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Acumulação compulsiva: O que é e como identificar o problema


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Acumular uma série de objetos dentro de casa não é uma prática tão incomum assim e pode fazer parte da rotina de muita gente. Entretanto, o hábito pode se tornar um problema de verdade – exigindo atenção e a intervenção de especialistas, por caracterizar um distúrbio mental.

P U B L I C I D A D E

Essas casos extremos são enquadrados na acumulação compulsiva, que se manifesta pelo acúmulo de objetos que, na maioria das vezes, não têm mais utilidade – seja pelo estado (estragado ou deteriorado) ou por estarem simplesmente obsoletos. Um acumulador não consegue se desfazer desses materiais, geralmente, por acreditar que pode precisar deles um dia.

A psiquiatra Danielle H. Admoni, especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), explica que esse quadro é considerado, de fato, como uma doença e entrou em 2013 no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, como transtorno de acumulação compulsiva.

Além de objetos variados, o distúrbio pode envolver também uma concentração desmedida de animais, sem que a pessoa perceba os prejuízos que isso traz tanto para ela quanto para os bichos. Eventualmente, também podem ser identificadas várias unidades do mesmo item, de forma que o ambiente fique, muitas vezes, abarrotado de coisas.

Acumulador compulsivo ou colecionador?

Ao tratar do assunto, é importante diferenciar o comportamento de um acumulador compulsivo e o de um colecionador (que tem vários modelos de um mesmo objeto). A diferença mais evidente é que o acumulador esconde seus objetos e não os organiza ou higieniza com frequência – diferentemente do colecionador, que faz o contrário.

Além disso, um acumulador costuma não ter prazer em mostrar esses objetos “não funcionais” que adquire e dos quais não consegue abrir mão. Um colecionador, por outro lado, usualmente conhece, classifica e se orgulha de apresentar esses itens ao mundo.

Consequências da acumulação compulsiva

Por se tratar de uma doença, o transtorno de acumulação pode trazer inúmeros prejuízos ao paciente. De acordo com a psicóloga Daiane Ortiz, o primeiro deles é a ocupação de boa parte do espaço onde o acumulador reside, de forma desorganizada.

Isso acaba tornando a limpeza e a manutenção do espaço difícil ou mesmo impossível, trazendo acúmulo de sujidade e, por consequência, de microrganismos nocivos e insetos. Dessa forma, causa também problemas de saúde para os que ali habitam.

Outro ponto é que, muitas vezes, o distúrbio de acumulação compulsiva pode também agravar o estado de saúde mental da pessoa, podendo desencadear um quadro de ansiedade e até mesmo uma depressão. Por isso, é importante diagnosticar o transtorno o quanto antes.

Como identificar a acumulação compulsiva

Existem algumas formas de identificar os sinais da acumulação compulsiva. Geralmente, indivíduos que sofrem desse quadro tendem a passar por sofrimentos pessoais e se isolam socialmente.

A resistência aos conselhos para se desfazer daquilo que se acumula é, principalmente, o que leva as famílias ou amigos a procurarem ajuda profissional para realizar uma intervenção na vida do paciente.

As más condições de higiene também são um alerta para a condição. No caso de acúmulo de animais, muitas vezes, é possível notar a precariedade das instalações – com sujeira excessiva, mau cheiro e, inclusive, alguns bichos mortos no espaço.

Tratamento para acumulação compulsiva

Uma das técnicas mais aplicadas no tratamento da acumulação compulsiva é a terapia cognitiva comportamental. Além dela, também pode ser necessária a administração de medicamentos, em virtude de uma possível associação a outra questão psiquiátrica, como ansiedade e depressão.

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