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“A última coisa que se pode pensar é que Arcanjo seja estúpido”


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O advogado Zaid Arbid, que defende o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, negou, na tarde desta quinta-feira (2), que seu cliente tenha reincidido no jogo do bicho na Grande Cuiabá.

P U B L I C I D A D E

João Arcanjo foi intimado pelo juiz Geraldo Fidelis, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, para depor sobre o assunto na tarde de hoje.

“Ele não iria trocar a liberdade sacrificada dele por conta de jogo do bicho. A última coisa que se pode pensar de João Arcanjo Ribeiro é que ele seja estúpido. Jamais ele será estúpido. Ele é um homem conhecido como empreendedor. Ele não vai voltar os passos para trás”, afirmou o advogado, ao lado do ex-bicheiro, no Fórum de Cuiabá.

A decisão do magistrado em ouvir o ex-bicheiro leva em conta uma denúncia apócrifa que foi anexada aos autos, dando conta de que Arcanjo teria voltado a atuar na atividade.

No início deste mês, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) desmontou umas das centrais do jogo do bicho em Cuiabá. Entre os itens apreendidos, foram encontradas anotações com nomes do filho e da ex-mulher do ex-bicheiro.

O advogado classificou a acusação contra João Arcanjo como uma “maldade”.

“É muito simples você acusar anonimamente. Como você vai se defender? Eu não digo que seja uma armação, que ele tenha um inimigo. João Arcanjo incomoda. Ele é uma pessoa diferenciada”, afirmou.

“João Arcanjo tem como desafetas pessoas que não só têm dívida com ele, como pessoas que têm interesse de mantê-lo distante dos negócios. Mas ele só quer uma coisa hoje: viver bem e conservar a liberdade que ganhou”, disse.

Questionado sobre documentos apreendidos com o nome do filho e da ex-mulher do ex-bicheiro, Zaid Arbid foi enfático ao afirmar que tudo foi “preparado” contra Arcanjo Ribeiro.

“Se você cometesse um ilícito, você deixaria anotado o nome do seu pai, filho, marido no local do crime? É lógico que foi preparado. Ninguém em sã consciência vai sair para delinquir e deixar o rastro da família”, afirmou.

“Eu penso que quem fez essa maldade subestima o Poder Judiciário. Tudo que for necessário para descobrir a verdade, vai contar com a colaboração dele. Ele tem interesse em saber quem é que tem tanta maldade dessa forma”, finalizou.

Reinado

Arcanjo comandou o jogo do bicho por décadas na Capital. 

Em ação realizada pela GCCO no dia 10 dia de julho, foram detidos quatro homens e 50 máquinas usadas em apostas em Cuiabá.

Anotações em um envelope com os nomes do filho de Arcanjo, João Arcanjo Ribeiro Filho, e da ex-mulher dele, Silvia Chirata, também foram encontradas pelos policias.

Em depoimento, um dos detidos afirmou que as máquinas apreendidas pertenceriam a um homem que trabalha para empresa Colibri. 

A marca Colibri, que pertencia a Arcanjo, ficou conhecida nos anos 90 com o jogo do bicho.

Condenações

Arcanjo foi solto em fevereiro de 2018 após ficar 15 anos na prisão. Ele foi condenado pelo assassinato do empresário Sávio Brandão, dono do jornal Folha do Estado, entre os outros crimes.

Atualmente, o ex-bicheiro – que está em regime semi-aberto – trabalha em um estacionamento e lava a jato que pertence a ele, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA), durante o dia, e retorna à sua casa, no Bairro Boa Esperança, à noite.

Ele foi considerado o chefe do crime organizado, nas décadas de 80 e 90 em Mato Grosso. Foi condenado por crimes que vão de assassinatos a lavagem de dinheiro e contrabando.

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