida é um exercício eterno de erros e acertos. Ame-se e respeite sua jornada”, diz. Nós apenas somos quem somos pelo caminho que trilhamos.

4. Quando a sociedade não nos aceita

Quando fazemos parte de grupos minoritários ou desfavorecidos socialmente, podemos sofrer pressões internas e externas que prejudicam nossa autoestima. Esse pode ser o caso de mulheres, homossexuais, negros e outros grupos que sofrem opressões e podem se ver excluídos do padrão.

Para manter a autoconfiança e o amor próprio nessas condições, Milena Lhano recomenda que compreendamos que tudo que é diferente na sociedade sempre será criticado e julgado.

“Quando as pessoas nos depreciam, não estão olhando para nossa essência. Elas estão apenas respondendo ao incômodo emocional que a quebra de padrões proporciona”, afirma a psicóloga.

Para a especialista, as pessoas que fazem parte ou não das minorias devem continuar lutando contra as normas culturais, entendendo que os ataques muitas vezes sofridos não dizem respeito a quem somos. “Devemos continuar vivendo com orgulho de ser únicos, sem dar ao outro o poder de te limitar”, conclui.

5. Ao nos comparar nas redes sociais

As redes sociais incentivam o nosso senso de comparação, e isso é prejudicial. “A internet nos permite ?maquiar? a realidade, para corresponder ao que comumente é esperado de nós”, explica Milena.

Entretanto, para não nos sentirmos inferiores, é importante lembrar que as pessoas só compartilham o lado positivo da vida virtualmente, e a realidade está distante disso.

“Cada pessoa tem seu tempo, suas metas e sonhos. Não é porque não está realizando neste momento que a vida está estagnada. Às vezes, o momento não é o ideal. Por isso, é tão importante não se comparar, senão a pessoa viverá frustrada e com baixa autoestima”, explica Lia Clerot.

Já nascemos com autoestima?

A autoestima não é uma característica inerente ao ser humano. Segundo Adriana de Araújo, este sentimento é construído dentro de nós com o passar dos anos por meio de nossas vivências. Crianças que se sentem inseguras e são incentivadas a encontrarem soluções para seus problemas já começam a desenvolver uma boa autoimagem logo cedo.

“As pessoas que convivemos, admiramos e em que nos inspiramos contribuem para a formação de nossa autoestima, pois ‘copiamos’ ideias e padrões de comportamento de quem está próximo de nossa realidade”, explica a psicóloga.

Equilibrando nossa autoestima

Uma baixa autoestima pode acarretar em problemas de autoimagem, entretanto, a confiança excessiva pode nos fazer beirar a arrogância. Para encontrar o equilíbrio, Milena indica reconhecer que não somos feitos compostos só de defeitos, nem apenas de qualidades.

Lia afirma que a autoestima representa autoconhecimento e autoaceitação. Diferente da arrogância, que pode estar representando alguma insegurança dentro de nós que precisa ser analisada.

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