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Anvisa lista pontos críticos que impedem a aprovação da Sputnik V


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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se manifestou contrária à importação excepcional de doses prontas da vacina Sputnik V pelo governo do estado do Maranhão ao apontar em nota técnica diversas inconsistências nos ensaios clínicos do imunizante, que não atendeu às exigências nacionais.

P U B L I C I D A D E

Essa semana, com as informações desse parecer técnico, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o prazo máximo de 30 dias para que o órgão regulador respondesse ao pedido de aquisição do imunizante.

De acordo com a nota técnica, os estudos foram insuficientes em demonstrar com clareza diversos aspectos que deveriam apresentar a capacidade da vacina de imunizar com segurança.

Em documento obtido pelo âncora da CNN, Kenzô Machida, a Anvisa apresenta uma série de incertezas e pontos críticos relacionados à segurança e eficácia da vacina Sputinik V.

De acordo com a agência, a Sputnik V, diferente das outras vacinas de vírus vetor (como a da Janssen e a de Oxford), apresentou a replicação do vírus e a empresa não apontou nenhum dado que mostra a segurança dessa proteína replicante, que é fundamental para saber se a vacina pode infectar ao invés de prevenir a doença.

“Verifica-se que até o momento não há dados suficientes para se realizar uma análise de benefício-risco positiva sobre a vacina Sputnik V. Também não há relatório de análise disponível por autoridade internacional que dê suporte ao uso da vacina”, diz a Anvisa em trecho da nota técnica emitida em resposta ao pedido de importação excepcional do imunizante.

Outro ponto determinante para a análise negativa da Anvisa sobre os estudos tem relação com a checagem de impurezas presentes na vacina, que, segundo o parecer técnico, são insuficientes para demonstrar quais são os corpos impuros que podem estar presentes no produto e qual a eficiência do processo produtivo em removê-los e controlá-los. Essa avaliação também pode ter impacto direto na segurança do imunizante.

Ainda consta que os resultados de eficácia, obtidos na fase 3 do estudo apresentado, não podem ser analisados sem a consideração sobre o alto potencial de ocorrência de vieses (fatores confundidores) no estudo. Ou seja, os ensaios clínicos foram mal projetados, conforme apontam os documentos recebidos pela Anvisa até o momento, o que dificulta comprovar a eficácia da vacina.

“O seu controle de qualidade não está adequado para garantir a segurança dos indivíduos vacinados com o produto nem a sua eficácia, visto que os testes de controle de qualidade não reportam os resultados necessários para demonstrar que a quantidade de partículas virais infectantes necessárias a uma resposta imune robusta estaria presente na vacina”, finaliza a nota técnica.

A nota técnica contra a importação ocorre no dia em que uma comitiva da Anvisa chegaria à Rússia para fazer visitas às fábricas da vacina Sputnik V, atendendo ao pedido feito pelo Fundo Soberano Russo. Inicialmente, a inspeção ocorreria entre os dias 15 e 21 de abril, mas agora ela ocorrerá entre 19 e 23 deste mês.

O governo do Maranhão manifestou-se por meio de nota: “A Procuradoria Geral do Estado (PGE) esclarece que o Maranhão, em consonância com a tese defendida perante o STF, reitera a sua posição de que atendeu aos requisitos legais e regulamentares para obter a autorização da vacina Sputnik V e espera que ate 28/04 a Anvisa se manifeste de forma técnica e conclusiva em relação ao pedido apresentado perante aquela agência reguladora

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