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ARTIGO: Teologia e Saúde Sanitária – Por Victório Galli Filho


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Theology and Health Health

P U B L I C I D A D E

 

Resumo:

O objetivo deste artigo e sobre os pensamentos e interpretações de textos bíblicos que ao longo da história da igreja foram usados como alimento para a compreensão da vontade de Deus. O convite é perceber outros significados dessa vontade revelada de Deus. A partir desse ponto a provocação é pensar a saúde sanitária elaborando os significados implícitos do que Deus chamava e queria como santidade. Todos os mandamentos têm sentidos múltiplos, por princípio forma de adoração e culto, tendo ramificações de valores e significados como consequência dessa benevolência. O acampamento dos hebreus deveria ser santo, limpo e manter uma segurança sanitária em todos os utensílios e etc. Como instrução Deus ordenou leis claras para que a santidade do arraial mantivesse a presença e a segurança por parte de Adonai para com os hebreus. Os hebreus deveriam manter as ordenações sobre a limpeza e as demais instruções, assim a presença de Deus se faria para proteger e sustentar. Entre as lições apreendidas, à uma que em especial trouxe várias reflexões. Quando o texto de Deuteronômio menciona uma estaca ou pá para cavar um buraco e ao defecar deveria tampar as fezes. Para Deus esse ato era para que o acampamento fosse santo, para os dias atuais identificamos que esse ato protegeria o povo hebreu de doenças oportunas transmitidas por insetos, água e o vento. Aprendemos com a santidade de Deus a perfeita ordem que sustentava o povo hebreu não só com as benignidades celestiais como a segurança física, psíquica e corporal.

Palavras chaves

Instrução, Liberdade, Prevenção, Saúde, Santidade.

Victório Galli Filho é Pastor da Assembleia de Deus ligado à COMADEMAT (Convenção de Ministros das Assembleias de Deus e Cuiabá MT) e ligado à CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil) Bacharel e Mestre em Teologia EST (Escola Superior de Teologia São Leopoldo–RS) Doutorando em Teologia EST, Ex-Deputado Federal por MT e Presidente Estadual do Partido Patriota em Maro Grosso.

KEYWORDS

Education, Freedom, Prevention, Health, Holiness.

ABSTRACT

The purpose of this article and on the thoughts and biblical texts interpretations that throughout church history were used as food for the understanding of God’s will. The invitation is to realize other meanings that God’s revealed will. From that point the invitation is to think health health elaborating the implicit meaning of what God called and wanted to holiness. All commands have multiple meanings, in principle form of worship and service, with branches values and meanings as a result of this benevolence. The camp of the Hebrews should be holy, clean and maintain food safety at all utensils and etc. As instruction God commanded clear laws for the camp of holiness maintain the presence and security by Adonai toward the Hebrews. The Hebrews should keep the ordinances about cleaning and other instructions, so the presence of God would do to protect and sustain. Among the lessons learned, the one that particularly brought several reflections. When Deuteronomy text mentions a stake or shovel to dig a hole and defecate should cover the stool. For God this act was that the camp be holy, for today we found that this act would protect the Jewish people timely diseases transmitted by insects, water and wind. We learn from God’s holiness perfect order that supported the Jewish people not only with the heavenly mercies as physical, mental and bodily security.

Considerações iniciais

Quando se pensa teologia e a vinda do Senhor Jesus, naturalmente a leitura bíblica se faz a partir das promessas de Deus para os homens. É com essa percepção que muitos estudos e a cultura cristã acabam se prendendo para as promessas divinas, mas a grande pergunta que se faz no íntimo é: Enquanto o senhor Jesus não volta o que esperarmos?

Iniciamos uma caminhada onde a percepção do cuidado de Deus por nós se revela com o envolvimento de Adonai com Moisés e o povo que fora libertado no Egito.

O texto que chama a atenção inicial é encontrado no livro de Deuteronômio ao relatar o dia-a-dia do acampamento dos hebreus e a presença de Deus entre eles. O que a bíblia menciona sobre a santidade no meio do arraial inclui a percepção sanitária e os cuidados para não ter contaminação.

