Saúde
Álcool mata mais que crack no Brasil: 2,3 milhões são dependentes
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Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que a maioria dos brasileiros acredita que o crack é a droga que mais leva a mortes em todo o mundo, o que não é verdade. A substância psicoativa mais perigosa na verdade é o álcool.
O 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira ainda mostra que mais da metade da população já consumiu bebidas alcoólicas ao menos uma vez na vida e 2,3 milhões de pessoas apresentam critérios para dependência de álcool. Entenda:
Álcool mata mais que crack
O levantamento, cujos dados foram coletados entre maio e outubro de 2015, analisou entrevistas dadas por 17 mil brasileiros com idade entre 12 e 65 anos para avaliar os parâmetros epidemiológicos do uso de drogas.
Segundo a pesquisa, 44,5% da amostra considera o crack como a droga causadora do maior número de mortes no País. Só que, de acordo com o coordenador do levantamento e pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), Francisco Inácio Bastos, os principais estudos sobre o tema não deixam dúvidas de que o álcool é a substância mais associada, direta ou indiretamente, a danos à saúde que levam à morte.
“Os jovens brasileiros estão consumindo drogas com maior potencial de provocar danos e riscos, como o próprio crack. Além disso, há tendência ao poliuso (uso simultâneo de drogas diferentes)”, complementa o Bastos.
Perigoso uso de álcool
A pesquisa também revelou que mais da metade da população brasileira de 12 a 65 anos já consumiu bebida alcoólica alguma vez na vida e 46 milhões (30,1%) fizeram uso de pelo menos uma dose nos 30 dias anteriores à entrevista.
Além disso, aproximadamente 2,3 milhões de pessoas apresentaram critérios para dependência de álcool.
O álcool também foi associado a diferentes formas de violência:
- 14% dos homens e 1,8% das mulheres dirigiram após consumir bebida alcoólica, nos 12 meses anteriores à entrevista, sendo que 0,7% esteve envolvido em acidentes de trânsito sob o efeito de álcool ;
- 4,4 milhões de pessoas discutiram com alguém sob efeito de álcool nos 12 meses anteriores à entrevista, sendo 2,9 milhões homens e 1,5 milhão mulheres;
- 1,1% dos homens e 0,3% das mulheres reportaram que destruíram ou quebraram algo que não era seu sob efeito de álcool.
Maconha é a droga ilícita mais consumida
O levantamento ainda revelou que 3,2% dos brasileiros usaram substâncias ilícitas nos 12 meses anteriores à pesquisa, o que equivale a 4,9 milhões de pessoas.
Entre jovens de 18 a 24 anos, 7,4% consumiram drogas ilegais no ano anterior ao levantamento.
A substância ilícita mais usada no Brasil é a maconha: 7,7% das pessoas de 12 a 65 anos já a experimentaram ao menos uma vez na vida. Em segundo lugar fica a cocaína, com 3,1% de usuários.