Dentre as tuas armas terás um porrete (pá); e, quando te abaixares fora, cavarás com ele e, volvendo-te, cobrirás o que defecastes. Porquanto o SENHOR, teu Deus, anda no meio do teu acampamento para livrar e para entregar-te os teus inimigos; portanto, o teu acampamento será santo, para que ele não veja em ti coisa indecente e se aparte de ti.2

O que lemos sobre saúde sanitária, a Bíblia em Deuteronômio mencionará como santo e é Santo. Santo pelo encontro do Divino com o humano, Santo por que as lições que serão apreendidas deste encontro tomarão forma ao longo da história e teremos a percepção e os reflexos para toda a humanidade como saúde e segurança sanitária. É nesse sentido que o arraial e todos os utensílios usados para as ofertas teriam que estar purificados, para que a presença de Deus continuasse no arraial, ao qual Adonai Elohims cuidava da segurança e da entrega dos adversários.

Em alguns comentários bíblicos encontramos explicações concernentes aos motivos dessa ordenação relacionada à santidade, decência e higiene. A palavra pureza tem o significado mais amplo do que conhecemos nos dias atuais.3

2 BÍBLIA SAGRADA COM REFLEXÕES DE LUTERO, Tradução de João Ferreira de Almeida, ed. rev. e atual. São Paulo, Barueri, Sociedade Bíblica do Brasil, 2012, Deuteronômio 23.13-14.  3 Haverá um lugar fora do acampamento. Este curioso e breve versículo contém um eufemismo.

O autor referia-se a um homem que quisesse “fazer suas necessidades” (eis outro eufemismo). Os soldados não podiam usar o acampamento como latrina, onde pudessem aliviar o ventre ou urinar. Tinham de sair do acampamento, até um lugar separado e designado para isso. E, quando se tratava de excrementos humanos, tinham de fazer como fazem os gatos, precisavam enterrar suas fezes. Dentre suas armas terás um pau. Esse pau era usado como se fosse uma pá, usada para fazer pequenos buracos no chão, onde eram postos os excrementos, que eram então cobertos com terra. Esse pau, de acordo com John Gill, ficava atado à espada do soldado, que ficava pendurada em uma espécie de cinta que lhe enrolava a cintura. Joséfo, general judeu da época dos apóstolos, diz-nos que os essênios seguiam prática semelhante e tinham uma pá especial com que cavavam no chão um buraco com cerca de trinta centímetros de profundidade. Todo membro admitido à comunidade recebia uma pá com esse propósito. (Ver Guerras dos Judeus 1.2, cap. 8, sec. 9.) Maimônides ajuntou que essas provisões eram feitas para evitar “ruindades, imundícias e impurezas” e para que os homens se distinguissem dos animais ferozes (Moreh, Nevochim, par. 3, cap. 41). Qualquer homem que não seguisse essas normas era considerado cerimonialmente imundo, e provavelmente tinha de sujeitar-se à lavagem cerimonial (ver o versículo 11 deste capitulo). O Senhor teu Deus anda no meio do teu acampamento. O motivo dessas regras (a começar pelo nono versículo) era preservar a decência comum e a higiene, para evitar os excessos que geralmente são vistos entre soldados, e preservar a pureza cerimonial. E a razão teológica era que Yahweh também se fazia presente no acampamento dos soldados, da mesma forma que se fazia presente no acampamento dos soldados, da mesma forma que se fazia presente em meio à congregação geral do povo de Israel. A presença do Senhor requeria o respeito devido. Se os soldados de Israel quisessem lograr sucesso em batalha, tinham de seguir as normativas de Yahweh, incluindo aquelas relativas à higiene e a conduta apropriada na guerra. A pureza de Deus era a razão que exigia que o acampamento dos soldados de Israel também fosse puro. Paulo apresentou um raciocínio similar, ao escrever o trecho de II Coríntios 6. 16-7.1. A presença de Deus deve fazer uma grande diferença em

Ao compreendermos a santidade como a graça manifesta em cuidado, percebemos os sinais que nos evangelhos Jesus mencionará com o amor vertical e o amor horizontal como percepção madura em todas as direções do convívio com sujeito.

A percepção da higiene quanto ao trato do homem no acampamento nos apresenta a importância da higiene para a saúde humana, assim o texto de J. A.

Thompson mencionará:

Grandes esforços eram envidados no sentido de cobrir excrementos humanos. Tal prescrição era ao mesmo tempo higiênica e uma exigência religiosa e cultual. Um lugar era reservado fora do acampamento, ao qual o homem se dirigia, levando consigo, como parte do material-padrão, uma ferramenta especial para cavar buracos, o yãt?d (O termo significa literalmente “estaca de tenda) com o qual cavava um buraco no qual os excrementos podiam ser enterrados. A razão de tal limpeza cerimonial é agora apresentada, Javé andava no meio do acampamento para proteger Seu povo e para entregar seus inimigos em suas mãos. Por isso, o acampamento deveria ser preservado santo (q?dô?), parra que Javé não o abandonasse. O símbolo da presença de Javé no acampamento era a arca, na presença da qual nenhuma impura podia ser tolerada.[1]

A limpeza é muito importante na prevenção de infecções. Tanto a higiene pessoal, das casas, dos alimentos e da água, como a limpeza da comunidade em que vivemos (saneamento) se tornam indispensáveis.

Muitas infecções do intestino são transmitidas duma pessoa para outra, por causa da falta de higiene e de saneamento básico. Muitos micróbios e parasitas são transmitidos através das fezes de pessoas ou animais infectados. Eles podem ser levados das fezes duma pessoa, para a boca de outra pessoa, quer através dos alimentos, da água, das moscas e outros animais, quer diretamente através das mãos mal lavadas. Basta uma quantidade minúscula e invisível de fezes entrar na boca para infectar uma pessoa. Esta forma de transmissão chama-se transmissão fecal-oral (das fezes para a boca).

Nossas atitudes e em nossa conduta. É possível que ele tinha tomado por empréstimo as palavras deste versículo em sua aplicação. Maimônides aplicou esse texto especialmente à questão dos pecados sexuais, tão comuns entre homens acampados (Moreh Nevochim, par. 3, cap. 41). Mas o texto é mais amplo do que isso. CHAMPILIM, R. N. Antigo Testamento Interpretado, versículo por versículo. Edição Hagnos, 2001.

A prática de fecalismo a céu aberto (fazer cocó no chão e ao ar livre) é muito prejudicial para o ambiente e as pessoas. Ela facilita a criação de moscas e de outros insetos que transportam micróbios das fezes para as pessoas e/ou para a comida e a água que as pessoas consomem.

As necessidades de saneamento urbano e rural são muito diferentes entre si. Numa comunidade rural ou suburbana, o melhor método de deposição de fezes é o uso de latrinas.

Garantir e manter a higiene pessoal, da casa, dos alimentos e da água são medidas fundamentais para a prevenção de doenças no seio da família. Mas, para que haja boa saúde numa comunidade, é necessário garantir que está viva num ambiente saudável (santo).

As fezes humanas, o lixo doméstico e a água estagnada facilitam o crescimento de insetos e outros transmissores de doenças. Para garantir um ambiente saudável é necessário organizar medidas de saneamento básico no seio da comunidade.

OS HÁBITOS SANITÁRIOS E A SAÚDE FISÍCA

André Chouraqui traz uma concepção clara sobre as várias formas de banhos em sua narrativa:

A importância da higiene pessoal é sublinhada ao mesmo tempo pelas Leis da Bíblia e pelas inúmeras descobertas arqueológicas que confirmam o texto das Escrituras. A Bíblia exige do homem que se lave, a fim de ficar em estado de pureza ritual, imersão que está na origem do batismo cristão. A purificação, feita às vezes sob forma de ablução, é exigida em múltiplas ocasiões da vida cotidiana, quer o homem esteja doente ou impuro, quer tenha feito amor ou sido contaminado, quer tenha tocado num morto ou num objeto impuro, etc. A imersão, no caso de Naamã, opera a cura da lepra. O ato tem uma virtude não só religiosa, mas às vezes mágicas.[2]

Para se ter saúde, adotar bons hábitos de higiene é uma das medidas necessárias para tal. Dentre estes, o banho é um dos principais. André Chouraqui apresenta ao longo de pesquisas arqueológicas e leituras bíblicas a

importância do banho como forma de purificação e até os dias atuais continua sendo purificação. De forma clara e perceptível compreendemos que a medida que nos distanciamos pelo tempo e pelas práticas dos usos simbólicos para o sagrado e o mítico, nos aproximamos na atualidade como forma de segurança e prevenção sanitária para a longevidade.

A pele, o maior órgão do corpo humano, funciona como uma barreira natural contra a entrada de micro-organismos. Contendo diversas bactérias comensais, estas protegem a pele contra a entrada de outros seres vivos, causadores de doenças. Entretanto, quando a proliferação destas primeiras é acentuada (ou quando estas são drasticamente eliminadas), a pele pode ser danificada, permitindo a infestação, ou mesmo a infecção, destes outros organismos.[3]

A principal causa desta superpopulação é a alteração do pH da pele. Suor, oleosidade excessiva e células mortas; além de poluentes, restos de comida e sujeiras em geral, são alguns dos fatores que propiciam esta alteração.

O mau cheiro é um indicador de que tais mudanças estão ocorrendo…

Assim, além de propiciar ao indivíduo um momento de conforto e reenergização, o banho permite com que estes itens, acumulados durante o dia, sejam removidos; juntamente com algumas bactérias comensais, promovendo o equilíbrio de sua população.

Dessa forma, estes momentos diários evitam a ocorrência de determinados desconfortos, como assaduras, micoses, piolhos e sarnas; doenças; ou mesmo alergias, proporcionando também um aroma agradável. Além disso, desobstruem os poros, permitindo que a pele respire adequadamente; e evitam problemas relacionados ao convívio social, já que pessoas cuja higiene pessoal deixa a desejar tendem a ser excluídas do convívio do grupo.

Para o banho, água e sabonete são essenciais. A primeira retira as partículas mais fáceis de serem levadas com ela, e permite que o sabonete seja dissolvido de forma mais eficaz, formando espuma. Este interage com os

componentes que não são solúveis em água, facilitando sua eliminação. Juntamente com a esponja (preferencialmente vegetal, para não danificar a pele), sujeiras mais resistentes são removidas, o tecido cutâneo é massageado e a circulação sanguínea, estimulada.

Especialistas indicam que, para evitar a destruição das bactérias comensais e da camada lipídica protetora, o sabonete deve ser usado apenas uma vez ao dia em todo o corpo; utilizando-o nos outros banhos apenas em regiões mais propensas à proliferação exagerada destas, como as axilas, genitais, glúteos, pés e dobras do corpo.

André Chouraqui contribui ainda com curiosidades que enriquece a narrativa:

As abluções das mãos e dos pés, sobretudo no caso dos sacerdotes, tinham uma frequência quase obsessiva: a cada refeição, em todas as ocasiões da vida ritual ou profana, ao chegar um hóspede, ofereciam-se água e bacia. Nas casas ricas, havia bacias fixas, e as escravas procediam à lavagem dos pés do amo e de seus hóspedes. Antes de dormir e depois de se levantar, os hebreus costumavam lavar-se. Utilizavam matérias vegetais, como as saponárias, ou minerais, para facilitar a limpeza dos corpos ou das roupas.[4]

Os nossos corpos conseguem controlar o sobreaquecimento através da transpiração das glândulas sudoríparas na pele e através da evaporação, que produz um efeito de arrefecimento. O sangue é também encaminhado para zonas mais próximas à superfície da pele para arrefecer e, em seguida, levado de volta para o interior do organismo. O movimento da água no nosso sistema celular também transporta plasma sanguíneo, que nos é vital, composto por 92% de água. O plasma sanguíneo é essencial para agir como efeito tampão para manter o pH do organismo, transportar os anticorpos do sistema imunitário e regular o equilíbrio osmótico, tarefas essenciais para a manutenção da temperatura corporal.[5]

A água ajuda o organismo a remover toxinas de diversas formas. Esta liberta resíduos e toxinas do corpo através da urina e da transpiração. Contribui

ainda para a redução da prisão de ventre e ajuda nas evacuações, assegurando que os resíduos são expulsos rapidamente antes que se tornem tóxicos e prejudiciais ao organismo. A acumulação de resíduos pode ocorrer se a desidratação se tornar regular, podendo causar dores de cabeça e toxicidade.

O sangue, que é composto por 92% de água, transporta nutrientes e oxigénio às células de todo o corpo. Os nutrientes provenientes dos alimentos que ingerimos são digeridos e tornam-se solúveis na água, o que significa que se dissolvem. A água permite que estes nutrientes passem através dos capilares, nas paredes intestinais, para o sangue e sistema circulatório, onde os nutrientes e o oxigénio podem então ser distribuídos. Para além disto, a água ainda tem um papel fundamental na prevenção da doença: beber oito copos de água por dia pode diminuir o risco de cancro no cólon em 45%, cancro na bexiga em 50% e pode também reduzir bastante o risco de cancro da mama. São apenas alguns exemplos…

Há que ter em atenção que, ao consumir diuréticos, como certos medicamentos, álcool ou café, o organismo perde uma maior quantidade de água, tendo esta perda que ser reposta. Pelo menos 20% da água necessária ao organismo é adquirida através dos alimentos e o restante pelas bebidas ingeridas. A água é provavelmente a melhor escolha para a reidratação, não só por ser barata, mas também porque não tem calorias ou ingredientes adicionados.

Chouraqui cita os primeiros banhos com prazer na bíblia:

O banho tomado por simples prazer só é mencionado uma vez na bíblia, quando a filha do faraó se banha no Nilo. Mas é evidente que onde havia água, mar, lago, rio ou reservatório, havia banhistas. Em casas ricas, havia dependências para o banho e a lavanderia. Na Síria, chegou-se a descobrir de restos de uma banheira bronze, que era utilizada há mais de três mil anos. Em geral, porém, o banhista se levava de pé ou sentado numa cuba, é assim que o rei Davi vê a bela Betsabé banhar-se em seu terraço.[6]

As origens do banho se estendem para muito antes da pré-história. Materiais saponificastes anteriores a 2.800 a.C. foram encontrados em cilindros escavados nas ruínas da antiga Babilónia. As inscrições indicavam que aquele

material era utilizado para limpeza dos cabelos e para auxiliar a confecção de penteados. Os antigos egípcios também banhavam bastante: os Papiros de Ebers, datados de 1.500 a.C., descrevem uma mistura de diversos sais e óleos utilizados para higiene pessoal.

Na civilização Ocidental, coube aos Romanos a difusão do hábito. Os primeiros Banhos Romanos foram construídos 300 anos antes de Cristo. No seu auge, Roma contava com mais de 13 aquedutos para manter seus habitantes sempre limpos. Contudo, com o declínio do Império, os Banhos também perderam gradativamente a popularidade.

Na Idade Média, os médicos desencorajavam o banho, afirmando que ele retirava as camadas mais protetoras da pele, aumentando o risco de doenças. Mas todo mundo sabe bem onde as excelentes ideias de higiene pessoal daquele tempo foram dar: numa Peste que dizimou quase metade da população da Europa.

O banho tornara-se novamente um hábito no Ocidente apenas no Século XVII, quando os químicos franceses Nicholas Leblanc e Michel Eugene Chevreul aprimoraram as técnicas para fabricação de sabonetes. Mais ou menos no mesmo período, a descoberta dos Micróbios deu um impulso adicional ao conceito de higiene. Por volta de 1880, os chuveiros já eram parecidos com os nossos e o banho havia se tornado uma rotina. Como resposta, a lâmina de barbear descartável surgiria em 1895 e a escova de dente como a conhecemos, em 1938.

Da metade do Século XX para cá, alguns cientistas voltaram a questionar a sua validade. Estudos realizados na década de 1960 mostraram que um bom banho na verdade espalha as bactérias da pele no ambiente à sua volta, podendo aumentar o número de micro-organismos nas camadas mais superficiais. Como consequência, os cirurgiões passaram a ser orientados a não tomar banho imediatamente antes de entrarem no bloco cirúrgico.

Alguns pesquisadores observaram que, mesmo após vários dias sem banho, a população bacteriana da pele permanece estável. A verdade é que, exceto pelo hábito de lavar as mãos, não existem muitas evidências científicas associando o banho ou a limpeza geral da pele à prevenção de infecções. O banho frequente, afirmam vários cientistas, pode possuir vários benefícios estéticos, relaxantes e odoríficos, mas parece servir pouco do ponto de vista microbiológico.

Ainda assim, recomenda-se que tome banho todos os dias. Se não o fizer por razões microbiológicas, faça-o baseado na premissa de combate ao stress e descoberta do corpo.

Considerações finais

No Brasil é comum afirmar que existem profundas contradições sociais. Muitos promovem a disposição de informações que possam apresentar este cenário de descaso, inclusive é vivenciado por muitas igrejas, de forma que práticas sociais sofrem descaso pelas autoridades eclesiásticas.

No meio da sociedade cristã existe a necessidade de preparar líderes para que sejam empreendedores do incentivo a saúde sanitária e social como forma de alcançar o outro através da expressão da diaconia, tornando a temática urgente dentro da sociedade cristã.

Várias necessidades sociais são observadas no mundo, pessoas que vivem a precariedade da saúde sanitária, esgoto correndo a céu aberto, quase a metade das casas da classe C no Brasil não possui rede de esgoto. Dessa forma, muitos estão passando fome, outros doentes, outros são vítimas de preconceitos, isolados e outros violentados.

A Eclésia refletida em cada membro do corpo de Cristo não pode fechar os olhos ante à esta realidade, pois Deus nos chamou para intervir e praticar a justiça, amar a benevolência e viver humildemente diante de d’Ele (Mq. 6:8).

Somos chamados para ser sal da terra (Mt. 5:13-16), para dar um novo sabor, para fazer a diferença, para amar o próximo como a nós mesmos (Mc 12:31). A compreensão que é percebida na Igreja são atitudes de amor que podem transformar a realidade social que vivemos, embora entendendo que as mudanças são operadas não apenas no fórum histórico-social, mas também no campo espiritual (Tg. 2: 18). Ao intervir na realidade temos a esperança de ver dias melhores (I Ped. 3: 10-11).

A humanidade específica do homem e sua sociabilidade estão intrinsecamente entrelaçadas. O Homo sapiens é sempre, e na mesma medida, homo socius. E na consciência de ser homo socius, busca viver melhor, em condições mais humanas e mais favoráveis ao desenvolvimento com o significado simbólico de santidade. E infelizmente é o oposto a isso que vem acontecendo, devido à desigualdade social, alguns desfrutam de conforto e outros não.

Dessa forma, buscamos pensar a reflexões políticas e a Igreja contemporânea, entendendo que a igreja como uma associação de pessoas religiosas tem por finalidade a política do amor ágape.

A conclusão do trabalho tem a preocupação e provocações que buscam respostas futuras, nas outras gerações que virão, dessa forma quebrando um ciclo de repetição de desconhecimento quanto o que venha a santidade em múltiplas interpretações. Com esse compêndio de informações que tem por finalidade gerar na compreensão a importância de pensar a diaconia no ambiente político através da saúde sanitária e suas várias instâncias da sociedade.

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ARAGUAIA, Mariana. “A Importância do Banho”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/saude/a-importancia-do-banho.htm Acesso em 26 de junho de 2016.

A       importância   da       água   na       nossa             saúde.           disponível     em

http://www.complexomagazine.pt/2013/02/a-importancia-da-agua-na-nossasaude/ acessado 26 de junho de 2016.

BÍBLIA de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

BÍBLIA Shedd, editor responsável Russell P. Shedd, traduzida em português por

João Ferreira de Almeida: 2. Ed. Ver. E atual. No Brasil; São Paulo: Vida Nova; Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1997.

BÍBLIA de Estudo Pentecostal. Almeida Revista e Corrigida, Rio de Janeiro – RJ: CPAD, 1996.

BÍBLIA SAGRADA com Reflexões de Lutero, Tradução de João Ferreira de

Almeida, ed. rev. e atual. São Paulo, Barueri, Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.

CHOURAQUI, André. Os Homens da Bíblia. Tradução Eduardo Brandão, São Paulo: Companhia das Letras: Círculo do Livro, 1990.

CHAMPILIM, R. N. Antigo Testamento Interpretado, versículo por versículo. Edição Hagnos, 2001.

GAEDE NETO, Rodolfo. A diaconia de Jesus: uma contribuição para a fundamentação teológica da diaconia na América Latina. São Leopoldo: Sinodal:

Centro de Estudos Bíblicos: São Paulo: Paulus Editora, 2001.

THOMPSON, J. A. Deuteronômio: Introdução e comentário. São Paulo:

Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2008.

[1] THOMPSON, J. A. Deuteronômio: Introdução e comentário. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2008, p. 230-231.

[2] CHOURAQUI, André. Os Homens da Bíblia. Tradução Eduardo Brandão, São Paulo: Companhia das Letras: Círculo do Livro, 1990, p. 136.

[3] ARAGUAIA, Mariana. “A Importância do Banho”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/saude/a-importancia-do-banho.htm Acesso em 26 de junho de 2016.

[4] CHOURAQUI, André. 1990, p. 136-137.

[5] A importância da água na nossa saúde disponível em http://www.complexomagazine.pt/2013/02/aimportanciadaaguananossasaude/ acessado 26 de junho de 2016.

[6] CHOURAQUI. 1990, p. 137.

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